INFORMAÇÃO SOCIOAMBIENTAL CONSTRUINDO A SUSTENTABILIDADE -
PRESENTE NA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - RIO + 20 - Reg.:18820762
"Estou muito preocupado, pois
nossas ações são ainda insuficientes para limitar a alta da temperatura global abaixo dos 2 graus em relação aos níveis pré-industriais" – esta
foi a declaração do secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon na COP – 19 diante os
delegados de mais de 190 países na Conferência sobre mudanças climáticas em
Varsóvia, Polônia.
Segundo a rede de organizações da sociedade civil que atuam em mudanças
climáticas no Brasil, uma das
propostas brasileiras apresentadas pouco antes do começo da Conferência é que
os países possam realizar processos amplos de consulta nacional, de forma que
todos os setores do governo, da economia, da sociedade civil e da academia
possam contribuir para a construção de uma visão unificada e representativa - o
que, na visão da delegação brasileira, poderá injetar credibilidade e ambição
no posicionamento dos países.
É bom lembrar
que o Brasil realizou a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente e perdeu uma boa oportunidade, sem realizar
sequer um painel sobre as mudanças climáticas durante as conferências regionais
e a nacional em Brasília. Ou seja, internamente o Brasil precisa melhorar a metodologia de diálogo com a população sobre as questões climáticas e ambientais de maneira geral, uma vez que todos os problemas socioambientais precisam ser enfrentados em todas áreas e atividades humanas.
Segundo esta rede climática brasileira, outro ponto abordado foi “a polêmica proposta
brasileira sobre responsabilidade histórica nas mudanças climáticas.” Esta
consideramos ser uma boa proposta, só que vem sendo rejeitada pelas nações
desenvolvidas, que não aceitaram sequer que os delegados consultassem
formalmente um representante do IPCC sobre a possibilidade da entidade elaborar
uma metodologia para que os países calculassem sua responsabilidade sobre o
aumento da temperatura.
Segundo
esta rede climática, “para o Brasil a responsabilidade histórica é um ponto
importante para ser considerado no cálculo das metas de cada país no novo
acordo climático, sem deixar de considerar obviamente o perfil atual das
emissões desses países. Mesmo com a falta de debates oficiais sobre a proposta,
os países do G77 e a China encamparam-na, o que deve colocar pressão na agenda
dos próximos encontros de negociação.”
Apesar dos estudos do IPCC divulgados em que
a ação humana vem causando alterações no clima do mundo, quando se trata de
atitudes concretas, principalmente dos países que mais consomem energia, observamos muita morosidade. A mobilização da sociedade civil no Brasil e no
mundo, continua sendo fundamental para que os países possam de fato tomar
medidas mais eficazes e concretas de redução de emissões de gases de efeito
estufa.
A Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Ainda em Belo Horizonte não há o feriado municipal. Mesmo a obra de arte em Belo Horizonte: Zumbi – Liberdade e Resistência, precisam ser mais respeitadas. Retiraram a placa indicativa da escultura realizada por Jorge dos Anjos. E a iluminação em holofotes não funciona à noite como diz a descrição da obra:
Escultura "Zumbi:Liberdade e Resistência" de Jorge dos Anjos _ Foto: Jornal O Ecoambiental
Jorge dos Anjos
Mineiro de Ouro Preto, o pintor e escultor Jorge Luis dos Anjos coleciona prêmios pelos salões nacionais de arte e se tornou ao longo da carreira um dos nomes mais expressivos da arte mineira contemporânea. Com obras espalhadas por todo o país, em espaços públicos, museus e galerias, também reunidas em periódicas exposições no exterior e integrantes de coleções particulares nacionais e internacionais, também recebe diariamente encomendas de trabalhos, que vão desde peças para compor a decoração interna de prédios e hotéis a pequenas esculturas de premiações.
“Escultura Zumbi: Liberdade e Resistência”.
A escultura em aço oxidado, medindo 5m de altura por 4,30m de largura e pesando 3 toneladas, foi inaugurada no dia 12 de novembro de 1995, na presença do vice-prefeito Célio de Castro e de Milton Nascimento, que cantou “A Missa dos Quilombos”.
O monumento é uma homenagem ao tricentenário de Zumbi, símbolo da resistência contra a escravidão.
A escultura simboliza, pelo formato de um tridente fincado no chão, as raízes da luta negra no Brasil. A obra de arte se transforma, então, em um pássaro, que, segundo o autor, Jorge dos Anjos, significa a liberdade dos negros no Brasil. A iluminação do monumento é subterrânea e feita por holofotes.”
O dia 20 de novembro deveria
ser homologado como feriado nacional. A
lembrança da história de Zumbi, dos Palmarinos e a referência a Consciência
Negra diz respeito a todo o Brasil. O valor da cultura afrodescendente está nas
raízes da história do Brasil.
O Dia Nacional da Consciência
Negra é o dia em que lembramos como a igualdade étnica é fundamental para que a
pessoa humana possa evoluir na consciência de que a diferença faz parte da
história de nossa espécie. Diferenças que nos unem na condição humana.
A lembrança de Zumbi de Palmares é motivo de
orgulho para a história brasileira. Na história dos quilombos todos os
brasileiros são livres. Livres de preconceitos e discriminações. Nos quilombos
implantados e defendidos por Zumbi de Palmares, todas as etnias: negros,
indígenas e brancos conviveram em harmonia. Por
isto os quilombos prosperaram e prosperam ainda hoje, como nas Escolas de
Samba, nos grupos de Capoeira, nas manifestações culturais brasileiras como o
carnaval, nos Congados de Minas que trazem o registro da felicidade de sermos brasileiros. O Dia Nacional da Consciência Negra é o dia
de todos os brasileiros, principalmente para os afrodescendentes.
É um dia para refletirmos
quanto ainda é preciso ser feito para que haja universalização de qualidade de
vida: na saúde, educação, trabalho, lazer, cultura, meio ambiente sadio para
todos no Brasil.
O Brasil e nossas etnias devem orgulhar todos os brasileiros. Nossa
identidade cultural significa nossa possibilidade de sermos originais: é a
singularidade de sermos brasileiros.
O
Brasil irá desenvolver-se
plenamente sempre que valorizar nossa história. As diferenças étnicas fazem bem
ao ser humano, pois possibilita que avancemos na diversidade de culturas. As
culturas possibilitam nossa evolução humana, por isto o caminho da
sustentabilidade brasileira é singular. Temos bagagem cultural para aprendermos
a valorizar cada vez mais os seres humanos e nossa diversidade cultural. Uma
coisa que o mundo precisa resgatar e quem sabe conquistar com o Brasil: o
devido valor do ser humano e de todo meio ambiente.
Manifestação dos jovens na COP-19 em Varsóvia - Polônia
A Conferência das Partes (COP) é um foro internacional de negociação das regras e políticas referentes à implementação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (CQMC), em vigor desde 1994. A COP - 19 acontece nesta semana de 11 a 22 de novembro em Varsóvia, capital da Polônia, com representantes de mais de 190 países.
A sustentabilidade é para todos. Na COP – 19 os países
ditos do primeiro mundo continuam relutantes em reduzir as emissões de gases de
efeito estufa. Quando é dito “primeiro mundo” o que parece é que existiriam vários
planetas Terra. Um para o “primeiro mundo” outros para o “segundo e terceiros
mundos”. Sabemos que não existiriam países de “primeiro mundo” sem a exploração
de bilhões de seres humanos neste mesmo mundo, que ainda vivem em péssimas
condições de vida. Para os céticos que não acreditam na tese do aquecimento
global, podemos lembrar que as desigualdades de acesso à qualidade de vida em
cada país e entre as Nações do mundo são evidentes. Os seres humanos precisam construir
sociedades sustentáveis, caso contrário, fatos como o drama dos Filipinos
continuarão se repetindo. Mesmo o caos que observamos nos grandes centros
urbanos pelas cidades acumulando lixo, resíduos, sujando e contaminando os
cursos de água, lagoas, rios, poluindo o ar. Os conflitos socioambientais estão presentes no Brasil e em todo mundo. Precisamos valorizar as pessoas e o que de bom podemos construir através de nossa inteligência em defendermos cada ser humano como membro de nossa própria família. Todos estamos ligados a tudo. A Terra como já foi dito é um organismo vivo.
O que se constata é como as sociedades insustentáveis estão destruindo a saúde, educação
pública, a qualidade de vida de todos seres humanos. Nós seres humanos estamos ambientalmente poluídos. Os seres
humanos hoje são uma mercadoria como outra qualquer. As tecnologias
deveriam existir para proteger e valorizar os seres humanos, mas o que temos
hoje são tecnologias voltadas para o mercado. O debate ou versão do que a ciência já provou
ou não sobre o aquecimento global não pode negar como bilhões de seres humanos
são tratados como seres inferiores, como se não fossem da mesma espécie humana. O que não perderemos nunca é a crença de que
temos inteligência humana capaz de vencer esse caos global da
insustentabilidade que o mundo atravessa. O caminho é nos unirmos cada vez mais
em defesa da vida, através de ações concretas que resgatem o valor dos seres
humanos ( seres humanos... seres humanos... seres humanos...) e de todo o meio ambiente.
A COP –
19 - Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) teve um pronunciamento
marcante do negociador- chefe das Filipinas – Yeb Saño, na plenária deabertura da COP-19, que
tocou o coração de muitas pessoas em Varsóvia (Polônia). Ele reavivou a lembrança
das pessoas que perderam suas vidas na passagem do mega tufão Haiyna que
devastou seu país nos últimos dias.
Segue o pronunciamento de Yeb Saño na COP - 19:
Após a fala comovente na COP - 19, o
presidente da mesa pediu um minuto de silêncio para demonstrar luto pelos
afetados na tragédia. Do fundo da sala, membros da sociedade civil gritavam
“Nós estamos com você”. Na saída, um grupo de jovens levantou cartazes de
apoio. Entre as mensagens, a pergunta: “Quantas vidas mais?”. A faixa,
entretanto, não possuía autorização e por isso os três jovens que a seguravam
foram banidos da COP.
Saño está em greve de
fome desde o primeiro dia da conferência, e deve permanecer até que alguma ação
efetiva seja tomada. Cerca de cem membros da sociedade civil já se juntaram a
ele no jejum, em solidariedade ao povo filipino.