domingo, 28 de setembro de 2014

FREVO DE OLINDA


MONOBLOCO - CAXAMBU, MADALENA


CÕCO DO AMARO BRANCO


AS ELEIÇÕES 2014 E A CONSTRUÇÃO DO BRASIL SUSTENTÁVEL - REFLEXÕES



EDITORIAL


As eleições 2014 e a construção do Brasil sustentável - reflexões

   O Brasil pode tornar-se um País sustentável. Temos condições socioambientais – humanas e natureza para isto. O que precisamos é assimilar o que existe de melhor em tecnologias sustentáveis no País e no mundo e inovarmos implantando ações, políticas, tecnologias de última geração em eficiência ambiental, econômica, social, cultural, socioambiental.
   Em relação à população, pensarmos e agirmos no Brasil através da valorização da pessoa humana, base fundamental da sustentabilidade. Implantarmos as tecnologias que melhorem a qualidade de vida da população: melhorar a qualidade da saúde e educação públicas (prioridade nacional), conquistarmos como sociedade uma mobilidade urbana que respeite o cidadão. Combater a violência com a promoção da qualidade de vida humana e socioambiental. Distribuir melhor as riquezas produzidas no país. Implantarmos tecnologias sustentáveis: uma educação socioambiental que promova a união das pessoas e as iniciativas públicas exitosas de  energias renováveis, de consumo sustentável, melhor qualidade de aterros sanitários, valorização e proteção da Amazônia e de toda biodiversidade; cuidado pela qualidade da água, alimentação agroecológica. Valorizarmos a pesquisa nacional, novas tecnologias produzidas pela comunidade científica brasileira que visem promover enquanto sociedade esta visão de eficiência sustentável na economia, nas políticas públicas, sociais, culturais. Compreendermos que somos um País megadiverso (diversidade de etnias, culturas e ecossistemas)  e utilizarmos esta nossa capacidade para desenvolvermos de forma mais homogênea a qualidade de vida da população como um todo, a convivência comunitária, a sociedade, as culturas locais, respeitarmos as diferentes culturas, étnicas, religiosas que formam nossa identidade nacional como os povos indígenas, as populações tradicionais, as comunidades quilombolas, os agricultores familiares. Nos educarmos cada vez mais para produzirmos alimentos sem contaminarmos nossa população com tantos agrotóxicos, deve ser prioridade em um governo que se proponha a ingressar o Brasil em um Governo sustentável,  neste caminho de valorização da pessoa humana e de todo meio ambiente. São políticas factíveis, que podem sem mensuradas, implantadas e monitoradas não apenas pelo governo, mas por toda sociedade civil,  promovendo-se novos indicadores de sustentabilidade em todas as áreas políticas e programas governamentais. Governar com a participação efetiva da sociedade civil é o caminho vitorioso do Brasil sustentável. O artigo 225 da Constituição brasileira é o norte para esta conquista:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”(Artigo 225 da Constituição brasileira).

   Governar o Brasil com os princípios da sustentabilidade é ampliar os horizontes de inteligência e capacidade de cada brasileiro e brasileira.  Sintonizar as políticas socioambientais exitosas com a inteligência coletiva nacional, com a sabedoria da “civilização brasileira”, como chamou assim Darcy Ribeiro nossa capacidade de Nação. O Brasil precisa resgatar nossa auto-estima nacional. Ser brasileiro é ser vitorioso. Melhorar a educação no Brasil não significa apenas uma corrida ao diploma universitário, significa acesso e possibilidade da juventude estudar com qualidade. Valorizar o ensino fundamental: as crianças. Valorizar a toda população jovem e adulta e os mais velhos. Passe livre aos estudantes e espaço para a “boa idade” educar com sabedoria a sociedade. 
   Valorizar saberes como dos povos indígenas, populações tradicionais, quilombolas, manifestações culturais como as Escolas de Samba, o samba, nosso carnaval, os grupos de Capoeira, Congados, Maracatus, Frevos, Afoxés, Filhos de Gandhi, Ilê Ayê, Olodum, Muzenza, Araketu, Timbalada, Galo da Madrugada, baião, sambaião, caxambu,Parintins: os Bois da Amazônia, boi-bumbá, cavalhada, carimbó, caiapó, peão de boiadeiro, batuque, os festejos dos santos padroeiros, fandango, marujada, bumba-meu-boi, jongo, ciranda, côco, Folia de Reis,  a  gastronomia nacional: feijoada, carne de sol, peixada, buchada de bode, sarapatel, caruru, vatapá, canjica, bolo de fubá, arroz-doce, cocada, tapioca, pé de moleque, broa de milho verde, tucupi, tacacá, arroz com pequi, curau, milho verde, pamonha, arroz carreteiro, pão de queijo, feijão tropeiro, moqueca, bolinho de bacalhau, acarajé,  barreado, chimarrão, arrumadinho, angu com couve; o artesanato,  o respeito as manifestações religiosas como a lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim, a festa de Nossa Senhora dos Navegantes, de Iemanjá, Festa do Divino, Festa de Nossa Senhora Aparecida,  a literatura de cordel, o futebol de várzea,  a arte brasileira infindável, maravilhosa única, nossa diversidade cultural.  É saber que existem saberes que são importantes para a valorização e formação educacional do povo brasileiro, da nossa identidade nacional, da “civilização brasileira”. Este Brasil sustentável vai vencer o racismo por exemplo.
    No Brasil sustentável implantar a democratização da comunicação no País. Promover uma concepção sustentável da comunicação. Não fazer do mal, da propagação da violência o foco central da informação, o que infelizmente, historicamente e erroneamente é pensado como o melhor caminho para o ibope, o consumo sem sustentabilidade, a audiência conquistada de forma predatória. É necessário se promover conteúdos na mídia que incentivem o ser humano a valorizar-se como cidadão, como espécie e como comunidade, sociedade.

   Todas as políticas e ações da sociedade civil e estatais que visam à construção da sustentabilidade demandam uma nova forma de pensar de cada um de nós enquanto cidadãos e coletivamente como comunidade, sociedade.  É preciso resgatar a Fé na pessoa humana, na nossa valorização como espécie e de todo meio ambiente. Esta é a base para se implantar um Brasil sustentável. Caminho este que as eleições 2014 podem fortalecer. Vale aqui lembrarmos Mahatma Gandhi:


  “Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo.”

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

AS ELEIÇÕES NO BRASIL EM 2014, A SUSTENTABILIDADE E A CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA

EDITORIAL

   O debate sobre estas eleições 2014 vem colocando em xeque concepções políticas, econômicas, sociais, étnicas, religiosas,  culturais, socioambientais que são históricas na formação da sociedade brasileira. Constituem um desafio para avançarmos qualitativamente em direção de uma civilização brasileira onde haja respeito à pessoa humana e todo meio ambiente. Um Brasil sustentável.
   Esta semana postamos no blog do Jornal O Ecoambiental, alguns pensamentos emblemáticos sobre algumas culturas, sobre líderes mundiais que quando nos referimos a eles sentimos que a humanidade merece ser valorizada.
   Nos debates dos presidenciáveis temos assistido como falar de determinados assuntos questiona as pessoas, cultura brasileira. Alguns destes assuntos que consideramos ligados a construção da sustentabilidade. Afinal qual é a sustentabilidade defendida pelas candidaturas a Presidência?
- Falar de pobreza ou em nome dos pobres é um apelo para votos. Todos sabemos que os programas sociais do governo são fundamentais para que a miséria no Brasil seja extinta. Contudo, sabemos que a pobreza é socioambientalmente construída. Ninguém quer ser pobre. Nenhum ser humano nasceu para ser pobre. Mas como falar da pobreza dá votos! O desafio é avançarmos em qualidade de vida de toda a população. Segundo o provérbio chinês, “é melhor dar a vara para pescar o peixe que entregar o peixe.”  A situação de miséria  e conflitos socioambientias do povo brasileiro é ultrajante, ainda uma das piores distribuições de riqueza do mundo, sendo o nosso País um dos maiores produtores de riqueza do Planeta. A necessidade de se manter e aperfeiçoar o  “bolsa família” é a prova taxativa destes conflitos. Quais são os caminhos para se tirar o povo brasileiro da miséria ?
- Quem escuta as propagandas eleitorais no rádio e tv, percebe nitidamente que “a política” é tida ainda como um meio de vida e não a oportunidade de se valorizar a vida de todos. Ouvir frases como “nunca fui político, mas com seu voto e com sua ajuda, quero ser político para lutar por você”. O que se percebe é que o dinheiro que se ganha para “fazer para o povo” fala mais alto. Muitos que trabalham para partidos e candidatos estão de fato buscando um emprego, uma forma de ganhar o mínimo dos três mil reais do salário mínimo necessário para uma família hoje sobreviver no Brasil, já que a Constituição é desrespeitada ao não se garantir um salário mínimo necessário a sobrevivência de uma família no Brasil. Quem consegue sustentar uma família com R$ 724,00 ?
- A política passa então a ser no imaginário da população, “a arte de mentir para o povo”. Quando na verdade poderia ser a arte mais nobre do ser humano de cuidar de sua espécie e de todo meio ambiente.
- Se formos dialogando sobre estas concepções político-ideológicas podemos comparar a pobreza e a política brasileira.
- Uma vez que a forma como agimos politicamente determina a qualidade de nossa vida e de nossos semelhantes, da população. A pobreza ou a extinção da pobreza é política. Refletindo sobre as grandes lideranças da humanidade como Madre Tereza de Calcutá que nos traz sabedoria:"a falta de amor é a maior de todas as pobrezas”.  O ódio é uma energia contrária ao amor que provoca a pobreza material, espiritual, afetiva, social, socioambiental nos seres humanos e em todo meio ambiente. A política é talvez um dos maiores instrumentos criados pelos humanos que poderia ser utilizada para a manifestação do amor do ser humano para com sua própria espécie.
- Outro debate emblemático: sobre “ser capaz”. Quem na verdade detém a capacidade de governar um País ? Quem está preparado? Ouvimos este questionamento, quando um metalúrgico ousou ser candidato a Presidência da República. Ouvimos isto quando uma mulher ousa ser candidata a Presidência. Ouvimos isto quando uma mulher negra ousa ser candidata a Presidência da República. Os argumentos são os mesmos utilizados nas últimas eleições presidenciais: “não é o momento”; “não está preparado”. Estas eleições são emblemáticas para analisarmos como a sociedade brasileira ainda é preconceituosa. Nina Rodrigues  fundamenta uma postura ideológica de algumas concepções da sociologia brasileira e que foram introjetadas na cultura ou aculturação dos brasileiros. Foi ele um médico e antropólogo, brasileiro que repercutiu teorias de que a biologia e a etnia definiam quem era capaz “superior” e incapaz “inferior”. Esta construção de conflito étnico está ainda mais do que nunca presente na sociedade brasileira, como de que as etnias, negras, indígenas, não brancas da sociedade brasileira estivessem predestinadas à escravidão e as brancas ao exercício do governo.
- Na reta final das eleições 2014, assistimos debates carregados de preconceitos que na verdade são o contrário “do exercício político pelo amor” que citamos de Madre Teresa.
- Pobreza, política, economia, cultura, igualdade da raça humana, estão em xeque na civilização brasileira. 

   A sustentabilidade é fundamentada na valorização da pessoa humana e de todo meio ambiente. Acreditamos que não existe saberes superiores, assim como etnias superiores. Existem etnias, saberes que se completam. Esta é a beleza da singularidade humana, da nossa espécie.

   Temos um grande desafio como Nação brasileira a definir nestas eleições. Podemos nos tornar de fato uma civilização brasileira elevando os debates dos candidatos a Presidência da República ou vamos continuar pensando o Brasil a partir de concepções de “superior” e “inferior”. De teorias de alguns autores da sociologia brasileira impregnadas de racismo, de pensamentos socioambientais do século XIX que ainda povoam a formação cognitiva da população brasileira.
  Nunca é demais lembrarmos a sabedoria de Nelson Mandela, palavras que nos ensinam a bondade e o amor que os seres humanos podem ter com sua própria espécie e o exercício da política:

“Ninguém nasce odiando um outro ser humano. Se aprendemos a odiar, podemos aprender a amar”.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

GESTÃO TERRITORIAL AMBIENTAL ESTRATÉGICA

SEMAD CRIA GT “GESTÃO TERRITORIAL AMBIENTAL ESTRATÉGICA” PARA INVESTIR EM SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS QUE PROMOVAM A MODERNIZAÇÃO NA GESTÃO AMBIENTAL E NA ANÁLISE DE PROCESSOS DE REGULARIZAÇÃO NO ESTADO
 
  No dia 19 de Setembro de 2014 foi publicada no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais a Resolução SEMAD n.º 2167, que cria o grupo de trabalho “Gestão Territorial Ambiental Estratégica”, com o objetivo de investir em soluções tecnológicas para promover a modernização na gestão ambiental e na análise de processos de regularização ambiental no Estado.
De acordo com a Resolução, são objetivos prioritários deste GT:

• Desenvolver ferramenta online na qual as informações ambientais existentes nos variados estudos ambientais sob gestão do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) serão disponibilizadas para os analistas ambientais para a avaliação e análise de processos de regularização ambiental em Minas Gerais;
 
• Realizar o mapeamento geoespacializado, com base em informações atualizadas e de qualidade atestada, de territórios de acordo com definição dos dirigentes do Sisema;
 
• Elaborar diagnóstico executivo com as potencialidades e fragilidades ambientais dos territórios definidos;
 
• Propor metas de qualidade ambiental para territórios para aplicação nas análises dos processos de regularização ambiental;
 
• Elaborar notas técnicas orientativas com diretrizes para definição de condicionantes ambientais e pontos de monitoramento nos territórios, para uso na regularização ambiental;
 
• Manter um banco de dados com informações estratégicas para subsidiar a tomada de decisões na execução das políticas públicas dos órgãos e entidades do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e do Estado de Minas Gerais.
 
O grupo terá o prazo de 2 (dois) anos, prorrogáveis por uma única vez, para desenvolver estes objetivos.
 
A coordenação geral dos trabalhos cabe ao Secretário de Estado Adjunto de Meio e Desenvolvimento Sustentável, ou alguém por ele designado. Os membros do Grupo de Trabalho serão designados pelo coordenador-geral, e, a seu critério, representantes das unidades administrativas do Sisema poderão ser convocados a participar dos trabalhos para colaborar na discussão e elaboração de temas específicos relacionados aos objetivos previstos.
 
Para o mapeamento dos territórios, o GTA contará com o suporte das entidades que compõem o Sisema e suas unidades administrativas.