segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

MUNDO PODE PERDER BARREIRAS DE CORAIS

 

Mundo pode perder barreiras de corais até o fim do século, aponta relatório da ONU

FONTE: ONU - BRASIL
  • Todos os recifes do corais do mundo podem sofrer branqueamento até o fim do século, a menos que haja uma drástica redução na emissão de gases de efeito estufa.
  • alerta é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
  • Os recifes de corais são extremamente importantes para sustentar uma grande variedade de vida marinha.
  • Eles também protegem as regiões costeiras de erosões provocadas por ondas e tempestades, reduzem carbono e nitrogênio e ajudam a reciclar nutrientes.
Grande Barreira de Corais: à esquerda, branqueado. À direita, antes do branqueamento.
Grande Barreira de Corais: à esquerda, branqueado. À direita, antes do branqueamento.

Todos os recifes do corais do mundo podem sofrer branqueamento até o fim do século, a menos que haja uma drástica redução na emissão de gases de efeito estufa. O alerta é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

“Se não houver ação, os recifes de coral irão desaparecer logo”, afirmou Letícia Carvalho, chefe da seção de marinha e água doce do PNUMA. “A humanidade precisa urgentemente agir com base em evidências, com ambição e com inovação para mudar a trajetória do ecossistema antes que seja tarde demais”, alertou.

Os recifes de corais são extremamente importantes para sustentar uma grande variedade de vida marinha. Eles também protegem as regiões costeiras de erosões provocadas por ondas e tempestades, reduzem carbono e nitrogênio e ajudam a reciclar nutrientes.

 A perda de corais teria consequências devastadoras não apenas para a vida marinha mas também para bilhões de pessoas em todo o mundo que se beneficiam direta ou indiretamente deles.

Quando a temperatura da água aumenta, os corais expelem microscópicas algas que vivem em seus tecidos. Este fenômeno é chamado branqueamento de coral. Embora branqueados, os corais ainda estão vivos e conseguem recapturar as algas se as condições melhorarem. Mas se o branqueamento persiste, os corais podem morrer.

O ultimo evento de branqueamento global começou em 2014 e se estendeu até 2017. Ele se espalhou pelos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico e foi o mais longo e destrutivo incidente do tipo já registrado.

Tartaruga nada em recife de coral nas Maldivas
Tartaruga nada em recife de coral nas Maldivas

No relatório Projeções para Condições Futuras de Branqueamento de Coral, o PNUMA elenca as ligações entre branqueamento de coral e mudança climática. Ele coloca dois cenários possíveis.

O primeiro considera uma economia mundial fortemente dirigida por combustíveis fósseis. Neste caso, o relatório estima que todos os corais seriam branqueados até o fim do século, com ocorrência severa em 2034, nove anos antes das previsões publicadas anteriormente. Isto marcaria um ponto sem retorno para os recifes, comprometendo sua habilidade de fornecer uma variedade de serviços de ecossistema, incluindo alimento, proteção costeira, remédios e oportunidades recreativas.

Já o segundo cenário imagina um meio termo, no qual os países excederiam suas promessas de limitar emissões de carbono pela metade. O relatório afirma que, neste caso, o branqueamento severo poderia ser adiado em 11 anos, para 2045.

O principal autor do estudo, Ruben van Hooidonk, um pesquisador de corais na Administração Nacional Oceânica e Atmosférica da América (NOAA, na sigla em inglês), disse que “a parte triste é que as projeções são mais terríveis do que antes”.

“Isto significa que precisamos realmente reduzir as emissões de carbono para salvar esses recifes. O relatório mostra que o que precisamos fazer é mais urgente e mais ação é necessária porque se não será pior do que pensávamos”, afirmou.

DIA MUNDIAL DO BRAILLE


Dia Mundial do Braille destaca importância de informação acessível

FONTE: ONU - BRASIL
  • As Nações Unidas celebram o Dia Mundial de Braille em 4 de janeiro, destacando a importância do sistema de comunicação tática universal para garantir a plena realização de direitos humanos para pessoas cegas ou com visão parcial.
  • As pessoas com deficiência visual têm mais chances de sofrer com a pobreza, a negligência e a violência. A pandemia do coronavírus e suas consequências, como lockdowns, tem piorado os desafios por elas enfrentados, ampliando o isolamento.
  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,2 bilhões de pessoas em todo o mundo tenham algum tipo de deficiência visual.
Criança com deficiência visual lê em Braille numa escola em Uganda.
Criança com deficiência visual lê em Braille numa escola em Uganda.

   As Nações Unidas celebram o Dia Mundial de Braille em 4 de janeiro, destacando a importância do sistema de comunicação tática universal para garantir a plena realização de direitos humanos para pessoas cegas ou com visão parcial.

  As pessoas com deficiência visual têm mais chances de sofrer com a pobreza, a negligência e a violência. A pandemia do coronavírus e suas consequências, como lockdowns, tem piorado os desafios por elas enfrentados, ampliando o isolamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,2 bilhões de pessoas em todo o mundo tenham algum tipo de deficiência visual e a metade delas poderia ter prevenido o problema.

   Braille e COVID-19 – A pandemia também evidenciou a importância de tornar a informação disponível em formatos acessíveis, incluindo Braille e formatos em áudio, para que todos possam ter informações vitais para se proteger e ajudar a reduzir o contágio da COVID-19.

A ONU tem implementado diversas boas práticas para promover uma resposta inclusiva na pandemia.

Em Malawi, por exemplo, o Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) produziu 4.050 materiais em Braille sobre prevenção da COVID-19, enquanto na Etiópia o Escritório da ONU para Direitos Humanos disseminou informação em áudio e materiais de comunicação e educacionais para profissionais de mídia, além de desenvolver versões em Braille.

   Da mesma maneira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) produziu notas de orientação em múltiplos idiomas e formatos acessíveis, incluindo Braille, com recomendações de respostas para a COVID-19 para crianças e adultos com deficiência. 

Dia Internacional – Observado anualmente no dia 4 de Janeiro, o Dia Mundial do Braille foi estabelecido pela Assembleia Geral da ONU em 2018. A data também marca o aniversário de nascimento de Louis Braille, que aos 15 anos inventou o sistema tátil de leitura e escrita para pessoas cegas ou com deficiência visual.

   A leitura em Braille é feita com as pontas dos dedos sobre combinações de 1 a 6 pontos em relevo que representam letras, números e símbolos musicais e matemáticos.

   A Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências cita o sistema universal como um meio de comunicação e o considera essencial para educação, liberdade de expressão e opinião, acesso a informação e inclusão social de quem o utiliza.

   Ele tem sido ajustado ao longo dos anos e em 1949 a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) tomou a iniciativa de promover uma pesquisa sobre o sistema e estabeleceu uma uniformidade para o Braille

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

FELIZ NATAL E 2021 ANO NOVO DE PROSPERIDADE

  

O Jornal Oecoambiental deseja a todos nossos leitores e leitoras e toda população um Feliz Natal de muita saúde, paz, amor, felicidades, vitórias e prosperidade.

   Um Ano Novo - 2021 de vitórias sobre a Covid 19, com a chegada e universalização das vacinas à toda população mundial.

  Que todas as pessoas possam se unir em defesa da melhoria da qualidade de vida de nossas comunidades.

 É preciso agir construindo um mundo sustentável através de ações que fazem a diferença socioambiental, de projetos e políticas de valorização da vida, da biodiversidade, de todos os seres humanos, do meio ambiente.

 Nosso Jornal Oecoambiental lança hoje nossa Campanha "Plante Árvores com o Jornal Oecoambiental."

  Estamos convidando as pessoas, comunidades, em nível local e global a este gesto simbólico e fundamental: plantar árvores.

  Seja em nossas residências, ruas, escolas, comunidades, cidades. 

   Um excelente Ano Novo - 2021 para todas as pessoas que lutam pela valorização da vida, promovem a paz, defendem o meio ambiente saudável e constroem um mundo melhor, mais justo, fraterno, solidário, sustentável.

   

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

UNICEF PEDE US$ 6,4 BILHÕES PARA FINANCIAMENTO DE EMERGÊNCIA PARA 190 MILHÕES DE CRIANÇAS


UNICEF pede US$ 6,4 bilhões para financiamento de emergência para 190 milhões de crianças afetadas por crises humanitárias e a pandemia 


FONTE : ONU - BRASIL
  • O UNICEF lançou o maior apelo de sua história para financiamento de emergência de US$ 6,4 bilhões a fim de alcançar 300 milhões de pessoas, incluindo mais de 190 milhões de crianças, com apoio e serviços essenciais até o final de 2021. O apelo representa um aumento de 35% sobre os fundos solicitados para 2020 e um reflexo da expansão das necessidades humanitárias globalmente em meio a crises prolongadas e a pandemia de COVID-19.
  • A pandemia continua a causar estragos na vida das crianças, principalmente as mais vulneráveis. Os serviços de vacinação de rotina para crianças foram interrompidos em mais de 60 países, enquanto quase 250 milhões de estudantes em todo o mundo ainda estão afetados pelo fechamento de escolas. Além disso, novas crises humanitárias surgiram em 2020.
Os irmãos sírgios Ahmad, 7 anos, e Saad, 5, carregam kit de higiene familiar no acampamento Fafin, zona rural do norte de Alepo
Os irmãos sírgios Ahmad, 7 anos, e Saad, 5, carregam kit de higiene familiar no acampamento Fafin, zona rural do norte de Alepo

O UNICEF lançou o maior apelo de sua história para financiamento de emergência de US$ 6,4 bilhões a fim de alcançar 300 milhões de pessoas, incluindo mais de 190 milhões de crianças, com apoio e serviços essenciais até o final de 2021. O apelo representa um aumento de 35% sobre os fundos solicitados para 2020 e um reflexo da expansão das necessidades humanitárias globalmente em meio a crises prolongadas e a pandemia de COVID-19.

"Quando uma pandemia devastadora coincide com conflito, mudança climática, desastre e deslocamento, as consequências para as crianças podem ser catastróficas", disse a diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore. "Hoje estamos enfrentando uma emergência de direitos da criança em que a COVID-19 e outras crises estão se combinando para privar crianças de sua saúde e bem-estar. Esta situação sem precedentes exige uma resposta igualmente sem precedentes. Estamos pedindo aos nossos doadores que se juntem a nós para que, juntos, possamos ajudar as crianças do mundo a superar os tempos mais sombrios e evitar uma geração perdida".

A pandemia de COVID-19 continua a causar estragos na vida das crianças, principalmente as mais vulneráveis. Os serviços de vacinação de rotina para crianças foram interrompidos em mais de 60 países, enquanto quase 250 milhões de estudantes em todo o mundo ainda estão afetados pelo fechamento de escolas. A instabilidade econômica está interrompendo serviços essenciais e tornando a sobrevivência mais difícil para as famílias e aumentando o risco de violência doméstica e de gênero.

Enquanto isso, novas crises humanitárias surgiram em 2020. O conflito na região de Tigray, na Etiópia, deixou 2,8 milhões de pessoas com necessidade urgente de assistência. Na província de Cabo Delgado, em Moçambique, mais de 425 mil pessoas, incluindo 191 mil crianças, foram deslocadas. Os relatos de assassinatos, sequestros, recrutamento e uso de crianças como soldados estão aumentando. Além disso, fortes tempestades devastaram comunidades vulneráveis na América Central e no Leste Asiático (Filipinas, Vietnã e Camboja), afetando 2,6 milhões e 13,4 milhões de crianças, respectivamente.

Ao mesmo tempo, a pandemia piorou emergências prolongadas em países como Afeganistão, Bangladesh, Burkina Faso, Líbia, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Ucrânia e Venezuela. O próximo mês de março marcará 10 anos de conflito na Síria e seis anos de conflito no Iêmen, deixando quase 17 milhões de crianças necessitando de assistência humanitária somente nesses dois países.

O número de desastres relacionados ao clima triplicou nos últimos 30 anos, ameaçando a segurança alimentar, aumentando a escassez de água, expulsando as pessoas de suas casas e aumentando o risco de conflitos e emergências de saúde pública. Estima-se que 36 milhões de crianças, mais do que nunca, vivem deslocadas devido a conflitos, violência e desastres. A desnutrição infantil está aumentando em países de todo o mundo.

Como parte de sua Ação Humanitária para as Crianças, que apresenta o apelo da agência para 2021, o UNICEF planeja alcançar:

  • 149 milhões de mulheres e meninas e 7,4 milhões de crianças com deficiência;
  • 6,3 milhões de crianças em tratamento para desnutrição aguda grave;
  • 27,4 milhões de crianças vacinadas contra o sarampo;
  • 45 milhões de pessoas com acesso a água potável para beber, cozinhar e higiene pessoal;
  • 19,2 milhões de crianças e cuidadores com acesso a saúde mental e apoio psicossocial;
  • 17 milhões de crianças e mulheres com acesso a intervenções de mitigação, prevenção ou resposta de risco à violência de gênero;
  • 93,3 milhões de crianças com educação formal ou não formal, incluindo aprendizagem precoce; e
  • 9,6 milhões de famílias com assistência em dinheiro.

Como parte de sua resposta à COVID-19, o UNICEF está ativando sua maciça operação de fornecimento e compras no lançamento e na distribuição de uma vacina, com foco na equidade para alcançar as crianças e famílias mais vulneráveis. Esse trabalho inclui a coordenação com as principais companhias aéreas e empresas de frete globais para intensificar os esforços para entregar vacinas a mais de 92 países ao redor do mundo assim que elas estiverem disponíveis. A agência também está coliderando esforços para ajudar a prontidão dos governos para implantar as vacinas – incluindo o posicionamento prévio de seringas, mapeamento de equipamentos da cadeia de frio e combate à desinformação.

Os cinco principais apelos por necessidades de financiamento para 2021 são para refugiados sírios (US$ 1 bilhão), Iêmen (US$ 576,9 milhões), República Democrática do Congo (US$ 384,4 milhões), Síria (US$ 330,8 milhões) e Venezuela (US$ 201,8 milhões).

Colocar as organizações nacionais e locais no centro das operações humanitárias é uma estratégia-chave na resposta humanitária do UNICEF. Os principais resultados em 2020 foram possíveis graças às parcerias do UNICEF com equipes humanitárias locais, agências da ONU, sociedade civil e organizações não governamentais, equipes de resposta nacionais e locais e parceiros de recursos. Os resultados notáveis incluem:

  • 1,5 milhão de crianças tratadas por desnutrição aguda grave;
  • 3,4 milhões de crianças vacinadas contra o sarampo;
  • 3 bilhões de pessoas alcançadas com mensagens sobre a COVID-19 relacionadas à prevenção e ao acesso a serviços;
  • 1,8 milhão de profissionais de saúde com equipamentos de proteção individual;
  • 45,5 milhões de famílias beneficiadas com medidas de assistência social novas ou adicionais fornecidas pelos governos para responder à COVID-19 com o apoio do UNICEF;
  • 2,5 milhões de kits de teste de COVID-19 fornecidos a 56 países.

DESINFORMAÇÃO SOBRE COVID-19 ENTRE IDOSOS

 

Desinformação sobre COVID-19: idosos são foco de atenção


FONTE: ONU - BRASIL

Cursos e palestras abordam a importância de oferecer informações confiáveis para os maiores de 65 anos, principais vítimas da desinformação.

A desinformação é um dos grandes inimigos no combate ao novo coronavírus. Compartilhar informações não checadas pode levar à morte. E os idosos – um dos grupos de risco da COVID-19 - são vítimas mais frequentes desse mal, pela falta de intimidade com as interfaces tecnológicas e a dificuldade em identificar fontes confiáveis num ambiente que não é muito familiar. É o que destaca a psicóloga Debora Noal, pesquisadora sobre saúde mental na COVID-19 pela FIOCRUZ. 

Em live realizada no canal da ONU no Youtube como parte da campanha global PAUSE, #PenseAntesDecompartilhar, Debora chamou a atenção para o fato de que os idosos nasceram em um mundo onde as referências tanto científicas como políticas eram muito bem estabelecidas, com os quais tinham vínculos. “Essa rapidez do mundo das informações traz descrença, mas também uma sensação de desatualização. Para o idoso, que tem uma outra forma de compreender o mundo, é mais difícil encontrar as vias de verificação para confrontar as informações com o embasamento científico.”

Pesquisas com dados do Facebook corroboram a análise de Debora. Um levantamento com usuários da rede social realizado pelas universidades de Princeton e de Nova York e publicado na revista Science Advances aponta que pessoas com mais de 65 anos compartilham, em média, sete vezes mais informações não checadas ou falsas que jovens entre 18 e 29 anos. O estudo analisou o padrão de comportamento de 3.500 usuários.

Foi pensando nisso que o Núcleo de Estudos da Terceira Idade da Universidade Federal de Santa Catarina desenvolveu um curso sobre fake news para pessoas com mais de 50 anos. Realizada em 2019 ao longo de 15 encontros presenciais– as atividades da Universidade estão suspensas por conta da pandemia -, a oficina era gratuita e prática. Os alunos trabalhavam diretamente nos computadores do laboratório, assistidos pelos profissionais do NETI.

A Fiocruz, no Rio de Janeiro, também enfoca o tratamento de idosos no programa de seu curso Saúde Comunitária: Uma Construção Para Todos. Voltado para o público morador de comunidade em área de vulnerabilidade socioambiental do Estado do Rio de Janeiro, o curso é todo on-line e possui um capítulo inteiro dedicado ao tema.

Como ajudar – É possível ajudar os idosos a não compartilhar a notícia no impulso. Debora Noal diz que por meio do afeto e da ciência é possível alertar o idoso de maneira saudável. “Explicar com carinho, amor e gentileza porque não se pode compartilhar automaticamente uma notícia e o risco que esta atitude impensada pode provocar”, ensina a psicóloga. “Com afeto e ciência conectados a gente consegue fazer uma grande diferença no mundo”, finaliza.

Assista aqui a live com Debora Noal.

DOIS TERÇOS DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR NO MUNDO NÃO TÊM ACESSO A INTERNET

 

Dois terços das crianças em idade escolar no mundo não têm acesso à internet em casa, aponta relatório do UNICEF-ITU

  • FONTE: ONU - BRASIL
  • Dois terços das crianças e dos adolescentes em idade escolar no mundo – ou 1,3 bilhão de meninas e meninos de 3 a 17 anos – não têm conexão à internet em suas casas, de acordo com um novo relatório conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da União Internacional de Telecomunicações (ITU).
  • O documento observa uma falta de acesso semelhante entre os jovens de 15 a 24 anos, com 759 milhões ou 63% sem conexão em casa. 
  • Atualmente, quase 250 milhões de estudantes em todo o mundo ainda estão afetados pelo fechamento das escolas devido à COVID-19. Sem acesso à internet, a educação também fica fora de alcance.

 

No Quênia, Elizabeth, de 12 anos, e Justin, de 10, seguem uma aula pela TV EDU. Morara, que está no jardim de infância, desenha.
No Quênia, Elizabeth, de 12 anos, e Justin, de 10, seguem uma aula pela TV. Morara, que está no jardim de infância, desenha.

Dois terços das crianças e dos adolescentes em idade escolar no mundo – ou 1,3 bilhão de meninas e meninos de 3 a 17 anos – não têm conexão à internet em suas casas, de acordo com um novo relatório conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da União Internacional de Telecomunicações (ITU).

O relatório Quantas crianças e jovens têm acesso à internet em casa? (How Many Children and Youth Have Internet Access at Home? – disponível somente em inglês) observa uma falta de acesso semelhante entre os jovens de 15 a 24 anos, com 759 milhões ou 63% sem conexão em casa.

"O fato de tantas crianças e tantos jovens não terem internet em casa é mais do que um vão digital – é um cânion digital", disse Henrietta Fore, diretora executiva do UNICEF. "A falta de conectividade não limita apenas a capacidade de crianças e jovens de se conectar online. Ela os impede de competir na economia moderna. Ela os isola do mundo. E com o fechamento das escolas, situação que hoje atinge milhões de meninas e meninos devido à Covid-19, essa falta de conectividade faz com que eles percam a educação. Resumindo: a falta de acesso à internet está custando o futuro à próxima geração".

Quase 250 milhões de estudantes em todo o mundo ainda estão afetados pelo fechamento das escolas devido à COVID-19, o que deixa centenas de milhões de meninas e meninos dependentes do aprendizado virtual. Para aqueles sem acesso à internet, a educação pode estar fora de alcance. Mesmo antes da pandemia, um grupo crescente de jovens precisava adquirir habilidades básicas, transferíveis, digitais, profissionais e empresariais para ser competitivo na economia do século 21.

A exclusão digital está perpetuando desigualdades que já dividem países e comunidades, observa o relatório. Crianças e jovens das famílias mais pobres, de países rurais e de baixa renda estão ficando ainda mais para trás em relação aos seus pares e têm muito poucas oportunidades de alcançá-los.

Globalmente, entre as crianças em idade escolar das famílias mais ricas, 58% têm conexão à internet em casa, em comparação com apenas 16% das famílias mais pobres. A mesma disparidade também existe entre os níveis de renda do país. Menos de uma em cada 20 crianças em idade escolar de países de baixa renda tem conexão com internet em casa, em comparação com quase 9 em cada 10 crianças em países de alta renda.

"Conectar as populações rurais continua sendo um desafio formidável", disse o secretário-geral da ITU, Houlin Zhao. "Conforme mostrado pelo relatório da ITU Medindo o desenvolvimento digital: Fatos e Números de 2020, grandes partes das áreas rurais não são cobertas por uma rede de banda larga móvel e menos residências rurais têm acesso à internet. A lacuna na adoção da banda larga móvel e no uso da internet entre países desenvolvidos e em desenvolvimento é especialmente grande, colocando quase 1,3 bilhão de crianças em idade escolar, principalmente de países de baixa renda e regiões rurais, em risco de perder sua educação por falta de acesso à internet em casa ".

Também existem disparidades geográficas dentro dos países e entre as regiões. Globalmente, cerca de 60% das crianças em idade escolar nas áreas urbanas não têm acesso à internet em casa, em comparação com cerca de três quartos das crianças em idade escolar nas áreas rurais. Crianças em idade escolar na África ao sul do Saara e na Ásia Meridional são as mais afetadas, com cerca de 9 em cada 10 crianças desconectadas.

No Timor Leste, garota acompanha aulas em plataforma online pelo celular durante pandemia da COVID-19.
No Timor Leste, garota acompanha aulas em plataforma online pelo celular durante pandemia da COVID-19.

Giga - No ano passado, o UNICEF e a ITU lançaram o Giga, uma iniciativa global para conectar todas as escolas e comunidades no entorno à internet. Trabalhando com governos, o Giga já mapeou mais de 800 mil escolas em 30 países. Com esses dados, a iniciativa trabalha com governos, indústria, setor civil e parceiros do setor privado para criar casos de investimento atraentes para financiamento público-privado combinado para construir a infraestrutura de conectividade necessária para implantar soluções de aprendizagem digital e outros serviços.

O Giga está agora colaborando com a iniciativa Reimagine a Educação e em coordenação com a Generation Unlimited. Por meio da Reimagine a Educação, o UNICEF visa enfrentar a crise de aprendizagem e transformar a educação, dando às crianças, aos adolescentes e aos jovens o mesmo acesso à aprendizagem digital de qualidade. A chave para conseguir isso é a conectividade universal com a internet. Já  a Generation Connect é uma iniciativa da ITU para capacitar os jovens para que se engajem e participem do mundo digital.

Embora os números do relatório do UNICEF-ITU apresentem um quadro alarmante, a situação provavelmente é pior devido a fatores de combinação, como acessibilidade, segurança e baixos níveis de habilidades digitais. De acordo com os dados mais recentes da ITU, as baixas habilidades digitais continuam a ser uma barreira para a participação significativa em uma sociedade digital, enquanto a telefonia móvel e o acesso à internet permanecem muito caros para muitos no mundo em desenvolvimento, como resultado de grandes disparidades no poder de compra.

Mesmo quando crianças e adolescentes têm uma conexão em casa, eles podem não conseguir acessá-la por causa da pressão para fazer tarefas domésticas ou para trabalhar, falta de dispositivos suficientes nas residências, meninas tendo menos ou nenhum acesso à internet ou falta de compreensão de como acessar oportunidades online. Também existem questões relacionadas à segurança online, uma vez que pais, mães e responsáveis podem estar inadequadamente preparados para manter seus filhos e filhas seguros.

O relatório completo pode ser acessado aqui. 

Sobre a ITU - A União Internacional de Telecomunicações (ITU) é a agência especializada das Nações Unidas em tecnologias de informação e comunicação (TICs), impulsionando a inovação em TICs, juntamente com 193 estados-membros e a adesão de mais de 900 empresas, universidades e organizações internacionais e regionais. Fundada em 1865, a ITU é o órgão intergovernamental responsável por coordenar o uso global compartilhado do espectro de rádio, promovendo a cooperação internacional na atribuição de órbitas de satélite, melhorando a infraestrutura de comunicação no mundo em desenvolvimento e estabelecendo os padrões mundiais que promovem uma interconexão contínua de uma vasta gama de sistemas de comunicação. De redes de banda larga a tecnologias sem fio de ponta, navegação aeronáutica e marítima, radioastronomia, monitoramento oceanográfico e baseado em satélite, bem como convergência de telefonia fixo-móvel, internet e tecnologias de transmissão, a ITU está comprometida em conectar o mundo. Para obter mais informações, visite www.itu.int.

Sobre Generation Unlimited - Generation Unlimited é uma parceria global multissetorial para atender à necessidade urgente de expansão de educação, treinamento e oportunidades de emprego para jovens de 10 a 24 anos, em uma escala sem precedentes. Saiba mais em www.generationunlimited.org

Sobre o Giga - Lançado pela ITU e o UNICEF em 2019, o Giga é uma iniciativa global para conectar todas as escolas à internet e todos os jovens a informações, oportunidades e opções. O objetivo é garantir que todas as crianças estejam equipadas com os bens públicos digitais de que precisam e com poderes para moldar o futuro que desejam. Para obter mais informações, visite www.gigaconnect.org.