segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

TURISMO SUSTENTÁVEL

 

Turismo sustentável ajuda a preservar comunidades rurais

FONTE: ONU - BRASIL
  • A pandemia da COVID-19 atingiu em cheio o setor de turismo, em especial o setor de viagens internacionais e as comunidades rurais que dependem de visitantes estrangeiros. Para construir uma volta melhor do turismo, é necessário torná-lo  mais sustentável e justo, promovendo destinos rurais não-tradicionais e criando meios de sustento mais resistentes para as comunidades locais.
  • Uma maneira de fazer isso é através do agroturismo, popular entre os viajantes porque proporciona vivências de tradições culturais e gastronômicas locais. Como em toda atividade turística, é necessário prevenir impactos negativos ao meio ambiente e aos recursos agrícolas. Por isso, a FAO e a Organização Mundial do Turismo trabalharão juntas para promover o turismo agrícola sustentável.
Arquipélago de Chiloé, no Chile, é exemplo de agroturismo sustentável
Arquipélago de Chiloé, no Chile, é exemplo de agroturismo sustentável

A pandemia da COVID-19 atingiu em cheio o setor de turismo. O setor de viagens internacionais, particularmente, sofreu um golpe que impactou as comunidades rurais onde os meios de sustento dependem de visitantes estrangeiros.  Mas, junto aos desafios, sempre vem uma oportunidade, e a oportunidade aqui é construir uma volta melhor do turismo: mais sustentável, mais justa, promovendo destinos rurais não-tradicionais e criando meios de sustento mais resistentes para as comunidades locais.

Uma maneira de fazer isso é através do agroturismo, que tem se tornado popular entre os viajantes porque proporciona vivências de tradições culturais e gastronômicas locais. O agroturismo beneficia agricultores e comunidades rurais, fornecendo oportunidades, diversificando atividades econômicas e criando novas demandas para os produtos agrícolas.

Como em toda atividade turística, um gerenciamento cuidadoso é necessário e sustentabilidade é a chave para prevenir impactos negativos ao meio-ambiente, aos recursos agrícolas, à biodiversidade e às vidas e culturas das pessoas dessas áreas.

Tendo isso em mente, a FAO e a Organização Mundial do Turismo (OMT) vão trabalhar juntas para promover o turismo agrícola sustentável como uma maneira promissora de impulsionar o desenvolvimento rural.

A parceria começará promovendo o agroturismo nas regiões dos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM), as quais representam não apenas belas paisagens naturais, mas também práticas agrícolas que criam meios de subsistência nas áreas rurais, combinando tradição e inovação de maneira única. 

Conheça quatro exemplos de regiões dos SIPAM onde o turismo sustentável pode aumentar o desenvolvimento, combater a pobreza e dar novas oportunidades de trabalho aos jovens.

Vinhas do Vale Soave, Itália - Colinas, casas antigas de fazendas e vinhas a perder de vista. Uma paisagem icônica da Itália. Soave, uma pequena região entre Verona e Veneza, é famosa pelos seus vinhos – na verdade, os vinhedos tradicionais da variedade local de uva, Garganega, proporcionam renda para mais de três mil famílias há 200 anos.

Agricultores da região ainda utilizam métodos tradicionais na condução das vinhas, com um método de gestão que equilibra o crescimento da videira com a qualidade da fruta para obter os melhores resultados. O resultado é um dos vinhos mais famosos da Itália, o Soave. Apesar de propriedades tipicamente pequenas ou micro, esta área tem conseguido garantir uma fonte de renda sustentável para os viticultores, produtores de vinho e engarrafadores, mesmo nos períodos mais desafiadores, graças à cooperação e inovação.

Por exemplo, para aumentar o lucro líquido do vinho e manter seu preço, a área recebeu da União Europeia a Denominação de Origem Protegida (DOP) em 1968, reconhecendo o produto por sua qualidade única no mundo inteiro. Além disso, os agricultores organizaram uma cooperativa de vinhas e criaram um sistema de cooperação complexo que garante a seus membros uma renda razoável a cada ano, apesar da flutuação de preços do mercado. A região continua a inovar, promovendo turismo local que emprega um número expressivo de funcionários de hotéis, restaurantes e vinícolas, gerando bom lucro.

Satoyama e Satoumi, Japão - A península de Noto é um microcosmo do tradicional Japão rural, onde montanhas, florestas e áreas costeiras se interligam formando um incrível sistema agrícola. O terreno montanhoso é intercalado com amplos vales e campos, todos cercados por uma costa de rocha vulcânica. A península é caracterizada por um mosaico de satoyama, ecossistemas de paisagem terrestre-aquática, e satoumi, ecossistemas marinhos-costeiros.

Únicos da península de Noto, os métodos tradicionais agrícolas e silvícolas, como a secagem de arroz, carvão e sal marinho, pesca tradicional e administração da água, são praticados há séculos. As comunidades de Noto estão trabalhando juntas para manter de forma sustentável as paisagens satoyama e satoumi e as tradições que sustentaram gerações por séculos. O governo nomeou a área como zona especial de turismo-verde e se esforça para aumentar a conscientização no local e promover o turismo de áreas urbanas. 

Agricultura Chiloé, Chile - Na região sul do Chile, caracterizada por ilhas e grandes e tranquilos trechos costeiros, repousam milhares de casas coloridas. Esse é o arquipélago de Chiloé, uma área de beleza natural e tradição, onde agricultores dedicam seu tempo e trabalho há milênios. Em 2011, também foi nomeado como uma área SIPAM por sua biodiversidade única e métodos agrícolas.

No passado, as mulheres rurais realizavam atividades de conservação da biodiversidade em suas hortas familiares e pequenas roças, sendo a batata uma das mais importantes. Na verdade, é em torno da batata que gira a vida de muitos moradores da Ilha. Está ligada às suas tradições culturais, práticas sociais ancestrais, crenças e mitologia – muitas das quais no alvorecer do terceiro milênio ainda estão em uso. Atualmente, o governo local desenvolve serviços turísticos rurais, produtos alimentícios e artesanato.

Terraços de arroz na China utilizam métodos inovadores de cultivo
Terraços de arroz na China utilizam métodos inovadores de cultivo

Terraços de arroz nas áreas montanhosas do Sul, China - Essas áreas montanhosas nas províncias do sul da China são conhecidas por suas paisagens deslumbrantes. Nelas os moradores utilizam alguns dos métodos mais inovadores de cultivo de arroz do mundo.

Os antigos colonos desta área construíram campos em terraços para a conservação de água, tornando possível o cultivo de arroz em áreas montanhosas. Esses fascinantes métodos de agricultura ainda são utilizados, e a China está promovendo o ecoturismo para estimular turistas a visitarem a região, entenderem as tradições e revitalizarem a economia rural. Os novos projetos de ecoturismo são uma estratégia para atenuar a pobreza nessas áreas rurais através de ajuda para as comunidades locais diversificarem a renda. O Airbnb e o governo local têm trabalhado juntos para treinar as comunidades locais na administração turística e em hospedagem.

MUNDO PODE PERDER BARREIRAS DE CORAIS

 

Mundo pode perder barreiras de corais até o fim do século, aponta relatório da ONU

FONTE: ONU - BRASIL
  • Todos os recifes do corais do mundo podem sofrer branqueamento até o fim do século, a menos que haja uma drástica redução na emissão de gases de efeito estufa.
  • alerta é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
  • Os recifes de corais são extremamente importantes para sustentar uma grande variedade de vida marinha.
  • Eles também protegem as regiões costeiras de erosões provocadas por ondas e tempestades, reduzem carbono e nitrogênio e ajudam a reciclar nutrientes.
Grande Barreira de Corais: à esquerda, branqueado. À direita, antes do branqueamento.
Grande Barreira de Corais: à esquerda, branqueado. À direita, antes do branqueamento.

Todos os recifes do corais do mundo podem sofrer branqueamento até o fim do século, a menos que haja uma drástica redução na emissão de gases de efeito estufa. O alerta é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

“Se não houver ação, os recifes de coral irão desaparecer logo”, afirmou Letícia Carvalho, chefe da seção de marinha e água doce do PNUMA. “A humanidade precisa urgentemente agir com base em evidências, com ambição e com inovação para mudar a trajetória do ecossistema antes que seja tarde demais”, alertou.

Os recifes de corais são extremamente importantes para sustentar uma grande variedade de vida marinha. Eles também protegem as regiões costeiras de erosões provocadas por ondas e tempestades, reduzem carbono e nitrogênio e ajudam a reciclar nutrientes.

 A perda de corais teria consequências devastadoras não apenas para a vida marinha mas também para bilhões de pessoas em todo o mundo que se beneficiam direta ou indiretamente deles.

Quando a temperatura da água aumenta, os corais expelem microscópicas algas que vivem em seus tecidos. Este fenômeno é chamado branqueamento de coral. Embora branqueados, os corais ainda estão vivos e conseguem recapturar as algas se as condições melhorarem. Mas se o branqueamento persiste, os corais podem morrer.

O ultimo evento de branqueamento global começou em 2014 e se estendeu até 2017. Ele se espalhou pelos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico e foi o mais longo e destrutivo incidente do tipo já registrado.

Tartaruga nada em recife de coral nas Maldivas
Tartaruga nada em recife de coral nas Maldivas

No relatório Projeções para Condições Futuras de Branqueamento de Coral, o PNUMA elenca as ligações entre branqueamento de coral e mudança climática. Ele coloca dois cenários possíveis.

O primeiro considera uma economia mundial fortemente dirigida por combustíveis fósseis. Neste caso, o relatório estima que todos os corais seriam branqueados até o fim do século, com ocorrência severa em 2034, nove anos antes das previsões publicadas anteriormente. Isto marcaria um ponto sem retorno para os recifes, comprometendo sua habilidade de fornecer uma variedade de serviços de ecossistema, incluindo alimento, proteção costeira, remédios e oportunidades recreativas.

Já o segundo cenário imagina um meio termo, no qual os países excederiam suas promessas de limitar emissões de carbono pela metade. O relatório afirma que, neste caso, o branqueamento severo poderia ser adiado em 11 anos, para 2045.

O principal autor do estudo, Ruben van Hooidonk, um pesquisador de corais na Administração Nacional Oceânica e Atmosférica da América (NOAA, na sigla em inglês), disse que “a parte triste é que as projeções são mais terríveis do que antes”.

“Isto significa que precisamos realmente reduzir as emissões de carbono para salvar esses recifes. O relatório mostra que o que precisamos fazer é mais urgente e mais ação é necessária porque se não será pior do que pensávamos”, afirmou.

DIA MUNDIAL DO BRAILLE


Dia Mundial do Braille destaca importância de informação acessível

FONTE: ONU - BRASIL
  • As Nações Unidas celebram o Dia Mundial de Braille em 4 de janeiro, destacando a importância do sistema de comunicação tática universal para garantir a plena realização de direitos humanos para pessoas cegas ou com visão parcial.
  • As pessoas com deficiência visual têm mais chances de sofrer com a pobreza, a negligência e a violência. A pandemia do coronavírus e suas consequências, como lockdowns, tem piorado os desafios por elas enfrentados, ampliando o isolamento.
  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,2 bilhões de pessoas em todo o mundo tenham algum tipo de deficiência visual.
Criança com deficiência visual lê em Braille numa escola em Uganda.
Criança com deficiência visual lê em Braille numa escola em Uganda.

   As Nações Unidas celebram o Dia Mundial de Braille em 4 de janeiro, destacando a importância do sistema de comunicação tática universal para garantir a plena realização de direitos humanos para pessoas cegas ou com visão parcial.

  As pessoas com deficiência visual têm mais chances de sofrer com a pobreza, a negligência e a violência. A pandemia do coronavírus e suas consequências, como lockdowns, tem piorado os desafios por elas enfrentados, ampliando o isolamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,2 bilhões de pessoas em todo o mundo tenham algum tipo de deficiência visual e a metade delas poderia ter prevenido o problema.

   Braille e COVID-19 – A pandemia também evidenciou a importância de tornar a informação disponível em formatos acessíveis, incluindo Braille e formatos em áudio, para que todos possam ter informações vitais para se proteger e ajudar a reduzir o contágio da COVID-19.

A ONU tem implementado diversas boas práticas para promover uma resposta inclusiva na pandemia.

Em Malawi, por exemplo, o Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) produziu 4.050 materiais em Braille sobre prevenção da COVID-19, enquanto na Etiópia o Escritório da ONU para Direitos Humanos disseminou informação em áudio e materiais de comunicação e educacionais para profissionais de mídia, além de desenvolver versões em Braille.

   Da mesma maneira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) produziu notas de orientação em múltiplos idiomas e formatos acessíveis, incluindo Braille, com recomendações de respostas para a COVID-19 para crianças e adultos com deficiência. 

Dia Internacional – Observado anualmente no dia 4 de Janeiro, o Dia Mundial do Braille foi estabelecido pela Assembleia Geral da ONU em 2018. A data também marca o aniversário de nascimento de Louis Braille, que aos 15 anos inventou o sistema tátil de leitura e escrita para pessoas cegas ou com deficiência visual.

   A leitura em Braille é feita com as pontas dos dedos sobre combinações de 1 a 6 pontos em relevo que representam letras, números e símbolos musicais e matemáticos.

   A Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências cita o sistema universal como um meio de comunicação e o considera essencial para educação, liberdade de expressão e opinião, acesso a informação e inclusão social de quem o utiliza.

   Ele tem sido ajustado ao longo dos anos e em 1949 a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) tomou a iniciativa de promover uma pesquisa sobre o sistema e estabeleceu uma uniformidade para o Braille

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

FELIZ NATAL E 2021 ANO NOVO DE PROSPERIDADE

  

O Jornal Oecoambiental deseja a todos nossos leitores e leitoras e toda população um Feliz Natal de muita saúde, paz, amor, felicidades, vitórias e prosperidade.

   Um Ano Novo - 2021 de vitórias sobre a Covid 19, com a chegada e universalização das vacinas à toda população mundial.

  Que todas as pessoas possam se unir em defesa da melhoria da qualidade de vida de nossas comunidades.

 É preciso agir construindo um mundo sustentável através de ações que fazem a diferença socioambiental, de projetos e políticas de valorização da vida, da biodiversidade, de todos os seres humanos, do meio ambiente.

 Nosso Jornal Oecoambiental lança hoje nossa Campanha "Plante Árvores com o Jornal Oecoambiental."

  Estamos convidando as pessoas, comunidades, em nível local e global a este gesto simbólico e fundamental: plantar árvores.

  Seja em nossas residências, ruas, escolas, comunidades, cidades. 

   Um excelente Ano Novo - 2021 para todas as pessoas que lutam pela valorização da vida, promovem a paz, defendem o meio ambiente saudável e constroem um mundo melhor, mais justo, fraterno, solidário, sustentável.

   

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

UNICEF PEDE US$ 6,4 BILHÕES PARA FINANCIAMENTO DE EMERGÊNCIA PARA 190 MILHÕES DE CRIANÇAS


UNICEF pede US$ 6,4 bilhões para financiamento de emergência para 190 milhões de crianças afetadas por crises humanitárias e a pandemia 


FONTE : ONU - BRASIL
  • O UNICEF lançou o maior apelo de sua história para financiamento de emergência de US$ 6,4 bilhões a fim de alcançar 300 milhões de pessoas, incluindo mais de 190 milhões de crianças, com apoio e serviços essenciais até o final de 2021. O apelo representa um aumento de 35% sobre os fundos solicitados para 2020 e um reflexo da expansão das necessidades humanitárias globalmente em meio a crises prolongadas e a pandemia de COVID-19.
  • A pandemia continua a causar estragos na vida das crianças, principalmente as mais vulneráveis. Os serviços de vacinação de rotina para crianças foram interrompidos em mais de 60 países, enquanto quase 250 milhões de estudantes em todo o mundo ainda estão afetados pelo fechamento de escolas. Além disso, novas crises humanitárias surgiram em 2020.
Os irmãos sírgios Ahmad, 7 anos, e Saad, 5, carregam kit de higiene familiar no acampamento Fafin, zona rural do norte de Alepo
Os irmãos sírgios Ahmad, 7 anos, e Saad, 5, carregam kit de higiene familiar no acampamento Fafin, zona rural do norte de Alepo

O UNICEF lançou o maior apelo de sua história para financiamento de emergência de US$ 6,4 bilhões a fim de alcançar 300 milhões de pessoas, incluindo mais de 190 milhões de crianças, com apoio e serviços essenciais até o final de 2021. O apelo representa um aumento de 35% sobre os fundos solicitados para 2020 e um reflexo da expansão das necessidades humanitárias globalmente em meio a crises prolongadas e a pandemia de COVID-19.

"Quando uma pandemia devastadora coincide com conflito, mudança climática, desastre e deslocamento, as consequências para as crianças podem ser catastróficas", disse a diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore. "Hoje estamos enfrentando uma emergência de direitos da criança em que a COVID-19 e outras crises estão se combinando para privar crianças de sua saúde e bem-estar. Esta situação sem precedentes exige uma resposta igualmente sem precedentes. Estamos pedindo aos nossos doadores que se juntem a nós para que, juntos, possamos ajudar as crianças do mundo a superar os tempos mais sombrios e evitar uma geração perdida".

A pandemia de COVID-19 continua a causar estragos na vida das crianças, principalmente as mais vulneráveis. Os serviços de vacinação de rotina para crianças foram interrompidos em mais de 60 países, enquanto quase 250 milhões de estudantes em todo o mundo ainda estão afetados pelo fechamento de escolas. A instabilidade econômica está interrompendo serviços essenciais e tornando a sobrevivência mais difícil para as famílias e aumentando o risco de violência doméstica e de gênero.

Enquanto isso, novas crises humanitárias surgiram em 2020. O conflito na região de Tigray, na Etiópia, deixou 2,8 milhões de pessoas com necessidade urgente de assistência. Na província de Cabo Delgado, em Moçambique, mais de 425 mil pessoas, incluindo 191 mil crianças, foram deslocadas. Os relatos de assassinatos, sequestros, recrutamento e uso de crianças como soldados estão aumentando. Além disso, fortes tempestades devastaram comunidades vulneráveis na América Central e no Leste Asiático (Filipinas, Vietnã e Camboja), afetando 2,6 milhões e 13,4 milhões de crianças, respectivamente.

Ao mesmo tempo, a pandemia piorou emergências prolongadas em países como Afeganistão, Bangladesh, Burkina Faso, Líbia, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Ucrânia e Venezuela. O próximo mês de março marcará 10 anos de conflito na Síria e seis anos de conflito no Iêmen, deixando quase 17 milhões de crianças necessitando de assistência humanitária somente nesses dois países.

O número de desastres relacionados ao clima triplicou nos últimos 30 anos, ameaçando a segurança alimentar, aumentando a escassez de água, expulsando as pessoas de suas casas e aumentando o risco de conflitos e emergências de saúde pública. Estima-se que 36 milhões de crianças, mais do que nunca, vivem deslocadas devido a conflitos, violência e desastres. A desnutrição infantil está aumentando em países de todo o mundo.

Como parte de sua Ação Humanitária para as Crianças, que apresenta o apelo da agência para 2021, o UNICEF planeja alcançar:

  • 149 milhões de mulheres e meninas e 7,4 milhões de crianças com deficiência;
  • 6,3 milhões de crianças em tratamento para desnutrição aguda grave;
  • 27,4 milhões de crianças vacinadas contra o sarampo;
  • 45 milhões de pessoas com acesso a água potável para beber, cozinhar e higiene pessoal;
  • 19,2 milhões de crianças e cuidadores com acesso a saúde mental e apoio psicossocial;
  • 17 milhões de crianças e mulheres com acesso a intervenções de mitigação, prevenção ou resposta de risco à violência de gênero;
  • 93,3 milhões de crianças com educação formal ou não formal, incluindo aprendizagem precoce; e
  • 9,6 milhões de famílias com assistência em dinheiro.

Como parte de sua resposta à COVID-19, o UNICEF está ativando sua maciça operação de fornecimento e compras no lançamento e na distribuição de uma vacina, com foco na equidade para alcançar as crianças e famílias mais vulneráveis. Esse trabalho inclui a coordenação com as principais companhias aéreas e empresas de frete globais para intensificar os esforços para entregar vacinas a mais de 92 países ao redor do mundo assim que elas estiverem disponíveis. A agência também está coliderando esforços para ajudar a prontidão dos governos para implantar as vacinas – incluindo o posicionamento prévio de seringas, mapeamento de equipamentos da cadeia de frio e combate à desinformação.

Os cinco principais apelos por necessidades de financiamento para 2021 são para refugiados sírios (US$ 1 bilhão), Iêmen (US$ 576,9 milhões), República Democrática do Congo (US$ 384,4 milhões), Síria (US$ 330,8 milhões) e Venezuela (US$ 201,8 milhões).

Colocar as organizações nacionais e locais no centro das operações humanitárias é uma estratégia-chave na resposta humanitária do UNICEF. Os principais resultados em 2020 foram possíveis graças às parcerias do UNICEF com equipes humanitárias locais, agências da ONU, sociedade civil e organizações não governamentais, equipes de resposta nacionais e locais e parceiros de recursos. Os resultados notáveis incluem:

  • 1,5 milhão de crianças tratadas por desnutrição aguda grave;
  • 3,4 milhões de crianças vacinadas contra o sarampo;
  • 3 bilhões de pessoas alcançadas com mensagens sobre a COVID-19 relacionadas à prevenção e ao acesso a serviços;
  • 1,8 milhão de profissionais de saúde com equipamentos de proteção individual;
  • 45,5 milhões de famílias beneficiadas com medidas de assistência social novas ou adicionais fornecidas pelos governos para responder à COVID-19 com o apoio do UNICEF;
  • 2,5 milhões de kits de teste de COVID-19 fornecidos a 56 países.

DESINFORMAÇÃO SOBRE COVID-19 ENTRE IDOSOS

 

Desinformação sobre COVID-19: idosos são foco de atenção


FONTE: ONU - BRASIL

Cursos e palestras abordam a importância de oferecer informações confiáveis para os maiores de 65 anos, principais vítimas da desinformação.

A desinformação é um dos grandes inimigos no combate ao novo coronavírus. Compartilhar informações não checadas pode levar à morte. E os idosos – um dos grupos de risco da COVID-19 - são vítimas mais frequentes desse mal, pela falta de intimidade com as interfaces tecnológicas e a dificuldade em identificar fontes confiáveis num ambiente que não é muito familiar. É o que destaca a psicóloga Debora Noal, pesquisadora sobre saúde mental na COVID-19 pela FIOCRUZ. 

Em live realizada no canal da ONU no Youtube como parte da campanha global PAUSE, #PenseAntesDecompartilhar, Debora chamou a atenção para o fato de que os idosos nasceram em um mundo onde as referências tanto científicas como políticas eram muito bem estabelecidas, com os quais tinham vínculos. “Essa rapidez do mundo das informações traz descrença, mas também uma sensação de desatualização. Para o idoso, que tem uma outra forma de compreender o mundo, é mais difícil encontrar as vias de verificação para confrontar as informações com o embasamento científico.”

Pesquisas com dados do Facebook corroboram a análise de Debora. Um levantamento com usuários da rede social realizado pelas universidades de Princeton e de Nova York e publicado na revista Science Advances aponta que pessoas com mais de 65 anos compartilham, em média, sete vezes mais informações não checadas ou falsas que jovens entre 18 e 29 anos. O estudo analisou o padrão de comportamento de 3.500 usuários.

Foi pensando nisso que o Núcleo de Estudos da Terceira Idade da Universidade Federal de Santa Catarina desenvolveu um curso sobre fake news para pessoas com mais de 50 anos. Realizada em 2019 ao longo de 15 encontros presenciais– as atividades da Universidade estão suspensas por conta da pandemia -, a oficina era gratuita e prática. Os alunos trabalhavam diretamente nos computadores do laboratório, assistidos pelos profissionais do NETI.

A Fiocruz, no Rio de Janeiro, também enfoca o tratamento de idosos no programa de seu curso Saúde Comunitária: Uma Construção Para Todos. Voltado para o público morador de comunidade em área de vulnerabilidade socioambiental do Estado do Rio de Janeiro, o curso é todo on-line e possui um capítulo inteiro dedicado ao tema.

Como ajudar – É possível ajudar os idosos a não compartilhar a notícia no impulso. Debora Noal diz que por meio do afeto e da ciência é possível alertar o idoso de maneira saudável. “Explicar com carinho, amor e gentileza porque não se pode compartilhar automaticamente uma notícia e o risco que esta atitude impensada pode provocar”, ensina a psicóloga. “Com afeto e ciência conectados a gente consegue fazer uma grande diferença no mundo”, finaliza.

Assista aqui a live com Debora Noal.