terça-feira, 24 de novembro de 2015

MOSTRA ENCANTO DOS PÁSSAROS - LIBERDADE E ÁGUA LIMPA

UM EVENTO SOCIOAMBIENTAL
 QUE VALORIZOU O SER HUMANO E TODO MEIO AMBIENTE

Participação da economia solidária - Mostra Encanto dos Pássaros - Foto: Pedro Luis


 EDITORIAL


     A Mostra Encanto dos Pássaros – Liberdade e Água Limpa - realizada no sábado do dia 21 de novembro foi um sucesso. Promovida pelo Jornal O Ecoambiental, que surgiu da prática de sociologia da UFMG, através dos cursos de educação ambiental: O Cidadão e o Meio Ambiente.  Foi gratificante dar continuidade ao nosso diálogo permanente com a população, através da comunicação e educação socioambiental.  Divulgamos a importância de construirmos juntos, como comunidade,    uma cultura de cultivo e consumo de alimentos sem agrotóxicos. Os debates da COP 21.  Procuramos divulgar através de cartilhas alguns valores da produção orgânica como:
- Uso de práticas sustentáveis que possibilitem a redução da contaminação, degradação e desperdícios do solo, da água e do ar.
- Manutenção de solos vivos e férteis com práticas que promovam o desenvolvimento harmônico e equilibrado de sua atividade biológica.
- Oferta de produtos saudáveis e isentos de contaminantes que possam colocar em risco o meio ambiente e a saúde do produtor, do trabalhador e do consumidor.
   Um dia antes da realização de nosso evento havia uma apreensão por causa das chuvas torrenciais de sexta-feira. Não choveu no sábado, ainda que o show das previsões nas TVs e internet informassem que haveria chuva. Este desencontro seria fruto das mudanças climáticas ou de nossa Fé em Deus  ?  Confiantes no Patrocínio de São Pedro, à medida em que as horas do dia avançavam o sol foi surgindo iluminando nosso trabalho. Podemos presenciar famílias que trouxeram seus filhos ainda nos carrinhos de bebês. Jovens e adultos prestaram sua solidariedade a população de Mariana e do Vale do Rio Doce.
Comunidade de Santa Efigênia - Mostra Encanto dos Pássaros - Foto: Pedro Luis

    Em um recente editorial havíamos mencionado que os problemas de meio ambiente precisam ser evitados através dos princípios da precaução e prevenção da sociologia,  cujo foco de trabalho denominou: socioambiental e do direito ambiental.  Os problemas de meio ambiente atinge principalmente a população mais pobre. O que não tira a responsabilidade de construção de um meio ambiente saudável para todas as classes sociais.  Para vencermos estes problemas precisamos nos unir,  agir, individual e coletivamente.
    O Jornal O Ecoambiental impresso traz uma matéria de como plantar alimentos orgânicos em casas e apartamentos. Enquanto não conquistamos em nossa cidade mais feiras, com preços e oferta de produtos  orgânicos acessíveis para toda a população, precisamos dar um passo: plantar sem agrotóxicos. Convidamos a todos a dar este passo a partir de onde moramos:  plantar alimentos orgânicos em casas, apartamentos, áreas comuns de condomínios, terraço de edifícios. Cultivar esta cultura de vida sem agrotóxicos.  Plantar além de ser uma terapia, nos aproxima da realidade do tempo de plantar e colher. Melhorar o meio ambiente aonde moramos.  Equilibrarmos nosso ambiente, em casa, para que as plantas, verduras e frutas possam se desenvolver com qualidade e todos nós seres humanos tenhamos uma qualidade de vida de fato melhor.
   Em recente entrevista que realizamos com um técnico da Emater, ele nos disse que as pragas aparecem nas lavouras, quando o ambiente de plantio (fauna e flora)  não está harmonizados.
  Como o Papa Francisco alertou em sua Encíclica de meio ambiente, uma ação simbólica nos gratificou, que foi fazer algo para trazer mais humanidade a nossa cidade. Muito nos constrange como seres humanos andar pelas ruas de Belo Horizonte e constatar o número crescente de mendigos e moradores  de rua. Muitas vezes nos sensibilizamos em cuidar de animais domésticos como se fossem seres humanos e não percebemos nossa própria espécie degradada nas ruas. O que reflete a alienação socioambiental da maioria da população. Assim também agimos quando não nos importamos enquanto sociedade em limpar as águas sujas de rios, lagos e oceanos. Quando insistem que a população consuma sem limites e frustre a existência de muitos pelo não ter, o ser fica relegado a último plano.  O triste acontecimento de Mariana deve nos levar a uma reflexão para percebermos quantos problemas ambientais estão a nossa volta e que necessitamos agir para resolve-los, enquanto há tempo. 
   Com tanto rejeito de minério expondo as feridas de Minas Gerais, que extrai e exporta tanto ouro e mantêm o povo na miséria, o olhar para os mendigos e moradores de rua que dormem ao relento nas calçadas de BH é uma vitória para nosso evento socioambiental.
     O Jornal O Ecoambiental agradece a comunidade de Santa Efigênia, a Paróquia de Santa Efigênia, ao  Grupo de Escoteiros que estiveram presentes, recolhendo doações de águas para a região de Mariana e do Rio Doce, atingidos pela devastação socioambiental da lama de rejeito de minério.  Agradecemos a nossa comunidade que doou alimentos para a Casa Anawim que realiza um trabalho quase anônimo de dar café aos mendigos e moradores de rua de Belo Horizonte. Ao grupo de economia solidária presente em nossa mostra, ao Adenilson representando a produção orgânica de alimentos. Ao apoio do Bloco Liberdade e Água Limpa, e o Bloco Metralhas,  a Maria Ephigênia, a Mercearia Santo Antônio do Mercado Central de Belo Horizonte, a Luzia e o Paulo,  aos comerciantes locais:  Cláudio Omelete, os irmãos Carlinhos e Cláudio, a Cia do Xerox – Eduardo e Maria Helena, Lucas,  a Somel e Banda, ao Melquíades Barbosa, ao Sr. Antônio eletrecista, a Cemig, BH Trans, PMMG, Guarda Municipal de BH,  Corpo de Bombeiros de MG, a PBH, a Christine e ao mestre Paco Pigalle,  fazemos votos que no mundo, a Paz seja vitoriosa,   a irmã Dulce da Casa Anawim.
    A criminosa e excludente concentração de renda do Brasil, uma das piores do mundo, insiste em perdurar, em um País onde  existem solos tão ricos,  ações simbólicas como a Mostra Encanto dos Pássaros- Liberdade e Água Limpa, questiona: por que deixamos pessoas nas ruas e não consideramos isto um problema socioambiental urgente para ser resolvido ?  Assim como as águas cada dia mais poluídas pela ação humana ? O desmatamento da Amazônia, da Mata Atlântica. Ainda perduram conflitos com as culturas indígenas, como a recente devastação de peixes e degradação do Rio Doce atingindo os índios Krenak e a população local.  É preciso uma olhar para valorizar as culturas presentes em nosso País como as comunidades quilombolas e populações tradicionais.  Perduram os questionamentos de ainda não temos feiras  orgânicas em todos os bairros de Belo Horizonte, com preços acessíveis para todos.  Por que tanta dificuldade de realizarmos um evento que aborda o tema das mudanças climáticas que é fundamental para que possamos implantar medidas de precaução na sociedade. Por que este debate está  distante da maioria da população ?

   O Jornal O Ecoambiental trabalha pela valorização da sociedade civil. Ainda há tempo para corrigirmos como sociedade nossos erros. Então vamos nos unir para vencermos tantos conflitos que os seres humanos estão criando. Maltratando o meio ambiente, transferindo nossa responsabilidade socioambiental para outros,  estamos maltratando a nós mesmos. Cada um de nós tem algo de bom como ser humano. Que possamos unir o que há de melhor em cada pessoa para valorizarmos nossa espécie e todo o meio ambiente.

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