terça-feira, 6 de julho de 2021

REDUÇÃO DO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS - DIMINUEM IMPACTOS CLIMÁTICOS

 

Reduzir o desperdício de alimentos é uma das maneiras mais fáceis de diminuir o impacto climático pessoal

Fonte: ONU - BRASIL
  • Cerca de 10% de todas as emissões de gases de efeito estufa vêm da produção de alimentos que são jogados fora, de acordo com um relatório do Programa da Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
  • Para especialistas do programa da ONU, reduzir o desperdício de alimentos em casa é uma das maneiras mais fáceis de diminuir o impacto climático pessoal. "Você come - e toma decisões alimentares - pelo menos três vezes ao dia", explica o especialista em sistemas alimentares do PNUMA, Clementine O'Connor. 
  • Ele dá algumas dicas simples para reduzir o desperdício alimentar. Entre elas, comprar apenas o que realmente for necessário, usar tudo o que comprar com receitas criativas e aproveitar bem o freezer para congelar alimentos e sobras.
legumes murchos
Receitas criativas que utilizam partes de alimentos que iriam para o lixo são uma das dicas para diminuir o desperdício, que é estimado em um bilhão de toneladas, ou 17% de todo alimento comprado

Um relatório lançado em março pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) descobriu que o mundo está mergulhado numa epidemia de desperdício de alimentos. Em 2019, os consumidores jogaram fora quase um bilhão de toneladas de alimentos, ou 17% de toda a comida que compraram.

"Se você pode imaginar 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregados - pára-choque com pára-choque, o suficiente para circular a Terra sete vezes - então é disso que estamos falando", ilustra o analista da organização sem fins lucrativos WRAP, Tom Quested.

"Alimentos não consumidos são um puro desperdício de energia e recursos que poderiam ser melhor aproveitados", reforça o

Quested e O'Connor são autores do Índice de Desperdício de Alimentos 2021. Entre os dados do levantamento coordenado por eles, destaca-se que em todo mundo, antes mesmo da crise gerada pela COVID-19, 690 milhões de pessoas estavam subnutridas. Três bilhões de pessoas não tinham condições de manter uma dieta saudável. Além disso, cerca de 10% de todas as emissões de gases de efeito estufa vêm da produção de alimentos que são jogados fora.

"O desperdício de alimentos gera todos os impactos ambientais da produção de alimentos (uso intensivo e poluição da terra e dos recursos hídricos, exacerbação da perda de biodiversidade, emissões de gases de efeito estufa) sem nenhum dos benefícios de alimentar as pessoas", analisa Quested ao explicar a relação entre o desperdício e as alterações climáticas.

O conceito de desperdício inclui o alimento que é jogado fora pelas famílias (61%), pelos serviços de alimentação (26%) e pelo varejo (13%). De acordo com o relatório, os níveis de desperdício per capita familiar são similares em países da alta e de média renda.  Por isso, o PNUMA está lançando Grupos de Trabalho Regionais de Resíduos de Alimentos na América Latina e Caribe, África, Ásia Ocidental e Ásia-Pacífico.

"Reduzir o desperdício de alimentos em casa é uma das maneiras mais fáceis de reduzir o impacto climático pessoal", explica O’Connor. "Você come - e toma decisões alimentares - pelo menos três vezes ao dia", acrescenta. 

Dicas simples - Entre as dicas do especialista do PNUMA para evitar o desperdício alimentar estão comprar apenas o que realmente for necessário, usar tudo o que comprar e aproveitar bem o freezer para congelar alimentos e sobras.

Para colocar em prática estas dicas, O'Connor recomenda sempre ter uma lista de compras, evitar compras por impulso, e comprar alimentos frescos com frequência. Além disso, ele sugere descobrir novas receitas criativas para utilizar as sobras de alimentos e cozinhar receitas com medidas precisas. Em um restaurante, o especialista sugere por sempre optar por porções menores ou por levar para casa o que sobrou no prato.

Metas para 2030 - O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12, em sua meta 12.3, visa reduzir pela metade o desperdício global de alimentos per capita no varejo e no consumidor e diminuir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo perdas pós-colheita até 2030.

Para acompanhar o progresso dessa meta, o PNUMA envia a cada dois anos um questionário para os Escritórios Nacionais de Estatística e Ministérios do Meio Ambiente. Os dados são disponibilizados publicamente na Base de Dados Global ODS e no Relatório do Índice de Resíduos Alimentares do PNUMA, que será publicado em intervalos regulares até 2030. O próximo questionário será enviado aos Estados Membros em setembro de 2022, e os resultados serão relatados ao SDG Global Database em fevereiro de 2023.

Sobre o relatório - O relatório do Índice de Desperdício Alimentar do PNUMA foi publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) com o apoio do WRAP, uma organização não governamental que trabalha para garantir que os recursos naturais do mundo sejam usados ​​de forma sustentável.

Como guardião do indicador da meta 12.3 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável sobre perda e desperdício de alimentos, o PNUMA desenvolveu o índice para ajudar os países a acompanhar o progresso. O trabalho faz parte dos esforços globais do PNUMA para incentivar o consumo e a produção sustentáveis ​​de alimentos e contribui para a Iniciativa Básica sobre Perda e Desperdício de Alimentos do Programa de Sistemas Alimentares Sustentáveis ​​da One Planet Network. A campanha pública de longa data do PNUMA sobre desperdício de alimentos, Think Eat Save, publica orientações para programas de prevenção de desperdício de alimentos para países e empresas.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

EDITORIAL

 



EDITORIAL

 

  É preciso Fé em meio à degradação

 

  O que significa Fé? Uma crença, um sentido para a vida, um ideal, compartilhar propósitos de vida. Mesmo com tamanha degradação socioambiental diante da pandemia, alguns seres de nossa espécie humana relutam em dar um salto de qualidade para conquista de um mundo melhor, sustentável. Dizemos “alguns”,  porque um indicador da degradação desta pandemia é o aumento das desigualdades socioambientais. Sempre penalizando a maior parte da população mundial.

   Haja vista os conflitos étnicos, a luta dos Povos Indígenas pela demarcação de suas terras, as consequências danosas das mudanças climáticas sobre os Continentes, a humanidade que ainda tem que superar o racismo, a intolerância étnica, a luta do número crescente de refugiados que procuram exercer o direito humano a uma vida digna, e ainda com esta pandemia, a falta de vacinas para todos os povos com igualdade, o desafio de vencer a fome e miséria crescente que atinge a maior parte da população mundial. Os desafios de zerar as emissões de CO2 na atmosfera, de parar o desmatamento predatório, de despoluir as águas, do saneamento básico universalizado, de se acabar com lixões, de reduzir o consumo irracional. É necessário uma educação ambiental que respeite a diversidade cultural, étnica que valorize a vida.

   É preciso que nós seres humanos voltemos para nós mesmos em busca de algo de bom que existe em cada um de nós. Fortalecer essa essência do que podemos ser de melhor.  O sofrimento causado pela pandemia nas sociedades, cobra de cada um de nós aprender com os erros.

   Nosso Jornal Oecoambiental está plantando árvores, mas não imaginávamos que seria preciso aprender a dialogar com as pessoas e instituições a plantarem árvores conosco. Uma consciência dos problemas que a humanidade atravessa só pode ser conquistada com uma introspecção do que de bom trazemos e reconhecemos em cada um de nós. Muitos ainda pensam, como no passado, que os problemas de meio ambiente não são problemas de cada um de nós, das sociedades, socioambientais. Mesmo assim, felizmente, podemos vivenciar como é bom plantar uma árvore exercendo um pensamento de gratidão. 

 Se ao nascermos encontramos um planeta habitável, com florestas, água, ar, natureza, somos privilegiados. Devemos lutar sim hoje e acreditar que é possível conquistar novos caminhos de sustentabilidade.  Não temos direito, dentre todas as espécies da Terra, de destruir o que não construímos, pois a beleza da Terra já existia antes da lógica predatória de algumas pessoas e sociedades.

   A pandemia que adoece os seres humanos é um sofrido aprendizado de que não temos direito de continuar adoecendo a Terra. As relações humanas, socioambientais adoeceram, e é preciso que conquistemos caminhos, “vacinas” para curar, como muitos povos nos ensinam, “as feridas” que provocamos na Terra, nas sociedades, no meio ambiente. 

Dar muito mais audiência ao que de bom podemos criar, compartilhar e construir juntos. 

   Queremos liberdade para andar sem máscaras, sem pandemia, mas para isso é preciso  deixar de degradar os seres humanos, o meio ambiente.  É preciso vencer o interior de cada um de nós que ainda reluta em valorizar nossa humanidade e o meio ambiente.  Pois chegamos a este caos justamente pelo egoísmo ilimitado de algumas pessoas.

 Acreditamos que é preciso conquistar novos caminhos. Plantar o maior número de árvores que conseguirmos e esperança. É um bom caminho. Esperança traduzida em atitudes de conquista de novos caminhos em direção a um meio ambiente mais saudável, socioambientalmente mais justo e sustentável para todos.



TORÉ, ALDEIA XUCURU KARIRI