sexta-feira, 20 de agosto de 2021

SONS DA NATUREZA

 SONS DA NATUREZA:

https://www.youtube.com/watch?v=CvcL_CQhsx4



OS RISCOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS PARA AS CRIANÇAS

Fonte: ONU - BRASIL

UM BILHÃO DE CRIANÇAS ESTÃO EXPOSTAS A CHOQUES CLIMÁTICOS DE RISCO EXTREMO, REVELA UNICEF
  • De acordo com o primeiro índice de risco climático do UNICEF, meninas e meninos na República Centro-Africana, no Chade e na Nigéria são os mais expostos às mudanças climáticas.
  • Focado nas crianças e adolescentes, trata-se da primeira análise abrangente do tipo e classifica os países com base na exposição das crianças a choques climáticos e ambientais, como ciclones e ondas de calor, bem como sua vulnerabilidade.
  • Aproximadamente 1 bilhão de crianças e adolescentes – quase metade dos 2,2 bilhões de meninas e meninos do mundo – vivem em um dos 33 países classificados como de "risco extremamente elevado". 
  • O relatório também revela uma desconexão entre onde as emissões de gases de efeito estufa são geradas e onde crianças e adolescentes estão sofrendo os impactos climáticos mais significativos. 
  • Os 33 países de "risco extremamente alto" emitem coletivamente apenas 9% das emissões globais de CO2. Por outro lado, os dez países com as maiores emissões representam, em conjunto, quase 70% das emissões globais.

Fonte: ONU - BRASIL
Legenda: Em 21 de fevereiro de 2021, um menino e sua mãe caminham através das águas em uma área afetada por enchentes no leste de Jacarta, Indonésia.
Foto: © Wilander/UNICEF

UM BILHÃO DE CRIANÇAS ESTÃO EXPOSTAS A CHOQUES CLIMÁTICOS DE RISCO EXTREMO, REVELA UNICEF


  • De acordo com o primeiro índice de risco climático do UNICEF, meninas e meninos na República Centro-Africana, no Chade e na Nigéria são os mais expostos às mudanças climáticas.
  • Focado nas crianças e adolescentes, trata-se da primeira análise abrangente do tipo e classifica os países com base na exposição das crianças a choques climáticos e ambientais, como ciclones e ondas de calor, bem como sua vulnerabilidade.
  • Aproximadamente 1 bilhão de crianças e adolescentes – quase metade dos 2,2 bilhões de meninas e meninos do mundo – vivem em um dos 33 países classificados como de "risco extremamente elevado". 
  • O relatório também revela uma desconexão entre onde as emissões de gases de efeito estufa são geradas e onde crianças e adolescentes estão sofrendo os impactos climáticos mais significativos. 
  • Os 33 países de "risco extremamente alto" emitem coletivamente apenas 9% das emissões globais de CO2. Por outro lado, os dez países com as maiores emissões representam, em conjunto, quase 70% das emissões globais.


Pessoas jovens que vivem na República Centro-Africana, no Chade, na Nigéria, na Guiné e na Guiné-Bissau são as mais expostas aos efeitos das mudanças climáticas, com ameaças a sua saúde, educação, proteção, e exposição a doenças mortais. As informações são provenientes de um relatório do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) lançado nesta sexta-feira (20).

Intitulado A crise climática é uma crise dos direitos da criança: Apresentando o Índice de Risco Climático das Crianças, o relatório, disponível somente em inglês, é a primeira análise abrangente do risco climático que parte da perspectiva de uma criança. Ele classifica os países com base na exposição das crianças a choques climáticos e ambientais, como ciclones e ondas de calor, bem como sua vulnerabilidade a esses choques, com base no acesso a serviços essenciais.

Lançado em colaboração com o Fridays for Future (Greve pelo Clima) no terceiro aniversário do movimento de greve climática global liderado por jovens, o relatório constata que aproximadamente 1 bilhão de crianças e adolescentes – quase metade dos 2,2 bilhões de meninas e meninos do mundo – vivem em um dos 33 países classificados como de "risco extremamente elevado". 

Essas crianças e esses adolescentes enfrentam uma combinação mortal de exposição a múltiplos choques climáticos e ambientais com alta vulnerabilidade devido a serviços essenciais inadequados, como água e saneamento, saúde e educação. Os resultados refletem o número de crianças e adolescentes afetados hoje – os números provavelmente piorarão à medida que os impactos das mudanças climáticas se aceleram.

"Pela primeira vez, temos um quadro completo de onde e como as crianças e os adolescentes são vulneráveis às mudanças climáticas, e esse quadro é mais grave do que se pode imaginar. Choques climáticos e ambientais estão minando todo o espectro dos direitos das crianças e dos adolescentes, desde o acesso a ar puro, alimentos e água potável até o direito a educação, moradia, ser protegido contra a exploração e até mesmo o direito de sobreviver. Praticamente, a vida de cada criança e cada adolescente será afetada", disse Henrietta Fore, diretora executiva do UNICEF. 

"Por três anos, as crianças e os adolescentes levantaram sua voz em todo o mundo para exigir ações. O UNICEF apoia seus apelos por mudança com uma mensagem indiscutível – a crise climática é uma crise dos direitos da criança."

Confira os principais indicadores revelados no Índice de Risco Climático das Crianças (IRCC):

  • 240 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a inundações costeiras;
  • 330 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a inundações ribeirinhas;
  • 400 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a ciclones;
  • 600 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a doenças transmitidas por vetores;
  • 815 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos à poluição por chumbo;
  • 820 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a ondas de calor;
  • 920 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos à escassez de água;
  • 1 bilhão de crianças e adolescentes estão altamente expostos a níveis extremamente altos de poluição do ar.

Embora quase todos os meninos e meninas em todo o mundo estejam expostos a pelo menos um desses riscos climáticos e ambientais, os dados revelam que os países mais afetados enfrentam choques múltiplos e frequentemente sobrepostos que ameaçam erodir o progresso do desenvolvimento e aprofundar as privações de crianças e adolescentes.

Cerca de 850 milhões de crianças e adolescentes – um em cada três em todo o mundo – vivem em áreas onde pelo menos quatro desses choques climáticos e ambientais se sobrepõem. Cerca de 330 milhões de crianças e adolescentes – um em sete em todo o mundo – vivem em áreas afetadas por pelo menos cinco grandes choques.

O relatório também revela uma desconexão entre onde as emissões de gases de efeito estufa são geradas e onde crianças e adolescentes estão sofrendo os impactos climáticos mais significativos. Os 33 países de "risco extremamente alto" emitem coletivamente apenas 9% das emissões globais de CO2. Por outro lado, os dez países com as maiores emissões representam, em conjunto, quase 70% das emissões globais. Apenas um desses países é classificado como de "risco extremamente alto" no índice.

"A mudança climática é profundamente injusta. Embora nenhum menino ou menina seja responsável pelo aumento das temperaturas globais, eles pagarão os custos mais altos. Crianças e adolescentes dos países menos responsáveis serão os que mais sofrerão", disse Fore. 

"Mas ainda há tempo para agir. Melhorar o acesso de crianças e adolescentes a serviços essenciais, como água e saneamento, saúde e educação, pode aumentar significativamente sua capacidade de sobreviver a esses riscos climáticos. O UNICEF pede aos governos e empresas para que deem ouvidos às crianças e aos adolescentes e priorizem ações que protejam meninas e meninos dos impactos, ao mesmo tempo em que aceleram o trabalho para reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa".

Sem a ação urgente necessária para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, crianças e adolescentes continuarão a ser os que mais sofrem. Em comparação com os adultos, meninas e meninos precisam de mais comida e água por unidade de seu peso corporal, são menos capazes de sobreviver a eventos climáticos extremos e são mais suscetíveis a produtos químicos tóxicos, mudanças de temperatura e doenças, entre outros fatores.

"Os movimentos de jovens ativistas do clima continuarão a ser, continuarão a crescer e continuarão a lutar pelo que é certo, porque não temos outra escolha", disseram Farzana Faruk Jhumu (Bangladesh), Adriana Calderón (México), Eric Njuguna (Quênia) e Greta Thunberg (Suécia) do Fridays for Future, que escreveram o prefácio do relatório e estão se juntando para apoiar o lançamento. 

"Devemos reconhecer onde estamos, tratar a mudança climática como a crise que é e agir com a urgência necessária para garantir que as crianças e os adolescentes de hoje herdem um planeta habitável".

O UNICEF está convocando governos, empresas e atores relevantes para:

  1. Aumentar o investimento em adaptação e resiliência ao clima em serviços essenciais para crianças e adolescentes. Para proteger as crianças, os adolescentes, as comunidades e os mais vulneráveis dos piores impactos do clima já em mudança, os serviços essenciais devem ser adaptados, incluindo água, saneamento e sistemas de higiene, saúde e educação.
  2. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Para evitar os piores impactos da crise climática, é necessária uma ação abrangente e urgente. Os países devem cortar suas emissões em pelo menos 45% (em comparação aos níveis de 2010) até 2030 para manter o aquecimento a não mais que 1,5 grau Celsius.
  3. Fornecer a crianças e adolescentes educação climática e habilidades verdes, essenciais para sua adaptação e preparação para os efeitos das mudanças climáticas. Crianças, adolescentes e jovens enfrentarão todas as consequências devastadoras da crise climática e da insegurança hídrica, embora sejam os menos responsáveis. Temos um dever para com todos os jovens e as gerações futuras.
  4. Incluir os jovens em todas as negociações e decisões nacionais, regionais e internacionais sobre o clima, inclusive na COP26. Crianças, adolescentes e jovens devem ser incluídos em todas as tomadas de decisão relacionadas ao clima.
  5. Garantir que a recuperação da pandemia de covid-19 seja verde, com baixo nível de carbono e inclusiva, de modo que a capacidade das gerações futuras de enfrentar e responder à crise climática não seja comprometida.

Colaboradores do UNICEF - O IRCC foi desenvolvido em colaboração com vários parceiros, incluindo o Data for Children Collaborative.

Para tornar o relatório mais acessível à juventude global, o UNICEF também colaborou com o Climate Cardinals, uma organização internacional sem fins lucrativos que traduz pesquisas e informações sobre mudanças climáticas para que possam alcançar o maior número possível de jovens e líderes.

Leia o relatório (disponível somente em inglês)

AGRICULTURA FAMILIAR, COOPERATIVISMO E SUSTENTABILIDADE

 Cooperativismo da agricultura familiar é tema de webinar promovido pela FAO e parceiros


Fonte: ONU - BRASIL
Foto: © FAO

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil e a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) do Paraná, promoveram no dia 12 de agosto, um webinar com o objetivo de debater possíveis aperfeiçoamentos das diretrizes das políticas públicas para atender o cooperativismo da agricultura familiar, a partir de uma pesquisa desenvolvida com base em dados das cooperativas e associações do Programa Coopera Paraná. O evento reuniu órgãos regionais, nacionais e internacionais.

Para o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, o desenvolvimento sustentável se constrói a partir do local, das comunidades e de seus territórios. “A participação do cooperativismo nos processos de inclusão social e econômico é fundamental, principalmente na agricultura, pois é a chave para a inclusão dos pequenos produtores e da agricultura familiar”. 

O diretor-técnico da SEAB no Paraná, Rubens Niederheitmann, afirmou que o estado é parceiro no trabalho permanente de fortalecer a inclusão social e produtiva da agricultura familiar. “Os resultados virão da força dos produtores, que podem contar com nosso apoio por meio do Sistema Estadual de Agricultura. Temos tido excelentes experiências e avanços”, disse.

Em vídeo, o diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, destacou que o cooperativismo da agricultura familiar é fundamental no esforço de redução de desigualdades econômicas e sociais.

Durante o evento, os participantes reforçaram a necessidade de considerar especificidades territoriais na aplicação de políticas públicas e, para além do apoio financeiro, estimular a gestão estratégica e capacitação dos agricultores – trabalho já iniciado pelo programa Coopera Paraná. Além disso, destacou-se o papel da assistência técnica e a necessidade de promover ainda mais a participação de mulheres e jovens no campo.

O secretário técnico da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (REAF) do Mercosul, Lautaro Viscay, destacou também a pertinência do tema, principalmente no contexto atual de lacunas deixadas pela COVID-19. “A agricultura familiar dá soluções complexas para a questão da segurança alimentar. O cooperativismo em todas as suas características e setores, é fundamental para essa saída pós-pandemia”.  

O coordenador da Área de Agricultura Familiar da FAO para a América Latina e o Caribe, Raúl Contreras, complementou que na região a agricultura familiar faz muito com poucos recursos, e foi chave para manter a alimentação saudável mesmo no cenário devastar de crise econômica vivido atualmente.

O consultor regional da FAO Especializado em Cooperativas, Alberto Ramírez, complementou com dados da América Latina de que cerca de 53% da produção agropecuária do Brasil tem contribuição do cooperativismo, no Uruguai as cooperativas contribuem com cerca de 3% do PIB, e a Argentina comercializa cerca de 22% da produção do campo de cooperativas.

O presidente da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES) Brasil, Vanderley Ziger, finalizou reforçando a importância da territorialidade, principalmente em um país com proporções continentais como o Brasil. “Precisamos olhar as regiões e as características regionais, pois cada realidade é diferente. Esse debate é fundamental para a discussão da sustentabilidade e dos avanços do nosso cooperativismo”.

Diagnóstico do cooperativismo da Agricultura Familiar no Paraná - O coordenador de projetos FAO da Região Sul do Brasil, Valter Bianchini, apresentou o estudo “Cooperativismo da Agricultura Familiar no Paraná – Relevância, Potencialidades e Gargalos”. Segundo o diagnóstico, há uma grande abrangência das cooperativas da agricultura familiar no estado, presentes em 366 municípios, mas com desafios de estrutura, comercialização e quadro pessoal, por exemplo.

Quanto à comercialização, as cooperativas do Paraná movimentaram cerca de R$60,5 milhões para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em 2020, e os canais de comercialização se distribuem entre o varejo, atacado e exportações. No varejo, as cooperativas movimentaram cerca de R$34,9 milhões, sendo que os principais mercados são loja própria (R$15,4 milhões), CEASA (R$6 milhões), supermercados (R$5,2 milhões) e varejo local (R$3 milhões).

A partir deste diagnóstico, a FAO realizou um estudo sobre Tipologias das Cooperativas da Agricultura Familiar, criadas a partir de um conjunto de indicadores e variáveis, com o objetivo de identificar as demandas específicas de cada realidade e tornar mais eficaz a aplicação de recursos, contribuindo no desenvolvimento de ações que promovem o fortalecimento, independência de mercados institucionais e diversificação.

Quanto a questões de gênero, o estudo mostra a pequena participação de mulheres nos conselhos administrativo e fiscal, e embora haja o reconhecimento dos dirigentes dessas organizações de que a participação das mulheres é baixa, não se percebe mudanças concretas, que venham suprir essa demanda. A presença de mulheres, segundo os dirigentes homens, acrescenta um caráter mais familiar junto as suas organizações, mas o discurso não se transforma em prática.

Parcerias - Também participaram do evento Alcidir Mazutti Zanco e Ivori Fernades, da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES) Paraná; Jean Carlo Pereira, da Cooperativa Central da Reforma Agrária do Paraná (CCA); Jefferson Vinicius Meister, do Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar do Paraná (Coopera Paraná); Sérgio Roberto Auffinger, do IDR-Paraná; Cristiane Ribas Radetzki da Agência de Desenvolvimento Regional do Extremo Oeste do Paraná (ADEOP); e Aline Pazda, da Federação de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Paraná (FECAFES).

O webinar foi organizado pelo Escritório Sul da FAO, União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES), Cooperativa Central da Reforma Agrária do Paraná (CCA), Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).