Dia 22 de março é o Dia Mundial da Água. Foi
instituído em 1992 pela ONU (Organização das Nações Unidas) procurando
conscientizar a população mundial sobre sua importância para a manutenção da
vida no Planeta, que tem 75% de sua superfície coberta pela água, sendo cerca
de 3% água doce, mas estima-se que apenas 0,77% estejam disponíveis para o
consumo humano em lagos, rios e reservatórios. O restante está concentrado em geleiras,
calotas polares e lençóis freáticos profundos.
Cerca
de 20% da população mundial não tem acesso à água limpa, e 1400 crianças
menores que cinco anos de idade morrem todos os dias no mundo em decorrência da
falta de água potável, saneamento básico e higiene, segundo a UNICEF.
A ação humana poluindo as águas coloca em
risco a nossa espécie. Trazem doenças e contaminam rios, oceanos e lençóis freáticos.
No caso do Brasil, infelizmente temos presenciado a devastação socioambiental
que atinge cidades em função da contaminação de rios, lagos, do rompimento de
barragens, como em Mariana, Brumadinho, sendo que o sinal de alerta sobre o
perigo de barragens a montante já há muito tempo foi mencionado por várias
organizações da sociedade civil. Hoje temos um quadro lamentável da devastação
socioambiental do rompimento da barragem de Brumadinho que vem atingindo o Rio
Paraopeba, até a Represa de Três Marias e o Rio São Francisco, como salientou a
instituição SOS Mata Atlântica hoje.
Temos ainda o problema do uso indiscriminado
de agrotóxicos, o Brasil ainda lidera mundialmente o uso de agrotóxicos na
agricultura, contaminando os lençóis freáticos. Um retrato emblemático de como
as cidades sujam e poluem os rios e oceanos, temos nestes primeiros meses de 2019,
que vem sendo marcado como um ano aonde os índices de precipitação de chuvas
batem recordes. Nos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte exemplos de águas poluídas que não encontram meios de
escoar, devido à impermeabilização dos solos, causados pelos asfaltos,
edificações, em que os solos perdem a capacidade de absorção das águas e
inundam casas, ruas, avenidas. Estas águas sujas, poluídas trazem consigo
epidemias e doenças como: leptospirose, causadas por bactérias presentes na
urina de ratos; hepatite A, contraída pela ingestão de alimentos com matéria
fecal; diarréia aguda; febre tifóide; dengue; além de doenças como depressão,
pelo estresse causada por perda de vidas e bens. Uma situação caótica que só
pode ser enfrentada através da educação socioambiental permanente e de
medidas preventivas.
Outro agravante da crise hídrica: as
mudanças climáticas, que ocasionam aumento às áreas de desertificação no Brasil e no
mundo e agravam o quando de escassez. Os conflitos socioambientais em torno da
procura de água estão cada vez mais presentes em várias regiões do mundo.
Uma conscientização sobre a despoluição de
rios, lagos, a proteção de nascentes e mananciais que abastecem as cidades no
meio urbano e rural é cada vez mais urgente. A mobilização da sociedade civil
tem papel protagonista nesta tomada de consciência e de ações imediatas e
preventivas. No Direito Ambiental é o chamado Princípio da Precaução que
precisa ser adotado pela sociedade civil, e pelos Governos em todo o mundo. Sempre salientamos que a parcela que mais
sofre com os conflitos socioambientais é a mais pobre. Aqueles que não têm seus
direitos humanos básicos respeitados e valorizados. A luta pela valorização da
água caminha na mesma direção da luta pela valorização da pessoa humana. Da
conquista de melhores condições de vida e de um meio ambiente saudável para
todos.
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