Fonte: ONU - BRASIL
O comércio global atingiu um nível recorde de 28,5 trilhões de dólares no ano passado. Isso representa um aumento de 25% em 2020 e 13% a mais em comparação a 2019. O crescimento é resultado de aumentos nos preços das commodities, redução das restrições da pandemia e uma forte recuperação da demanda devido a pacotes de estímulo econômico
No entanto, relatório da UNCTAD indica que o crescimento do comércio diminuirá durante o primeiro trimestre de 2022, devido principalmente a atrasos na cadeia de suprimento global.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) liberou, uma nova atualização sobre o comércio global. Os dados do relatório mostram que, em 2021, o comércio global atingiu um recorde, movimentando 28,5 trilhões de dólares - um aumento de quase 13% em relação ao nível pré-pandemia de 2019. Entretanto, a atualização do órgão da ONU prevê que esse número deve desacelerar este ano por muitas razões, incluindo atrasos contínuos nas cadeias de suprimentos globais.
“A tendência positiva para o comércio internacional em 2021 foi em grande parte resultado de aumentos nos preços das commodities, redução das restrições da pandemia e uma forte recuperação da demanda devido a pacotes de estímulo econômico”, indicou a UNCTAD no relatório de atualização.
Um ano de recordes - Entre as informações divulgadas pelo órgão da ONU, há dados que mostram que o comércio de serviços finalmente retornou aos níveis pré-pandemia no quarto trimestre de 2021, enquanto o comércio de bens permaneceu forte, aumentando quase 200 bilhões de dólares, para cerca de 5,8 trilhões - um novo recorde.
A UNCTAD – que oferece consultoria técnica aos países em desenvolvimento para acessar a economia globalizada – também observou que as exportações dos países mais pobres superaram suas contrapartes mais ricas no último trimestre de 2021, em comparação com o quarto trimestre de 2020 (30% versus 15%).
O crescimento do comércio sul-sul também ficou acima da média mundial no último trimestre de 2021, com um aumento de cerca de 32% quando comparado ao quarto trimestre de 2020. Ao excluir as economias do leste asiático, o aumento foi de cerca de 38%.
Regionalmente, o crescimento do comércio no último trimestre de 2021 permaneceu muito forte em todas as regiões geográficas, disse a UNCTAD, embora tenha sido menor na Europa, América do Norte e leste da Ásia. As regiões exportadoras de commodities se saíram melhor, com o aumento dos preços das exportações.
Perspectiva para 2022 - As previsões da agência para este ano indicam que há razões para acreditar em um crescimento menor do que em 2021. Segundo o órgão da ONU, os impulsionadores econômicos do ano passado provavelmente “diminuirão”.
Isso significa que “o crescimento do comércio continuará desacelerando durante o primeiro trimestre de 2022” e depois “normalizará durante 2022”, informou a UNCTAD, antes de apontar para “inflação persistente” nos EUA e “preocupações” com o setor imobiliário da China.
As cadeias de suprimentos globais – um dos elementos-chave do quebra-cabeça do comércio mundial – também continuarão enfrentando pressões negativas criadas pela pandemia da COVID-19, indica a atualização da UNCTAD.
Isso ocorre apesar dos esforços das companhias de navegação para melhorar a confiabilidade e o gerenciamento de riscos, em meio à escassez de semicondutores e ao aumento dos preços da energia que contribuíram para a escassez “em espiral” de oferta e os custos de transporte marítimo.
Dinâmicas que afetam o comércio - Os padrões de comércio global também podem ser afetados por um novo acordo comercial entre as economias da região do Leste Asiático e do Pacífico - a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, sigla em inglês).
A parceria entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano e pode aumentar significativamente o comércio entre os membros, “desviando o comércio de países não membros”, constatou a UNCTAD. Outras iniciativas de comércio regional, como a Área de Livre Comércio Continental Africana, também podem produzir um resultado similar.
O aumento da demanda por commodities que podem apoiar alternativas de energia mais verdes – como cobalto, lítio e metais de terras raras – também deve se refletir no comércio global este ano, acrescentou a UNCTAD. Além disso, governos altamente endividados podem ter que fazer escolhas comerciais difíceis se os aumentos nas taxas de juros os obrigarem a pagar mais para enviar mercadorias.
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