segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O BRASIL NA RIO + 20 - PARTE I

 

 Nosso Jornal Oecoambiental democratiza para a sociedade civil parte do Documento de Contribuição Brasileira a Conferência da ONU Rio + 20.
  É fundamental a participação da sociedade civil de Belo Horizonte, do Brasil e de todo mundo acerca dos temas e propostas para enfrentarmos em nível local e global os desafios da crise de meio ambiente que se agrava a cada dia.
   Teremos como sociedade civil a possibilidade de participarmos dos debates da Cúpula dos Povos que acontecerão no RJ, ao mesmo tempo que a Conferência Rio + 20, abordando os mesmos temas que os mais de 190 Governos de todo mundo irão debater.
  Nosso Jornal Oecoambiental trabalha para que nos mobilizemos como sociedade civil e organizemos debates com a participação de toda sociedade sobre a Rio + 20 e a Cúpula dos Povos. É necessário que nos coloquemos em movimento e alerta permanente sobre o que os governos de fato veem realizando e quais acordos firmarão para as questões que serão abordadas na Rio + 20, como o combate a erradicação da pobreza em todo mundo e a construção da sustentabilidade. Envie-nos seus comentários, agende os debates em sua comunidade, escolas, universidades, sindicatos, associações, ONGs, instituições privadas e públicas. Participe destes debates, envie-nos seus comentários, artigos, textos, matérias sobre a Rio + 20 e a Cúpula dos Povos.

INTRODUÇÃO


   O Rio de Janeiro sediará, de 28 de maio a 6 de junho de 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, vinte anos depois da histórica Conferência do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992.
  Existe ampla expectativa, nacional e internacional, de que a Rio+20 constitua
oportunidade única nesta geração de mobilização dos recursos políticos necessários para desenhar uma saída duradoura para a crise internacional, levando em conta a complexidade de seus aspectos econômicos, sociais e ambientais.
  De forma a corresponder a essa expectativa, deverá ser cumprido o mandato da
Conferência, definido na Resolução 64/236 da Assembléia-Geral das Nações Unidas, que inclui o tratamento dos desafios novos e emergentes do desenvolvimento sustentável (capítulo I deste documento) e os temas da “economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza” e da “estrutura institucional do desenvolvimento sustentável” (capítulos II e III deste documento, respectivamente).
  Para o Brasil – País que presidirá a Conferência, cuja realização propôs, em 2007 –entre os principais resultados a serem alcançados deverão estar incluídos:

1 – A incorporação definitiva da erradicação da pobreza como elemento indispensável à concretização do desenvolvimento sustentável, acentuando sua dimensão humana.

2 – A plena consideração do conceito de desenvolvimento sustentável na tomada de decisão dos atores dos pilares econômico, social e ambiental, de forma a alcançar maior sinergia, coordenação e integração entre as três dimensões do desenvolvimento sustentável, com vistas a superar a prevalência de visões ainda setoriais, vinte anos após a definição do desenvolvimento sustentável como prioridade mundial.


3 – O fortalecimento do multilateralismo, com a clara mensagem de adequação das estruturas das Nações Unidas e das demais instituições internacionais ao desafio do desenvolvimento sustentável.


4 – O reconhecimento do reordenamento internacional em curso e da mudança de
patamar dos países, com seus reflexos na estrutura de governança global. A oportunidade dessa agenda é dada pelo próprio desenrolar do debate sobre
desenvolvimento sustentável nas Nações Unidas, desde a publicação do Relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Relatório Brundtland), em 1987, intitulado “Nosso Futuro Comum”, no qual o conceito foi apresentado como o “desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades”. Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, o conceito foi aprimorado – e os documentos multilaterais então assinados refletem esse avanço –, passando a enfocar o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, o bem-estar social e a proteção ambiental, pilares interdependentes do desenvolvimento sustentável. Na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2002 em Joanesburgo, as oportunidades e dificuldades de implementação das decisões da Rio-92 foram identificadas e refletidas no Plano de Implementação de Joanesburgo.
   Vinte anos depois, o legado da Rio-92, com a Declaração do Rio e seus 27 Princípios, permanece atual, em particular o princípio de “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, segundo o qual os países desenvolvidos devem tomar a dianteira nos desafios do desenvolvimento sustentável, tendo em vista sua responsabilidade histórica pelo uso insustentável dos recursos naturais globais. Os Princípios do Rio incluem a necessidade de que os países desenvolvidos mantenham oferta adequada de recursos financeiros e de transferência de tecnologia, de modo a auxiliar os países em desenvolvimento a alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável.


5 - A Agenda 21, por sua vez, propõe medidas práticas a serem empreendidas tanto internacionalmente, quanto nacional e localmente. Trata das dimensões sociais e econômicas do desenvolvimento, da conservação e gerenciamento dos recursos naturais, do fortalecimento da participação da sociedade e dos meios de implementação dos compromissos acordados, estabelecendo diretrizes e caminhos para a aplicação concreta dos princípios da Declaração do Rio.
   Em seus 40 capítulos, a Agenda 21 permanece atual e mantém seu caráter de referência para os programas de desenvolvimento. No Brasil, a implementação da Agenda 21, por meio da Comissão de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 (CPDS), e a construção das Agendas 21 Locais e do Desenvolvimento Local Sustentável são demonstrações da atualidade e da importância desse documento para o enfrentamento dos desafios do desenvolvimento sustentável.
   É fundamental que, na avaliação das propostas apresentadas na Rio+20, as discussões sejam pautadas pelo princípio da não-regressão, segundo o qual não podem ser admitidos retrocessos de conceitos e de compromissos internacionais previamente assumidos. Tal princípio se reveste de particular importância diante dos desafios enfrentados globalmente, os quais, em lugar de flexibilização ou relativização, convidam a adotar soluções inovadoras e ousadas, que respondam de forma abrangente e equilibrada às necessidades dos três pilares do desenvolvimento sustentável. A Rio+20 deverá, portanto, visar ao futuro e não ao passado, buscando antecipar os temas e os debates das próximas décadas.
   Confiante na renovação do papel do sistema multilateral como foro de solução dos
grandes problemas globais, o Brasil almeja que os resultados da Rio+20 sirvam como referência internacional, sinalizando uma inflexão na forma como o mundo é pensado. Os resultados deverão assegurar que todos os países se sintam capazes de implementar as decisões adotadas no Rio, a partir da criação de condições adequadas – os necessários recursos financeiros, tecnológicos e de capacitação – para implementá-los, construindo, assim, uma visão compartilhada de sustentabilidade válida para as próximas décadas.
   A Rio+20 é uma Conferência sobre desenvolvimento sustentável e não apenas sobre meio ambiente. O desafio da sustentabilidade constitui oportunidade excepcional para a mudança de um modelo de desenvolvimento econômico que ainda tem dificuldades de incluir plenamente preocupações com o desenvolvimento social e a proteção ambiental.
   A expansão da fronteira social com a criação de mercados consumidores de massa e a diversificação da matriz energética mundial com maior uso de fontes sustentáveis constituem elementos-chave na direção desse novo modelo. A “nova economia” – de que o mundo carece em particular neste momento de crise – é a economia da sustentabilidade e da inclusão.
  A sustentabilidade hoje não é mais uma questão de idealismo, mas de realismo. É necessário mudar o padrão de desenvolvimento e dar respostas à altura do desafio global. Para o êxito da mudança, é essencial a mobilização de todos os atores: governos nacionais e locais, cientistas, acadêmicos, empresários, trabalhadores, organizações nãogovernamentais, movimentos sociais, jovens, povos indígenas e comunidades tradicionais.  (Fonte: Documento de Contribuição Brasileira a Conferência Rio+ 20)

sábado, 31 de dezembro de 2011

Um 2012 com muita PAZ, SAÚDE, AMOR, PROSPERIDADE E FELICIDADES PARA TODOS

O JORNAL OECOAMBIENTAL DESEJA A NOSSOS LEITORES E TODA POPULAÇÃO UM FELIZ ANO NOVO
Praça da Liberdade - Belo Horizonte
MG - Brasil - Foto: Jornal Oecoambiental

Haverá sim um tempo de Paz.

Paz que é fruto da justiça socioambiental.

     Um tempo em que o homem e a mulher estarão livres de toda opressão para se encontrarem através do amor conjugal, universal - renovando a vida na face da Terra.  Sim é possível que nos encontremos com um novo amanhecer. Onde a fome entre seres humanos tenha sido banida da face da Terra. Onde ser humano valha mais que ser mercadoria de consumo.
  Um mundo onde as riquezas produzidas no Brasil e no mundo sejam de fato distribuídas com Justiça Ambiental para todos. Onde toda nossa espécie tenha o que precisa para sobreviver com dignidade e possamos seguir nossa jornada para que todos nós tenhamos qualidade de vida como um direito elementar básico, sustentável.
  É possível sim construirmos um Brasil e um mundo sustentáveis. Uma nova economia mundial onde haja apenas um mundo sem divisões. Um mundo dos seres humanos que sabem valorizar e defender sua espécie. Um mundo que aprenderá a cuidar, respeitar e valorizar todas as etnias, crenças, gêneros, culturas e todo meio ambiente que nos é presenteado.
   Já sabemos que somos bons e maus. Quem está produzindo o aquecimento global é nossa espécie humana. Quem está degradando o próprio ser humano e todo meio ambiente é nossa espécie humana.  O que não queremos já estamos vivendo com as consequências do aquecimento global, resultado da injustiça socioambiental do Brasil e do mundo.
  Agora é tempo de agirmos para construirmos o que de melhor nossa espécie pode fazer por todos nós e pelo belo e exuberante planeta Terra.
 Ainda não compreendemos neste início de século XXI, que nossa espécie também pode ser boa. Vamos então nos unir pelo bem.  Vivendo, percebendo e compartilhando  o bem de todos nós e da Terra. E como a Terra é linda e maravilhosa. Nós sabemos disso, não sabemos ?
   Não importa se professemos alguma crença ou não. O que importa é nos unirmos cada vez mais em defesa da vida.  De toda beleza que existe em cada ser humano e na Terra.
   Ainda podemos vencer pelo que temos de melhor em cada um de nós. Desenvolvermos tecnologias de valorização e proteção a pessoa humana e todo meio ambiente.
   Que em 2012 a Conferência da ONU Rio + 20 e a Cúpula dos Povos também no RJ/Brasil  -  façam valer o que podemos ser de melhor e não o que apenas podemos ter de consumo sem qualidade de vida.  Que estes encontros mundiais promovam acordos globais de uma opção prioritária pela defesa da vida em todas as suas formas.  Basta de tanta degradação humana, corrupção, miséria, fome, desigualdades, opressão a nossa espécie humana e a todo meio ambiente.
  Que de fato coloquemos a valorização do ser humano em prioridade absoluta e por conseqüência, que todos como sociedade civil no Brasil e no mundo nos unamos em defesa de todo meio ambiente cada vez mais.  Assim chegaremos a nossa essência humana que é ser e viver o bem.
   Neste início de 2012 agradecemos a Deus. Sabemos que há esta Força invencível que cuida de todos nós. Que possamos sentir essa Força e fazer nossa parte.
Cada um somando seus dons para a construção de um Brasil e um mundo onde a beleza de cada ser humano e de sentirmos, percebermos e valorizarmos os recursos naturais da Terra seja compartilhado com justiça ambiental.
  Todos temos direito a um meio ambiente saudável - nossa Constituição brasileira nos ensina em seu Artigo 225.  Que seja então com qualidade de vida para todos – todos mesmo. Um mundo de todos e para todos é o que fará nossa festa ser plena e radiante de brilho, luz, amor, saúde, paz, prosperidade e felicidade para todos.



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A AÇÃO HUMANA DESABRIGANDO OS SERES HUMANOS

   Ainda estamos no início do período chuvoso em Minas Gerais e já são cerca de 41 cidades e mais de dois milhões de pessoas que sofrem com as enchentes.
Segundo a defesa civil estadual enchentes atingem cidades da Zona da Mata como Lima Duarte, Juatuba região central, João Pinheiro região noroeste, Passabem região central, além de Belo Horizonte. Agora, por exemplo, acaba de chover granizo em Belo Horizonte. Alagamentos em diversos pontos da cidade. O Minas Shopping teve a bilheteria do cinema inundada. Milhares de pessoas viram estatísticas de novos desabrigados. Um filme que se repete e agrava a cada ano.
   Dizer que somente as chuvas estão provocando toda esta situação não é verdade. E os investimentos públicos para saneamento básico e a educação ambiental para não se depositar lixo e entulho em vias públicas ? E a falta de atitude política para a construção de moradias que tirem pessoas de áreas de risco ? O dinheiro público segue destinado à construção de estádios de futebol que devem gerar ainda mais lucro para uma pequena parcela da população e relega-se a segundo plano a defesa da vida de milhões de pessoas. O que agrava toda esta situação é que o aquecimento global que vem mudando totalmente o clima. Está chovendo com muita intensidade em pouco tempo. As cidades ficam cada vez mais vulneráveis. As consequências do aquecimento global provocado pela ação humana vem superando as estatíscas.  
   A população precisa se defender de tanta falta de prioridade política e respeito à defesa e proteção da pessoa humana. Todo ano assistimos pela TV o sofrimento e vidas perdidas em enchentes em todo país. E a sociedade civil vai ficar até quando passiva aceitando prefeituras construírem espaços para veículos e não para os seres humanos viverem com qualidade de vida ? Por que tantas obras e o trânsito nas grandes cidades continuam cada vez mais congestionados ? E com toda tecnologia disponível e já com a propaganda de nosso país ser a sexta economia em PIB será que o poder público ainda não sabe onde milhões de pessoas residem em áreas de risco ? Por que milhões de brasileiros continuam ser ter um local seguro e digno de moradia ?  Até quando as chuvas serão responsabilizadas pela perda de vidas humanas, o desabrigo e sofrimento da população ?
   Neste período a defesa civil recomenda como sempre, que as pessoas:
-  evitem transitar em ruas alagadas quando chove em grande intensidade, seja a pé ou em veículos.
- Que observemos encostas onde há acúmulo de águas e risco de deslizamento, além de se abandonarem residências com risco de desabamento.
- Observar em áreas urbanas o estado de postes, árvores se houver queda de energia e rompimento de redes elétricas, evitando se aproximar destes locais.
- Recomenda-se inclusive não deixar lugares seguros para transitar em espaços urbanos durante chuvas muito fortes porque há risco de queda de árvores e rompimento de fios de alta tensão.

  Defender-se do aquecimento global é tudo isso e inclusive em todos outros dias do ano estar atentos aonde o dinheiro público vem sendo investido. Se as obras divulgadas como propaganda eleitoral para a copa do mundo beneficiam a maioria da população ou se são utilizadas para fins eleitoreiros, concentrando cada vez mais a riqueza em poucas pessoas. E para se lucrar a curto prazo “tecnologias” insustentáveis fazem as cidades cada vez mais concretadas sem espaço para o escoamento de água. A engenharia precisa repensar obras onde a vegetação é suprimida de forma abrupta e o solo é encoberto de forma predatória.
   Recursos públicos que pareciam não existirem para infra estrutura urbana das cidades brasileiras aparecem como milagre para as obras “da copa do mundo”. O jogo da vida acontece é agora a cada instante. O respeito a nossa cidadania de termos qualidade de vida e um meio ambiente mais equilibrado para todos também. Enquanto a grande imprensa faz ibope da catástrofe e do sofrimento humano de maiorias neste período de chuvas é preciso que todos nós da sociedade civil nos unamos em todos os dias do ano para agirmos permanentemente fiscalizando o investimento público em saneamento, habitação de qualidade, transporte público, educação, saúde, todos nossos direitos de cidadania. (por  Luiz Cláudio )



domingo, 25 de dezembro de 2011

O JORNAL OECOAMBIENTAL DESEJA A TODOS UM FELIZ NATAL


Nascer


Perceber a vida acontecer


   Nosso Jornal Oecoambiental deseja a nossos leitores e toda população um Feliz Natal e Ano Novo de muita Paz, Saúde, Amor, Prosperidade, Felicidades.
   Confraternizando com todas as crenças, etnias, culturas que defendam a vida, nossa humanidade e ambiente. Que possamos unir sempre pessoas e atitudes que salvem vidas. Que possamos valorizar como o cuidado que merecemos como seres humanos, a água, as florestas, o ar, todos os seres vivos da Terra, cada espécie animal, vegetal.
   Natal para quem acredita em Deus é tempo de perceber a vida acontecer. Somos parte de tudo que vive em nosso meio ambiente. Que possamos perceber como é possível cada dia sermos melhores como seres humanos, superando nossos erros em atitudes que fazem a diferença festejando a beleza de sermos parte de toda natureza.
   Que possamos seguir vencendo e festejando dias melhores para o povo brasileiro e o mundo. Que a Rio + 20 seja de fato a “Cúpula do Povo” brasileiro e de todos os povos que vão se encontrar na Cúpula dos Povos em 2012,  seguindo cada vez mais unidos na construção de um Brasil e mundo ambientalmente mais justo, “ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. ( Artigo 225 da Constituição). 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SABER CUIDAR - Leonardo Boff


Um bom presente de Natal: livro do escritor Leonardo Boff  Cuidar de si mesmo, de nossa família hoje passa por cuidarmos de todo meio ambiente. Nós seres humanos podemos construir uma sociedade e um mundo ambientalmente mais justo.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O ser humano diante os conflitos socioambientais PARTE III

   Demonstrar que amamos, que somos pessoas que querem ser ouvidas, buscar o diálogo, saber por que agimos dessa ou daquela maneira é fundamental para uma boa convivência nas relações humanas. Julgar as pessoas sem avaliarmos o que o mundo está produzindo de conteúdo humano é hipocrisia. O ser humano que busca o amor, que quer amar e assim se conectar com a essência de cada um de nós está no caminho da felicidade. 
   Atualmente dizer que se ama alguém causa espanto. A ideologia dominante
vende a falsidade de que tudo é descartável. Hoje constroem-se relações afetivas e atitudes do ficar. Tudo que não dura, que atende aos prazeres momentâneos vale a pena. Amar é complicado para muitos. Se perdemos nossa condição e capacidade de amar com certeza não vamos amar o meio ambiente, assim como a sociedade vem destruindo e degradando o ser humano fazemos o mesmo com todo meio ambiente.
   O atual modo de produção de sociedade faz dos seres humanos objetos de uso, consumo e não sujeitos. Muitos adultos não sabem lidar com nossa condição e capacidade de amar. Isso incomoda. Educamos filhos para serem consumidores e cada vez menos seres humanos que podem amar e serem amados.
   A sociedade educa jovens e adultos para serem fundamentalistas em várias religiões e menos para sentirem que somos humanos. Que nossos erros não são culpa e sim sinais de que temos condição de ser melhores a cada dia. Manter a população sob a égide do medo e da culpa é oprimir ainda mais as pessoas.
A falta de amor dos adultos, a falta de sintonia com nossa humanidade interior têm levado as pessoas a impor a juventude que o sentido da vida é ter e não ser.
   O caminho de harmonia para o equilíbrio ambiental que buscamos é sem dúvida viver para o amor. Há pouco tempo assistindo ao filme “Conversando com Deus”
inspirado no escritor Neale Donald Walsch, houve uma citação de que o ser humano é movido por duas motivações básicas: o amor e o medo. Mesmo se existem pessoas que não creem em Deus a questão levantada por Neale faz sentido.  Se nós amamos não temos porque ter medo. Tudo que nos provoca medo é o que não pertence a nossa essencial motivação humana. É minha opinião. Para cuidar do meio ambiente é preciso cuidar e valorizar nossa condição humana.
  Na atual conjuntura levar em conta nossa condição humana diante os conflitos socioambientais é fundamental. Os países ainda não chegam a um acordo sobre como deter o aquecimento global, basicamente porque não querem “perder” mercados pelo restrito interesse econômico de minorias.  O caminho continua sendo a mobilização da sociedade civil no Brasil e no mundo. Na Conferência da ONU Rio+ 20 e a Cúpula dos Povos,  a sociedade civil do Brasil e do mundo vão avaliar o que podemos melhorar e o que os Estados e governantes precisam decidir de forma imediata.  Haverá mais uma chance para nossa espécie humana. Todos nós estamos chamados a nos unir com nossas qualidades e defeitos. Fazemos a diferença é nos unindo como sociedade civil no Brasil e no mundo em defesa da vida e de um meio ambiente socioambientalmente mais justo para todos.

    Luiz Cláudio dos Santos