terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O DESPERDÍCIO NO BRASIL E NO MUNDO:


   Recebemos uma informação de um leitor do jornal sobre o desperdício de alimentos nas padarias e restaurantes de Belo Horizonte. Como existem estudos sobre o desperdício no Brasil e no mundo, sabemos que este problema socioambiental pode ser resolvido, desde que haja maior difusão da educação alimentar e ambiental entre a população.
 O Brasil registra 13, 6 milhões de pessoas passando fome, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a média de desperdício gira em torno de 30%.
  Estes dados comprovam que não é o número de habitantes que produz fome no mundo,  mas a forma como os alimentos são produzidos e distribuídos, principalmente como hoje se dá a distribuição de riquezas no Brasil e no mundo.  A própria FAO já divulgou estatísticas de que a Terra produz anualmente três vezes mais alimentos que o necessário para alimentar toda a população do planeta.


DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS NO BRASIL

 O Brasil desperdiça diariamente mais de 39 mil toneladas de alimentos, o que daria para alimentar 19 milhões de brasileiros, com três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar.
  Além do desperdício nos domicílios brasileiros (em média 20%) há o desperdício na colheita (20%), transporte e armazenamento (8%), 15% na indústria de processamento. (VELLOSO, Rodrigo. Comida é o que não falta. Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, nº 174).
   Em seu livro “Brasil: O País dos Desperdícios” , o pesquisador da UERJ José Abrantes demonstra que o desperdício no Brasil chega a 150% do PIB. Esse número diz respeito não apenas ao que se perde de alimentos, água e energia elétrica, mas também a fatores como o desemprego, analfabetismo, doenças e não aproveitamento do lixo.


 O DESPERDÍCIO NO MUNDO

   Cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçados anualmente não só causam grandes perdas econômicas, como também tem impacto significativo nos recursos naturais dos quais a humanidade depende para se alimentar. Essa é a conclusão de um novo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura divulgado no final de 2013.
   Os  alimentos produzidos, mas não consumidos, utilizam um volume de água equivalente ao fluxo anual do rio Volga, na Rússia.  Cerca de 1/3 dos alimentos produzidos no mundo são perdidos ou desperdiçados, enquanto cerca de 846 milhões de pessoas no mundo passam fome todos os dias, segundo estudos da FAO.

Dicas de combate ao desperdício de alimentos:

  Só em hortaliças estima-se que a média anual no Brasil gira em torno de 37 quilos por habitante. Numa comparação rápida o desperdício nos restaurantes a média é de 15% e nos domicílios 20% semanalmente.  Além de mudanças nos hábitos e na cultura de produção de alimentos, podemos reaproveitá-los. É fundamental que escolas, comunidades, empresas, instituições públicas e privadas organizem campanhas informativas a este respeito. Havendo maior valorização humana, haverá mais respeito a alimentação de qualidade para toda população.

Dicas de como reaproveitar os alimentos:

   Os talos de couve, agrião, beterraba, brócolis e salsa, entre outros, contêm fibras e devem ser aproveitados em refogados, no feijão e na sopa.- As folhas da cenoura são ricas em vitamina A e devem ser aproveitadas para fazer bolinhos, sopas ou picadinhos em saladas. O mesmo pode se dizer das folhas duras da salsa.- A água do cozimento das batatas acaba concentrando todas as vitaminas. Aproveite-a, juntando leite em pó e manteiga para fazer purê.- As cascas da batata, depois de bem lavadas, podem ser fritas em óleo quente e servidas como aperitivo.- A casca da laranja fresca pode ser usada em pratos doces à base de leite, como arroz doce e cremes.- A parte branca da melancia pode ser usada para fazer doce, que se prepara como o doce de mamão verde.- Com as cascas das frutas (ex: goiaba, abacaxi, etc), pode-se preparar sucos batendo-as no liquidificador. Este suco pode ser aproveitado para substituir ingredientes líquidos no preparo de bolos.- Evite consumir folhas com aparência amarelada.- Cozinhe as verduras a vapor, assim elas não perderão o valor nutritivo. E uma observação fundamental que estas frutas e verduras sejam sem agrotóxicos. Neste caso é fundamental todos nós apoiarmos e incentivarmos a produção e consumo de alimentos agroecológicos.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A PSICOLOGIA E O MEIO AMBIENTE

  Com a finalidade de argumentar de forma multidisciplinar com os saberes sobre a questão ambiental, estamos postando reflexões sobre a psicologia e o meio ambiente. O autor é Enrique Leff, doutor em Economia do Desenvolvimento pela Soborne, França, com especialização em Economia Política do Meio Ambiente e em Educação Ambiental. O que vem a seguir são trechos da Conferência apresentada no Primeiro Encontro Latino-Americano de Psicologia Ambiental, que está incluso no livro Saber Ambiental - Enrique Leff - Editora Vozes). 


  PSICANÁLISE E SABER AMBIENTAL 


     Enrique Leff 

   Ambientalizar a psicologia ou psicanalisar o ambiente: encontro de dois saberes frente à ciência

   "O saber ambiental, a partir das perspectivas do pensamento da complexidade, surge nos espaços de externalidade dos paradigmas dominantes do conhecimento, transformando os conceitos e métodos de diferentes disciplinas. Desta maneira, a economia, o direito, a antropologia e a sociologia vêm internalizando as condições ambientais que redefinem seus objetivos de conhecimento e seus campos de estudo.
   Também a psicologia vem se "ambientalizando". Desta maneira, analisa as formas como as condições ambientais afetam as capacidades cognitivas, mobilizam os comportamentos sociais e causam impacto à saúde mental. Também o campo emergente da psicologia ambiental contribui para a análise das percepções e interpretações das pessoas sobre seu meio ambiente, vinculando-se ao terreno da psicologia social no estudo da formação de uma consciência ambiental e seus efeitos na mobilização dos atores sociais do ambientalismo.
   Contudo, o encontro do saber ambiental com a psicanálise se apresenta num espaço que não é o da complementaridade nem da articulação de seus saberes, mas de seus paralelismos, suas solidariedades e suas disjunções. E talvez seja em relação com o saber que funda suas práticas e em sua cumplicidade na subversão do conhecimento científico que se encaram de frente esses saberes.
   O projeto científico da modernidade abre uma nova via à aventura do conhecimento a partir da constituição do sujeito de A Ciência que, a partir da certeza de seu pensamento tenta construir um conhecimento objetivo, livre de todo traço, de subjetividade e emotividade, para alcançar a verdade, a identidade do conhecimento com o real. Esse sujeito autoconsciente converte-se no princípio e ao mesmo tempo no maior obstáculo para alcançar o conhecimento objetivo." ...
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   "Perante a ótica do saber ambiental - que observa as falhas do iluminismo científico e do triunfalismo tecnológico - o progresso da ciência, empurrado pelo impulso de saber e por sua vontade de controlar e dominar o real, provocou a destuição da natureza, exilando-a de sua terra natal, acelerando a morte entrópica do planeta, subjugando as culturas forjadoras de sentidos e desconhecendo em sua passagem seus saberes. A objetividade da ciência deixou que he escorresse o real que hoje fala em nome da natureza violada, denunciando o poder dominador do conhecimento científico.

 A emergência do saber ambiental questiona as bases éticas e epistemológicas da racionalidade científica e econômica que fundam e mantêm o projeto de modernidade que desembocou na crise ecológica. Mas o que poderia a psicanálise trazer a esta iniciativa ? A pulsão epistemofilica reata a aventura do conhecimento a partir da perspectiva aberta pelo saber ambiental, como aquela falta de conhecimento que impulsiona um processo interminável de produção de conhecimentos." ...

FILOSOFIA E O MEIO AMBIENTE 3

   A transição de uma sociedade insustentável para a sustentável é um desafio para todas as culturas e saberes que valorizam os seres humanos e todo o meio ambiente. Ver, pensar, agir, se fazer sujeito. As metodologias na área de meio ambiente sugerem abordagens multidisciplinares sobre os problemas ambientais. Algumas já são mundialmente aceitas como o agir local e o pensar global. O simples fato de pensar sobre a realidade dos seres humanos e o mundo que vivemos já nos torna mais humanos. Por que nós seres humanos já no século XXI ainda não organizamos sociedades onde a maioria das pessoas possam ser mais felizes, termos qualidade de vida e meio ambiente sadio para todos ? 



FILOSOFIA E O MEIO AMBIENTE 2

  Por que os seres humanos estão degradando os próprios seres humanos e agindo de forma predatória com o todo o meio ambiente ? As respostas estão colocadas como desafios para os seres humanos neste século XXI. 



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A FILOSOFIA E O MEIO AMBIENTE


  Partilhamos da afirmação de que não existe saber superior. Existem saberes que se completam. A construção da sustentabilidade: do agir sobre os problemas de meio ambiente, buscando-se uma melhor qualidade de vida e ambiente mais saudável - exige de todos nós avançarmos no pensar e agir.  Já ouvimos dizer que a pergunta da prosperidade é - por que ? 
  A filosofia como ciência ou filosofias de culturas diversas contribuem no pensar e podem iluminar nosso agir em busca de um meio ambiente mais sadio.  Enrique Leff em seu livro Saber Ambiental afirma: "o saber ambiental está em processo de gestação, em busca de suas condições de legitimação ideológica, de concreção teórica e de objetivação prática. Este saber emerge de um processo transdisciplinar de problematização e transformação dos paradigmas dominantes do conhecimento..."
   "Conhece-te a ti mesmo"... este já é um passo importante para vencermos os desafios socioambientais na construção de sociedades sustentáveis. Por este motivo relembramos alguns filósofos e parte dos saberes...