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terça-feira, 14 de novembro de 2023
FOME NA AMÉRICA LATINA E CARIBE - 43,2 MILHÕES SEGUNDO ONU
FONTE: ONU - BRASIL
O relatório Panorama Regional da Segurança Alimentar e Nutrição 2023 alerta que 6,5% da população da América Latina e do Caribe sofre de fome.
Os níveis de fome na região continuam mais elevados do que em 2019 - antes da pandemia da COVID-19, embora a tendência de crescimento da fome tenha estagnado.
O estudo mostra, também, que a região possui o custo mais alto de uma alimentação saudável do mundo. Entre 2020 e 2021, o custo de uma alimentação saudável aumentou 5,3% na América Latina e no Caribe.
Segundo o relatório lançado nesta segunda-feira (6), a região registra níveis de sobrepeso e obesidade superiores às estimativas globais, com 8,6% das crianças menores de cinco anos apresentando sobrepeso.
Novo relatório das Nações Unidas, Panorama Regional da Segurança Alimentar e Nutrição 2023, indica que 6,5% da população da América Latina e do Caribe sofre de fome, ou seja, 43,2 milhões de pessoas.
Embora este número represente uma ligeira melhora de 0,5 pontos percentuais em comparação com a medição anterior, a prevalência da fome na região ainda está 0,9 pontos percentuais acima dos registros de 2019, antes da pandemia da COVID-19.
Além disso, o cenário é desigual a nível sub-regional:
- Na América do Sul, o número de pessoas que sofrem de fome diminuiu 3,5 milhões entre 2021 e 2022. No entanto, existem 6 milhões de pessoas alimentadas adicionais em comparação com o cenário pré-COVID-19.
- Na América Central, 9,1 milhões de pessoas sofreram de fome em 2022, o que significa uma prevalência de 5,1%. Este valor não representa nenhuma variação significativa em relação à medição anterior.
- No Caribe, o cenário é diferente. Nesta sub-região, 7,2 milhões de pessoas passaram fome em 2022, com uma prevalência de 16,3%. Em comparação com 2021, este número aumentou em 700 mil e, entre 2019 e 2022, o aumento foi de um milhão de pessoas, sendo a maior prevalência no Haiti.
“Os números da fome na nossa região continuam preocupantes. Vemos como nos distanciamos cada vez mais do cumprimento da Agenda 2030 e ainda não conseguimos melhorar os números anteriores à crise desencadeada pela pandemia da COVID-19. A nossa região enfrenta desafios persistentes como a desigualdade, a pobreza e as mudanças climáticas, que reverteram o progresso na luta contra a fome em pelo menos 13 anos. Este cenário nos obriga a trabalhar juntos e a agir o mais rápido possível”.
- Mario Lubetkin, vice-diretor e representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe.
Por sua vez, Lola Castro, diretora regional do Programa Mundial de Alimentos (WFP) enfatizou que:
“É necessário manter as pessoas no centro do conjunto de soluções contra a insegurança alimentar e a má nutrição, particularmente no atual contexto de emergência climática. Em apoio aos governos da região, estamos promovendo ações que protejam as pessoas mais vulneráveis e transformem os sistemas alimentares, para que sejam mais resilientes, além de acompanhar os esforços através de políticas públicas holísticas para promover alimentações saudáveis e acessíveis.”
A insegurança alimentar continua a aumentar na região
O relatório mostra, ainda, que em 2022, 247,8 milhões de pessoas na região vivenciaram insegurança alimentar moderada ou grave, ou seja, foram obrigadas a reduzir a qualidade ou a quantidade dos alimentos que consumiam, ou mesmo ficaram sem comer, passaram fome e, no caso mais extremo, passaram dias sem comer, colocando em sério risco a sua saúde e bem-estar. Este valor significa uma diminuição de 16,5 milhões em relação a 2021.
- Na América do Sul, mais de um terço (36,4%) da população sofria de insegurança alimentar moderada ou grave.
- Na América Central, a prevalência da insegurança alimentar moderada ou grave atingiu 34,5% em 2022, representando um aumento de 0,4 pontos percentuais, ou 1,3 milhões de pessoas adicionais, em comparação com 2021.
- No Caribe, entretanto, durante 2022, 60,6% da população sofreu insegurança alimentar moderada ou grave.
O relatório das Nações Unidas mostra que as desigualdades registadas na América Latina e no Caribe têm um impacto significativo na segurança alimentar das pessoas mais vulneráveis. A prevalência da insegurança alimentar moderada ou grave continua a afetar mais as mulheres do que os homens. Embora a disparidade tenha diminuído na região, ainda é de 9,1 pontos percentuais, sendo a América Latina e o Caribe a região com a maior disparidade do mundo.
“Em 2022, a insegurança alimentar moderada ou grave nas zonas rurais era 8,3 pontos percentuais superior à das zonas urbanas. Mais uma vez, são as populações rurais que ficam para trás e por isso devemos priorizá-las em nossos programas e políticas públicas”.
- Rossana Polastri, diretora regional do Fundo Internacional das Nações Unidas para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) para a América Latina e o Caribe.
A região enfrenta o desafio da má nutrição
A América Latina e o Caribe enfrentam cada vez mais o complexo problema da má nutrição, que abrange tanto a desnutrição – atraso no crescimento, emaciação infantil e deficiências de vitaminas e minerais – como o sobrepeso e a obesidade.
Segundo o relatório, a região registou um aumento na prevalência de sobrepeso em meninos e meninas com menos de 5 anos de idade entre 2000 e 2022, e na prevalência de obesidade em adultos entre 2000 e 2016, ultrapassando a média mundial em ambos os casos.
Entre 2020 e 2022, no contexto da pandemia, a prevalência de sobrepeso em meninos e meninas menores de 5 anos aumentou ligeiramente de 8,3% para 8,6%, com um aumento maior na América do Sul, um aumento menor na América Central e permanecendo estável no Caribe. Em 2022, a prevalência de sobrepeso em meninos e meninas menores de 5 anos era de 9,7% na América do Sul, 6,7% na América Central e 6,6% no Caribe.
“O sobrepeso e a obesidade são um desafio crescente, responsáveis por aproximadamente 2,8 milhões de mortes” por doenças não transmissíveis em 2021 nas Américas, disse Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-America da Saúde (OPAS). “Nos últimos 50 anos, as taxas de sobrepeso e obesidade triplicaram, afetando 62,5% da população da região”, acrescentou e considerou “preocupante” a prevalência regional de sobrepeso em meninos, meninas e adolescentes que se situa em 33,6%, superior à média mundial. “É urgente avançar na transformação dos sistemas alimentares para garantir uma alimentação saudável para todos.”
A obesidade não é o único desafio nesta questão. Alguns países ainda apresentam uma alta prevalência de atraso no crescimento em meninos e meninas com menos de 5 anos de idade. A nível regional, este valor atingiu 11,5%. Embora tenha sido alcançada uma redução significativa desde 2000, o declínio desacelerou nos últimos anos. Entre 2000 e 2012, a prevalência diminuiu cerca de 5 pontos percentuais, enquanto entre 2012 e 2022 a redução foi de apenas 1,2 pontos percentuais.
“Na América Latina e no Caribe, a má nutrição infantil é um problema que, em suas diversas formas, continua afetando crianças e adolescentes. A desnutrição e o sobrepeso infantil são duas faces da mesma moeda e requerem uma abordagem abrangente. O excesso de peso infantil aumentou de forma alarmante nas últimas duas décadas, ameaçando a saúde e o bem-estar das crianças. Por sua vez, a desnutrição infantil prevalece na região, afetando principalmente as populações indígenas, afrodescendentes e rurais. Do UNICEF, apelamos aos países para que promovam políticas de saúde pública que protejam o direito das crianças à nutrição, garantindo o seu acesso a alimentos nutritivos e a serviços e práticas adequadas”.
- Garry Conille, diretor regional do UNICEF para a América Latina e o Caribe.
O alto custo de uma alimentação saudável
A América Latina e o Caribe possui o custo mais alto de uma alimentação saudável do mundo. Entre 2020 e 2021, o custo de uma alimentação saudável aumentou 5,3% na região, um aumento que pode ser explicado pelo aumento da inflação alimentar impulsionada pelos confinamentos, pelas perturbações na cadeia de abastecimento global e pela escassez de recursos humanos que ocorreu durante este período.
De acordo com o Panorama 2023, o custo médio de uma alimentação saudável em todo o mundo é de US$ 3,66 por pessoa por dia. A América Latina e o Caribe são a região com o custo mais alto de uma dieta saudável, chegando a US$ 4,08 por dia. A Ásia vem em seguida, com US$ 3,90; África com 3,57 dólares; América do Norte e Europa, com US$ 3,22; e finalmente Oceania, com US$ 3,20.
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
FEIRA HIPPIE BH - MAIS TEMPO, CULTURA E MEIO AMBIENTE
FEIRA HIPPIE BH - MAIS FEIRA, MAIS CULTURA E MEIO AMBIENTE COM QUALIDADE DE VIDA
Feira Hippie de BH =- Foto: Jornal Oecoambiental |
O Jornal Oecoambiental acredita que a união entre a cultura
e a boa gestão do meio ambiente são alicerces fundamentais da construção da sustentabilidade.
A Feira Hippie é um ponto de encontro
tradicional da população de Belo Horizonte, com seus visitantes e turistas que
valorizam o bom bate papo mineiro, que acolhe o saber cultural de todas as
pessoas e gerações.
Estamos ouvindo os feirantes e expositores,
que merecem ser valorizados pelo importante trabalho que realizam todos os
domingos na gastronomia, na alimentação da população e pelo trabalho
cultural sustentável. A Feira Hippie é
um Patrimônio Cultural de Belo Horizonte.
Um passo importante está sendo dado na
colocação de mesas nas áreas de alimentação da Feira. É preciso seguir valorizando
a difusão cultural, o meio ambiente, os feirantes e a população.
segunda-feira, 30 de outubro de 2023
UNIDO - BIOGÁS E GEF BIOGÁS BRASIL - INOVAÇÃO INDUSTRIAL
FONTE: ONU - BRASIL
Especialistas da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e do projeto GEF Biogás Brasil participaram de palestras e de reunião técnica com gestores da indústria na feira de inovação Mercopar, organizada pelo Sebrae em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS).
O projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementado pela UNIDO, financiado pelo GEF e conta com o CIBiogás como principal entidade executora.
Especialistas da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e do projeto GEF Biogás Brasil participaram de duas palestras durante a feira de inovação Mercopar, dias 18 e 19 de outubro, em Caxias do Sul (RS).
O primeiro painel, no dia 18, teve o tema “Perspectivas e inovação na indústria mundial: uma visão da UNIDO”. O evento contou com a participação do gerente de projetos da Divisão de Descarbonização e Energia Sustentável da UNIDO, Luca Longo; da gerente de projetos da UNIDO no Brasil, Sérgia Oliveira; e do diretor técnico do Sebrae-RS, Ayrton Ramos.
“Fizemos uma apresentação sobre a visão da UNIDO a respeito da inovação. Foram destacados pontos que a UNIDO considera relevantes, como sustentabilidade na indústria, descarbonização, e colocar o bem-estar em primeiro lugar em todo o processo de inovação”, explicou Sérgia Oliveira, da UNIDO no Brasil.
Luca Longo, que veio diretamente da sede da UNIDO em Viena, na Áustria, para participar da feira no Brasil, representou a organização no evento:
“Tivemos a chance de discutir vários temas relacionados ao projeto GEF Biogás Brasil e, mais amplamente, ao desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável. Fizemos apresentações com nossos parceiros no Brasil, como MCTI, Sebrae e outros. Espero que as discussões que tivemos nesses dias abram caminho para maior cooperação no futuro”.
Ayrton Ramos, do Sebrae-RS, participou do painel como mediador:
“O painel da UNIDO falou sobre desenvolvimento industrial, principalmente a partir dos programas vinculados à sustentabilidade. Houve uma especial ênfase ao trabalho da digitalização, e uma conexão grande entre vários projetos”.
Sérgia Oliveira e Luca Longo também participaram do podcast “Plano de vôo”, produzido pelo Sebrae-RS. A gravação do episódio ocorreu em um estúdio montado na Mercopar. Os especialistas conversaram sobre descarbonização na indústria e caminhos para um desenvolvimento mais inclusivo. O episódio vai ao ar no dia 23 de novembro em plataformas de streaming.
Já o segundo painel, no dia 19, intitulado “Sustentabilidade e inovação: eficiência energética na indústria”, contou com representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Sebrae, da UNIDO e do projeto GEF Biogás Brasil.
Participaram da palestra o assessor da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec) do MCTI, Gustavo Ramos; o especialista em Políticas Nacionais do projeto GEF Biogás Brasil e consultor da UNIDO, Tiago Quintela Giuliani; o gerente do Departamento de Agronegócios e Alimentos na FINEP, Jorge Luiz Jardim; e, na mediação, a gerente de projetos da UNIDO no Brasil, Sérgia Oliveira.
“Abordei as políticas públicas relacionadas à área de transição energética, e dei um enfoque bastante forte na atuação do MCTI na temática de pesquisa, desenvolvimento e inovação, e no que nós temos feito ao longo dos anos para impulsionar os combustíveis sustentáveis e energias renováveis”, contou Gustavo Ramos, da SETEC/MCTI.
Além das duas palestras, consultores da UNIDO pelo projeto GEF Biogás Brasil participaram de uma reunião técnica com o Polo Sebrae de Indústria e gestores do setor, no escritório do Sebrae em Caxias do Sul. A reunião teve como foco as oportunidades de parcerias entre o Sebrae e a UNIDO. A discussão foi liderada pelo especialista em Cadeia de Valor do projeto GEF Biogás Brasil, Emilio Beltrami, e pelo especialista em Políticas Nacionais do projeto, Tiago Quintela Giuliani.
“Dialogamos sobre desafios da competitividade na indústria brasileira, e sobre uma interação internacional onde a UNIDO pode se colocar como elemento catalizador de novos conhecimentos. Trazendo boas práticas, inovações, novos modelos de desenvolvimento das cadeias produtivas, soluções de problemas que as empresas enfrentam no dia a dia, possibilidade de crescimento com aumento da produtividade e, portanto, crescimento econômico a nível nacional”, explicou Emilio Beltrami, da UNIDO no Brasil.
Tiago Quintela Giuliani, também consultor do escritório da UNIDO em Brasília, apresentou os resultados do projeto GEF Biogás Brasil aos gestores do setor industrial que participaram do encontro no Sebrae-RS:
“A reunião foi muito positiva. Conseguimos transmitir impactos e soluções que podem auxiliar o Sebrae no desenvolvimento das suas atividades e ações diárias. O próximo passo, agora, junto ao Sebrae, é o desenvolvimento de uma cooperação técnica entre as instituições, envolvendo a UNIDO e o próprio governo”.
O projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo MCTI, implementado pela UNIDO, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora. O projeto converge ações e investimentos de organismos internacionais, setor privado, entidades setoriais e do Governo Federal pela diversificação da geração de energia renovável no Brasil por meio do biogás.
A Mercopar é uma feira de inovação e negócios organizada pelo Sebrae em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). O tema da Mercopar deste ano foi o conceito de ESG, sigla em inglês que corresponde a práticas corporativas em torno de prioridades ambientais, sociais e de governança. A feira ocorreu entre os dias 17 e 20 de outubro.