domingo, 3 de novembro de 2013

IV CONFERÊNCIA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE PODERIA TER CONGREGADO OUTROS SETORES

                                      IV CNMA - Brasília - Foto: Jornal O Ecoambiental

IV CONFERÊNCIA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE


    O que marcou a IV CNMA em Brasília  realizada de 24 a 27 de outubro, foi sem dúvida, a mobilização dos catadores de materiais recicláveis nacionalmente. Os catadores merecem o respeito da população brasileira, uma vez que promovem a melhoria da qualidade de vida para todos. Agora é acompanharmos como serão implementadas as propostas aprovadas na IV CNMA. Ainda falta a coleta seletiva ser realizada de porta a porta em todo o Brasil, tarefa que é principalmente dos governos locais. Isto contribuiria em muito para o trabalho de reciclagem que os catadores realizam e ainda para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros.
    A IV CNMA contou com representantes de todos os Estados do País.  Destacamos a presença de parte dos povos indígenas, populações tradicionais, quilombolas, cooperativas de materiais recicláveis, pessoas que atuam em vários movimentos sociais, sem contudo serem realizadas discussões temáticas fundamentais para o avanço da solução dos conflitos socioambientais do País.  Para quem acompanha as Conferências Nacionais de Meio Ambiente como o Jornal O Ecoambiental, muitos grupos e entidades representativas da área socioambiental do Brasil não estiveram presentes como poderiam: o setor rural, a agricultura familiar, poderíamos ter maior presença de sindicatos e centrais sindicais, grupos que atuam na área de florestas, água, mudanças climáticas, além da sentida ausência da Ministra Marina Silva, Carlos Minc e ativistas de várias áreas socioambientais. Eles foram Ministros de Meio Ambiente e poderiam apresentar  avaliações e retrospectivas importantes para não se ter a impressão que a luta por melhores condições de vida e meio ambiente estivesse restrito apenas as resoluções da IV CNMA. Isto seria óbvio para alguns, mas não para muitos delegados da IV CNMA, que estiveram em Brasília pela primeira vez. A própria Presidenta Dilma deveria ter ido a IV CNMA. 
   O Brasil precisa valorizar a nossa memória histórica de lutas. Esta memória histórica que vem sendo negada principalmente a juventude brasileira, em grande parte insatisfeita, buscando alternativas de um País melhor onde os adultos insistem em não aprender como nossos erros. Aprendermos com o que já foi feito de melhor para avançarmos: o ver, julgar e agir que move e dinamiza as lutas socioambientais há anos.  Mesmo os povos indígenas e populações tradicionais poderiam estar presentes em maior número, pois este segmento é fundamental para que possamos ter saídas para a crise ambiental valorizando-se a sabedoria de povos que originaram a população brasileira. Todos estes segmentos poderiam contribuir para uma melhor abordagem qualitativa das questões socioambientais do Brasil. Os problemas ambientais precisam ser enfrentados por todos os partidos, além dos partidos e por toda sociedade civil. Não há como buscar uma saída para a crise ambiental ancorados em um partido ou alguns segmentos da sociedade apenas, ou mesmo à partir de burocracias. Os desafios da crise ambiental exigem soluções imediatas transdisciplinares. Diante a importância da Floresta Amazônica, reunir comunidades do país em uma Conferência Nacional de Meio Ambiente sem sequer realizar-se um painel sobre a questão atual da Amazônia é preocupante. Precisamos defender a Floresta Amazônica, como quem defende o quintal de nossa casa. 
   A metodologia adotada nas conferências preparatórias e na nacional não abriu espaço à realização de plenárias livres. Talvez isto explique a ausência de tantos segmentos importantes de meio ambiente do País. Participar de uma Conferência onde o povo não pode se manifestar livremente em plenárias livres, antes de se tirarem propostas e onde uma metodologia pré-estabelecida de cima para baixo já traz definido o modelo de todas as conferências locais corre o risco de perda qualitativa. Mesmo algumas propostas aprovadas na conferência municipal  foram modificadas sob o argumento de ser fazer "nova redação" já para a etapa estadual. Uma proposta aprovada em grupos não poderia ser modificada sob qualquer alegação. Como adotar uma metodologia como aconteceu se quem atua na área socioambiental sabe da complexidade e da diversidade que é o meio ambiente e da realidade de nosso país ? A promessa de se realizar painéis temáticos não foi cumprida pela organização da IV CNMA sobre a questão da água, do campo,  das mudanças climáticas, a democratização da comunicação e o meio ambiente,  florestas, povos indígenas e comunidades quilombolas e tradicionais, do movimento sindical e o meio ambiente, avaliações sobre o pós Rio + 20 no Brasil e no mundo. Uma Conferência Nacional de Meio Ambiente não pode prescindir de realizar painéis sobre a conjuntura ambiental global, uma vez que em nosso país foi realizada a Rio + 20 e Cúpula  dos Povos. 
   Um tema que deveria ter sido debatido nesta IV Conferência, diante as manifestações que tomam as ruas do Brasil é o da juventude e o meio ambiente. Discutir-se este tema junto com todos os outros temas de meio ambiente, no sentido de fortalecer a luta de toda a população jovem e adulta para nos unirmos na solução dos conflitos socioambientais. A realização destas plenárias temáticas só traria benefícios à implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Uma vez que a política nacional de meio ambiente e a Lei de Educação Ambiental preconiza a importância da atuação multidisciplinar na solução dos conflitos ambientais, não foram realizados na IV CNMA os debates e painéis de outras frentes de atuação e temas fundamentais, como por exemplo a comunicação socioambiental. 
    Aqui em Minas grupos como o Movimento pela Criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela, Manuelzão, dos Comitês de Bacias Hidrográficas, MOC-ECO, Fonasc, dentro outros, poderiam ter enriquecido muito mais as ações nacionais em defesa do meio ambiente. Mas desde a etapa municipal suas propostas não foram encaminhadas como deveriam. Alguns se fizeram até ausentes nas etapas municipal e regional da IV CNMA. Não se trata de retirar o mérito da discussão dos resíduos sólidos nem dos esforços para que a IV CNMA se realizasse. O melhor das Conferências Nacionais é o encontro do povo brasileiro. Sentimos orgulho de sermos brasileiros quando encontramos em todas as regiões do país pessoas que deixaram suas famílias para se reunirem buscando melhores condições ambientais para todas as famílias brasileiras. O que se precisa é o Brasil ouvir e respeitar mais os próprios brasileiros. O Brasil precisa estar reunido permanentemente para vencer os desafios da crise ambiental, porque nosso país é protagonista na solução da crise ambiental global.
   Fica a constatação que a questão dos resíduos sólidos é uma parte de toda a complexidade de frentes de atuação da área socioambiental. Não se pode creditar a solução de todos os conflitos socioambientais apenas à frente de atuação de resíduos sólidos. A organização nacional dos catadores de materiais recicláveis tem uma grande importância, sem dúvida. Mas sozinhos e isolados não podem solucionar todos os problemas socioambientais do país e do mundo.  O meio ambiente, ou o todo ambiente,  exige uma atuação conjunta e ampla de todas as áreas, como atesta a Agenda 21.  A oportunidade de este segmento socioambiental da organização nacional dos catadores terem se encontrado e dialogado com outros grupos e frentes de luta de meio ambiente, poderia em muito enriquecer em conteúdo e ações práticas a IV CNMA.  Sabemos da importância da reciclagem, do fim dos lixões no país, em se discutir a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei nº 12.305.
    Ao final da IV CNMA observamos um esvaziamento da Conferência, sequer foi realizada uma cerimônia de encerramento. E um detalhe fundamental:  o Hino Nacional não foi tocado na abertura da IV CNMA.  Esperamos que nas próximas Conferências Nacionais haja um trabalho mais multidisciplinar e todos os segmentos possíveis da área socioambiental do país estejam presentes, atuantes e sejamos todos respeitados de fato e possamos colaborar coletivamente para avançarmos na busca de melhores condições socioambientais no campo, nas comunidades e cidades brasileiras. A complexidade da questão ambiental exige que todas as pessoas e instituições e segmentos sociedade civil, empresarial e governamental se unam para solucionarmos os problemas ambientais locais e globais.  

sábado, 26 de outubro de 2013

IV CONFERÊNCIA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE EM SEU TERCEIRO DIA























Votação do eixo temático de Educação ambiental - Foto: Jornal O Ecoambiental

A IV CNMA prossegue com a votação das propostas dos eixos temáticos sobre o tema principal desta conferência que é sobre Residuos. Delrgados de todo o país estão agora escolhendo as questões que serão priorizadas.

                         Delegados na IVCNMA - Brasília  - Foto: Jornal O Ecoambiental

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

IV CNMA ENTRA NO CICLO DE DEBATES

                            Participantes da IV CNMA - Brasília - Foto: Jornal O Ecoambiental

A IV Conferência Nacional de Meio Ambiente tem uma participação total de mais de 200 mil pessoas envolvidas. Para se chegar a esta etapa nacional  que acontece neste momento em Brasília, no Centro Internacional de Convenções do Brasil,  ocorreram  643 conferências municipais, 179 regionais, que envolveram 3.009 municípios, totalizando 3.652 municípios 65,61% dos municípios brasileiros.
   
                                           IVCNMA     - Foto: Jornal O Ecoambiental

O tema central da IV CNMA é resíduos sólidos, onde são discutidos 4 eixos temáticos: 1 – Produção e consumo sustentáveis;  2 – redução dos impactos ambientais; 3 – geração de trabalho, emprego e renda;  4 – educação ambiental.
  Nesta   sexta-feira acontecem os ciclos de debates com diversos temas como : a Lei nº 12.305; erradicação dos lixões; resíduos sólidos no meio rural; desperdício de alimentos e combate à fome; logística reversa e sua implantação; a construção civil e a política nacional de resíduos sólidos, dentre outros.
   



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

JORNAL O ECOAMBIENTAL PRESENTE NA IV CNMA EM BRASÍLIA

                IV CNMA -Brasília - DF - credenciamento - Foto: Jornal O Ecoambiental

     O Jornal O Ecoambiental está presente na IV Conferência Nacional de Meio Ambiente, que reúne 1352 representantes de todos os Estados e DF e discutem principalmente a Política Nacional de Resíduos  Sólidos. Mais de duas mil pessoas estão presentes.  Temos participado destes debates desde a etapa municipal de BH, passando pela IV CNMA de MG, onde consideramos que é fundamental ouvir todos os segmentos da sociedade, assim como todas as áreas de meio ambiente. Presenciamos hoje a mobilização intensa dos catadores de materiais recicláveis que devem argumentar a importância dos catadores para a implantação da Política Nacional de Resíduos.  Daqui a pouco acontecerá um show de abertura da IV CNMA   com Zeca Baleiro. A IV CNMA como todas as Conferências expressam, em conteúdo, os conflitos socioambientais presentes na sociedade.  Nosso Jornal O Ecoambiental acompanha passo a passo os desdobramentos da IV CNMA e convida aos nossos leitores para também acompanharem o que vem sendo tratado neste evento, que busca avançar nas conquistas da sociedade civil por um meio ambiente melhor para todos.













Participantes da IVCNMA - Foto: Jornal O Ecoambiental



domingo, 20 de outubro de 2013

CEM ANOS DE VINÍCIUS DE MORAES


Pátria Minha 
Vinicius de Moraes 

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes."

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

FEIRA ORGÂNICA FESTEJANDO O DIA DAS CRIANÇAS


NÃO USE DROGAS



NÃO USE DROGAS



    O JORNAL O ECOAMBIENTAL TRABALHA PELA CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL COM QUALIDADE DE VIDA PARA TODOS. ACREDITAMOS NO CAMINHO DA VALORIZAÇÃO DA PESSOA HUMANA E DE TODO MEIO AMBIENTE COMO SENDO A DIREÇÃO PARA VENCERMOS NOSSOS CONFLITOS PESSOAIS E SOCIOAMBIENTAIS. INCENTIVAMOS TODA ATIVIDADE HUMANA COM ESTA FINALIDADE COMO A VALORIZAÇÃO CULTURAL: DEMOCRATIZAR O ACESSO A CULTURA, A COMUNICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL, A BUSCA DE VALORES QUE SÃO REFERÊNCIAS HISTÓRICAS DA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DO POVO BRASILEIRO, A PRÁTICA DE ESPORTES E O APRENDIZADO CONSTANTE DA IMPLANTAÇÃO DE AÇÕES QUE VISAM A CONQUISTA COTIDIANA DE UM MEIO AMBIENTE SADIO E PARA TODOS. COMO A CAPOEIRA QUE RESGATA  AS MELHORES REFERÊNCIAS CULTURAIS DE NOSSO PAÍS. POR ISSO NOS UNIMOS A TODAS AS PESSOAS E GRUPOS DA SOCIEDADE CIVIL QUE BUSCAM CONSTRUIR UM MUNDO AMBIENTALMENTE MAIS JUSTO, SADIO, COM QUALIDADE DE VIDA PARA TODOS.

sábado, 5 de outubro de 2013

OS MOVIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS E A IMPORTÂNCIA DA AUTONOMIA POLÍTICA

    O melhor caminho para conquistarmos a sustentabilidade é unir as ações de defesa do meio ambiente, socioambientais, pela sociedade civil e mantermos a autonomia frente aos partidos políticos.  É preciso se implantar no país uma reforma política de fato,  uma política de democratização econômica, étnica, cultural, educacional, de saúde, reforma agrária, créditos, apoio aos agricultores familiares orgânicos, democratização da comunicação,  respeito aos povos indígenas, populações quilombolas, tradicionais; implantarmos soluções imediatas aos graves problemas socioambientais do Brasil  e conquistarmos canais de participação para que as reivindicações da sociedade civil e dos movimentos socioambientais sejam ouvidos de fato. Sem este caminho, a maioria da sociedade civil continuará sendo excluída de uma representação política direta e transparente. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

MARINA SILVA ENFRENTA A BUROCRACIA E A LUTA EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE SE FORTALECE


   O Estado negar a inscrição do partido Rede Sustentabilidade não surpreende a nós que trabalhamos na área socioambiental, pois a negação do valor da pessoa humana e de todo meio ambiente está dado na sociedade atual. Como a proposta de redes na área de meio ambiente, por exemplo, acontecem em tempos diversos da cronologia da burocracia, somente relembrando as recentes manifestações nas ruas do Brasil, podemos constatar que há uma negação em se ouvir o clamor das massas pelas burocracias que dificultam toda representação política direta e transparente da sociedade civil brasileira. A Senadora Marina, como é conhecida, não poderá ser acusada de ser anarquista, pois trilhou um caminho onde há um jogo de cartas marcadas. Talvez se ela colhesse um milhão de assinaturas para a criação do partido, nesta conjuntura política, iriam dizer que ainda não poderia criar um partido. Disseram na negação do registro que não havia apoio e representatividade na sociedade civil, mas com quase vinte milhões de votos que obteve na última eleição presidencial ? Os partidos brasileiros seriam melhor definidos como agrupamentos políticos que defendem interesses muitas vezes corporativos. Existem tantas facções e interesses em todos os partidos, que talvez o nome dê significado a sua própria existência: os partidos estão partidos. E quem mais sofre como isso ? A maioria, não parte, de nós brasileiros.
   Questões apresentadas pela ecopolítica como  os constantes relatórios de mudanças climáticas, ou sobre o aquecimento global; a falta de qualidade de vida para milhões de brasileiros, devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos na agricultura no Brasil; o desmatamento da Amazônia; a falta de respeito para com as etnias que formam a identidade brasileira, como os povos indígenas, quilombolas, populações tradicionais, afrodescendentes, colocam em evidência uma sociedade de classes e de agrupamentos étnicos que tentam colocar a margem a solução urgente dos conflitos socioambientais no Brasil e no mundo. Esta decisão de não se permitir o registro da Rede de Sustentabilidade poderia ser descrito como uma atitude de racismo ambiental.  Devemos lembrar que a Senadora Marina Silva é uma afrodescendente, mesmo sabendo que o racismo ambiental agride a todas as etnias da sociedade. Contudo, sabemos que os que mais sofrem com a degradação socioambiental no Brasil e no mundo são os mais pobres. 
  Os problemas e conflitos socioambientais no Brasil e no mundo não serão resolvidos de cima para baixo, em um Decreto-Lei, por ações partidárias, pelo Estado ou Estados apenas; o protagonismo para a construção de sociedades ambientalmente mais justas está nas mãos, nas atitudes da maioria: a sociedade civil. Na valorização de cada brasileiro, de nossa diversidade cultural, étnica, de nossa identidade como Nação. Lutamos pela defesa de uma sociedade ambientalmente mais justa, com qualidade de vida para todos. Pela democratização da comunicação, do direito de todos os brasileiros terem pão na mesa e formação, base cultural, orgulho de ser brasileiro e não o contrário.  No nosso caso brasileiro, estamos presenciando a insatisfação de grande parte da população onde a exclusão das maiorias fica cada vez mais evidente. O Brasil vivencia o caos no sistema público de educação ( como alguns estão faturando com as provas do Enen...), saúde, transporte, moradia, alimentação de qualidade, a péssima distribuição de renda no país, manifestada nas ruas, nas greves, nos conflitos que a grande imprensa tanto gosta de expor e individualizar mas nunca apontar as causas.
    No entanto, a sustentabilidade está sendo construída. Porque a causa socioambiental é a grande fronteira da espécie humana. Não queremos seguir o caminho da destruição, da degradação dos seres humanos contínua e de todo o meio ambiente.  Este parece ser um caminho nada fácil para o Brasil. Importamos tanta coisa ruim de outros países e não valorizamos nosso próprio povo brasileiro. As empresas brasileiras que traziam possibilidades de valorização de nosso povo foram privatizadas e sucateadas.  Antes de tudo, a trajetória de luta em defesa da Amazônia no Brasil, dos excluídos que continuam sendo excluídos pela classe dominante, nós: povo brasileiro, merecemos respeito. A Senadora Marina merece respeito. Não se trata aqui de apoio ou defesa deste ou daquele candidato. Todos os partidos terão que apresentar propostas na área socioambiental. A questão ambiental é a que abrange todas as políticas públicas de forma transversal. Não há questão política mais urgente que solucionar os conflitos socioambientais no presente, pensando-se no futuro. A juventude brasileira por isso reage. Nós, os adultos estamos tentando desvalorizar nós mesmos, os brasileiros. Que respeito a juventude pode dar a um adulto se este modelo de sociedade está degradando as pessoas e destruindo o meio ambiente ?  Ainda somos um país com uma ideologia de colônia dominante. 
   O Jornal Oecoambiental trabalha para a construção da sustentabilidade com a valorização da identidade nacional. Não precisamos importar ideologias dos países do norte, porque o Brasil tem bagagem cultural para construir um caminho de valorização de todos os brasileiros, de todo o meio ambiente, do respeito a auto determinação dos povos, de sociedades sem senhores, sem escravos, sem ditadores e sem ditaduras do mercado. A causa da construção da sustentabilidade se fortalece quando se evidencia que o protagonismo continua sendo cada vez mais da sociedade civil.   O Jornal O Ecoambiental estará ouvindo quais as propostas de todos os candidatos à Presidência da República para resolverem os problemas socioambientais dos brasileiros. Trabalhamos sem vínculo político partidário. Buscamos contribuir na implantação do Artigo 225 da Constituição, da Agenda 21 e da economia solidária.
   Queremos um país e um mundo melhor de se viver para as presentes e futuras gerações. Não podemos mais seguir aquecendo o planeta, mantendo milhões de seres humanos na pobreza. Não há fome apenas de pão, mas de valorização humana, de respeito às culturas e identidades locais. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

IPCC E SEU QUINTO RELATÓRIO: O SER HUMANO PROVOCA O AQUECIMENTO GLOBAL


     É PRECISO AGIR, ACREDITAR QUE PODEMOS MUDAR

    CONSTRUIRMOS UM BRASIL E UM MUNDO SUSTENTÁVEL JÁ


    O aquecimento global é um alerta permanente para todo o mundo. É preciso intensificar ações locais e globais para revertermos os danos causados pela ação humana ao meio ambiente. Todos nós já percebemos e sentimos como as mudanças climáticas estão alterando a vida no campo e na cidade. O grande desafio é que o aquecimento global está ligado ao modo de produção de sociedade onde a emissão de gases de efeito estufa continuam aumentando. As ações locais e globais em defesa do meio ambiente precisam ser ampliadas.
   Este foi o alerta que o Jornal O Ecoambiental realizou durante a IV Conferência Municipal de Belo Horizonte de Meio Ambiente: debater os resíduos sólidos é muito importante, contudo, é necessário que os outros problemas ambientais sejam tratados em todas as Conferências no Brasil e no mundo. Não existe solução para a crise ambiental somente pelo viés do mercado. É preciso potencializar e valorizar as ações de cada pessoa humana, dos grupos que se organizam, das instituições públicas e privadas, dos governos, com relação a redução da emissão de gases de esfeito estufa.
   O avanço do mar em várias partes do mundo no litoral, antecipam a gravidade do problema. Chuvas, enchentes, secas, nevascas, furações, tornados, tsunamis ( intensificados, sem controle e previsão são indicadores dos efeitos do aquecimento global); a produção de fertilizantes e agrotóxicos utilizados na agricultura, a poluição ao ar em grandes cidades do mundo; o desmatamento da Amazônia, comprovam que estas mudanças estão adoecendo o meio ambiente e os seres humanos. Este relatório divulgado na Suécia hoje, só reafirma o que já foi divulgado em outros relatórios: os seres humanos e o modo de produção de sociedade  estão aquecendo o planeta.
   Você leitor(a) do Jornal O Ecoambiental está convidado a agir conosco: PARTICIPE DE NOSSA CAMPANHA DE PLANTIO DE ÁRVORES; DE NOSSA CAMPANHA PERMANENTE DE ASSINANTES APOIADORES ( veja como no link ao lado deste blog) , CONTE COM O NOSSO APOIO PARA VOCÊ IMPLANTAR UM PROJETO SOCIOAMBIENTAL LOCAL, APÓIE A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS DOS AGRICULTORES FAMILIARES ORGÂNICOS, MANIFESTE SUA OPINIÃO: ESCREVENDO,  ENVIANDO-NOS - MATÉRIAS, ARTIGOS, REPORTAGENS. Faça com que as informações sobre os problemas e soluções da crise socioambiental que o Brasil e o mundo enfrentam cheguem ao conhecimento de toda  população.



 
RELATÓRIO DO IPCC DIVULGADO NA SUÉCIA HOJE:

- A Temperatura da Terra pode subir 4,8 ºC até , diz relatório de meio ambiente da ONU

- De acordo com documento, divulgado nesta sexta-feira, no fim do século o gelo do Ártico pode diminuir até % e o nível do mar subir 82cm

- O documento reúne previsões do aquecimento global até apontando aumento de temperatura superior a 2 graus ‘A influência humana no clima é clara’, diz trabalho
 
   A previsão do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) é que o aquecimento global até o final do século 21 seja “provavelmente superior” a 2 graus (com pelo menos 66% de chances disto acontecer), superando o limite considerado seguiro pelos especialistas. Até 2100, o nível do mar deve aumentar perigosamente de 45 a 82 centímetros, considerando o pior cenário (ou de 26 a 55 centímetros, no melhor), e o gelo do Ártico pode diminuir até 94% durante o verão local.

    Além disso, o relatório do IPCC -- publicado na manhã desta sexta-feira em Estocolmo, na Suécia, com as bases científicas mais atualizadas sobre as mudanças climáticas -- considera que há mais de 95% de certeza para afirmar que o homem causou mais da metade da elevação média da temperatura entre 1951 e 2010. Neste período, o nível dos oceanos aumentou 19 centímetros.

    O documento, com o trabalho de 259 cientistas e representantes dos governos de 195 países, inclusive o Brasil, ressalta que parte das emissões de CO2 provocadas pelo homem continuará a ser absorvida pelos oceanos. Por isso, é praticamente certo (99% de probabilidade) que a acidificação dos mares vai aumentar, afetando profundamente a vida marinha.

     A mudança de temperatura da superfície do planeta deve exceder 1,5 grau, e, provavelmente, será superior a 2 graus — disse o copresidente do trabalho Thomas Stocker. — É muito provável que as ondas de calor ocorram com mais frequência e durem mais tempo. Com o aquecimento da Terra, esperamos ver regiões atualmente úmidas recebendo mais chuvas, e as áridas, menos, apesar de haver exceções.

    Os especialistas fizeram quatro projeções considerando situações diferentes de emissões de gases-estufa. Em todas, há aumento de temperatura. As mais brandas ficam entre 0,3 ºC e 1,7 ºC. Nestes casos, seria necessário diminuir muito as emissões. Já no cenário mais pessimista, o aquecimento ficaria entre 2,6 ºC e 4,8 ºC.

- Na minha opinião, o relatório é muito bom, repleto de informações e todas muito bem fundamentadas – comentou a especialista brasileira Suzana Kahn, que faz parte do grupo de pesquisadores do IPCC em Estocolmo. - No fundo, o grande ganho é a comprovação do que tem sido dito há mais tempo, com muito mais informação sobre o papel dos oceanos, das nuvens e aerossóis. Isto é muito importante para o mundo científico, pois aponta para áreas que precisam ser mais investigadas.

 
- O relatório do IPCC reafirma algumas certezas e vai além. Aponta a perda de massa de gelo, o aumento do nível dos oceanos, o incremento de chuvas onde já se chove muito, além da diminuição da umidade nas regiões mais áridas. No Brasil, o semiárido pode se tornar mais árido. Por outro lado, o Sul e Sudeste podem ter mais chuvas do que hoje - enumerou Rittl. - É importante ressaltar que o relatório fala de médias. Ou seja, em algumas regiões do país pode haver aumento de seis graus, com picos de mais de oito graus. A gente não está preparado para isso. E nossas emissões nos colocam numa trajetória de altíssimo risco, mais próxima dos piores cenários.

   Para Rittl, a ciência está dando uma mensagem clara: é preciso diminuir as emissões. Isso significa levar os temas relacionados às mudanças climáticas para as decisões políticas:

- Hoje o aquecimento global ainda é um tema marginal. Os investimentos em infraestrutura, energia, o plano Safra, todos os grandes investimentos da escala de trilhões de reais não têm praticamente nenhuma vinculação com a lógica de baixo carbono. Estamos sendo pouco responsáveis

 

   Lançado a cada seis anos, os relatórios do IPCC estão sob críticas de especialistas. O processo de análise dos documentos por representantes do governo acaba chegando a uma situação intermediária entre diplomacia e ciência, explica Emilio La Rovere, pesquisador da Coppe/UFRJ.

— O resultado é um meio termo entre diplomacia e ciência — afirmou Rovere.

Um dos pontos mais polêmicos são os chamados hiatos, períodos de cerca de 15 anos em que a temperatura média do planeta não aumenta. Por exemplo, a Agência Estatal de Meteorologia da Espanha anunciou, nesta semana, que o último trimestre na Península Ibérica foi o menos quente desde 2008. Entretanto, o relatório de 2007 do IPCC não citou estas pausas do aquecimento, dando argumento aos céticos.
 
 
Limite do aquecimento global

As informações do IPCC são importantes para a criação de estratégias de combate às mudanças climáticas. Na Convenção do Clima da Dinamarca (COP-15, realizada em 2009), foi criada a meta de limitar o aquecimento global em 2 graus. Para isso acontecer em 2050, explica Emilio La Rovere, da Coppe/UFRJ, seria necessário cortar 80% das emissões em comparação com 1990:

— Os modelos matemáticos simulando evolução demográfica, economia mundial, demanda e oferta de energia mostram que fica realmente quase impossível atingir este objetivo.
 
Este é o Quinto Relatório do IPCC, que será lançado em quatro partes, entre setembro de 2013 e novembro de 2014. Nesta sexta-feira, foi publicado o documento do Grupo de Trabalho I (sobre os aspectos científicos das mudanças climáticas). Entre os dias 25 e 29 de março de 2014, será a vez do Grupo de Trabalho II (analisando os impactos, a adaptação e a vulnerabilidade), que se reunirá em Yokohama, no Japão. O Grupo de Trabalho III (especializado na mitigação dos impactos das mudanças climáticas) está previsto para os dias 7 e 11 de abril em Berlim, na Alemanha. Por fim, será criado um relatório síntese, cujos trabalhos ocorrerão entre os dias 27 e 31 de outubro, em Copenhague, na Dinamarca.


   A DEFESA DO MEIO AMBIENTE, DA VALORIZAÇÃO DA ESPÉCIE HUMANA É A CAUSA QUE TODOS NÓS ESTAMOS CONVOCADOS A ASSUMIR JÁ
 
IPCC

O IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) foi criado em 1988 

pela Organização Meteorológica Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) para fornecer informações científicas, técnicas e sócio-econômicas relevantes para o entendimento das mudanças climáticas. Seus impactos potenciais e opções de adaptação e mitigação. É um órgão intergovernamental aberto para os países membros do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM). (Wikpédia)

terça-feira, 24 de setembro de 2013

PRESIDENTA DILMA DISCURSA NA ONU CONTRA ESPIONAGEM E REAFIRMA AS RESOLUÇÕES DA RIO + 20 DE COMBATE A POBREZA E DEFESA DO MEIO AMBIENTE

 

 
   O Jornal O Ecoambiental  esteve presente na Rio + 20 (Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável) acompanhando os debates dos representantes de vários países para que haja um esforço global em defesa da vida e de melhores condições socioambientais no mundo. Consideramos muito importante a declaração da Presidenta Dilma no dia de hoje na ONU ao defender  como desdobramento da Rio + 20 a inclusão do combate à pobreza como meta global e que todas as Nações possam assumir compromissos de defesa do meio ambiente numa perspectiva de crescer, incluir, preservar e proteger. Muito importante também foi a defesa da Presidenta Dilma do multilateralismo, a liberdade de expressão dos indivíduos e a defesa dos direitos humanos, a universalidade, o respeito a diversidade cultural, a neutralidade na internet. A soberania das Nações deve ser respeitada como princípio ético básico do Direito Internacional. A manutenção da paz mundial é o desafio que a ONU deve procurar manter, pois foi criada com esta finalidade. Como nosso jornal considera a questão de defesa e proteção do meio ambiente uma prioridade nacional e global, sempre achamos que a questão ambiental merece mais destaque nas argumentações do Brasil no exterior, pois nosso país exerce um papel fundamental no cenário internacional para que o mundo de fato possa ser sustentável respeitando-se e valorizando a espécie humana e todo o meio ambiente.
 
   Postamos a seguir uma parte do discurso da Presidenta Dilma na abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) que teve grande repercussão na imprensa mundial.
 

"Embaixador John Ashe, Presidente da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas,

Senhor Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas,

Excelentíssimos Senhores Chefes de Estado e de Governo,
Senhoras e Senhores,
   Permitam-me uma primeira palavra para expressar minha satisfação em ver um ilustre representante de Antígua e Barbuda - país que integra o Caribe tão querido no Brasil e em nossa região - à frente dos trabalhos desta Sessão da Assembleia-Geral.

Conte, Excelência, com o apoio permanente de meu Governo.

    Permitam-me também, já no início da minha intervenção, expressar o repúdio do governo e do povo brasileiro ao atentado terrorista ocorrido em Nairóbi. Expresso as nossas condolências e a nossa solidariedade às famílias das vítimas, ao povo e ao governo do Quênia.
  O terrorismo, onde quer que ocorra e venha de onde vier, merecerá sempre nossa condenação inequívoca e nossa firme determinação em combatê-lo. Jamais transigiremos com a barbárie.
Senhor Presidente,
   Quero trazer à consideração das delegações uma questão a qual atribuo a maior relevância e gravidade.
   Recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial.
   No Brasil, a situação foi ainda mais grave, pois aparecemos como alvo dessa intrusão. Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais - muitas vezes, de alto valor econômico e mesmo estratégico - estiveram na mira da espionagem. Também representações diplomáticas brasileiras, entre elas a Missão Permanente junto às Nações Unidas e a própria Presidência da República tiveram suas comunicações interceptadas.
  
Imiscuir-se dessa forma na vida de outros países fere o Direito Internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas. Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania. Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos e civis fundamentais dos cidadãos de outro país.
   Pior ainda quando empresas privadas estão sustentando essa espionagem.
   Não se sustentam argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo.
  O Brasil, senhor presidente, sabe proteger-se. Repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas.
   Somos um país democrático, cercado de países democráticos, pacíficos e respeitosos do Direito Internacional. Vivemos em paz com os nossos vizinhos há mais de 140 anos.
   Como tantos outros latino-americanos, lutei contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender de modo intransigente o direito à privacidade dos indivíduos e a soberania de meu país. Sem ele - direito à privacidade - não há verdadeira liberdade de expressão e opinião e, portanto, não há efetiva democracia. Sem respeito à soberania, não há base para o relacionamento entre as nações.
   Estamos, senhor presidente, diante de um caso grave de violação dos direitos humanos e das liberdades civis; da invasão e captura de informações sigilosas relativas as atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional do meu país.
   Fizemos saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão.
   Governos e sociedades amigas, que buscam consolidar uma parceria efetivamente estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais. Elas são inadmissíveis.
   O Brasil, senhor presidente, redobrará os esforços para dotar-se de legislação, tecnologias e mecanismos que nos protejam da interceptação ilegal de comunicações e dados.
   Meu governo fará tudo que estiver a seu alcance para defender os direitos humanos de todos os brasileiros e de todos os cidadãos do mundo e proteger os frutos da engenhosidade de nossos trabalhadores e de nossas empresas.
   O problema, porém, transcende o relacionamento bilateral de dois países. Afeta a própria comunidade internacional e dela exige resposta. As tecnologias de telecomunicação e informação não podem ser o novo campo de batalha entre os Estados. Este é o momento de criarmos as condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra, por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestrutura de outros países.
   A ONU deve desempenhar um papel de liderança no esforço de regular o comportamento dos Estados frente a essas tecnologias e a importância da internet, dessa rede social, para construção da democracia no mundo.
   Por essa razão, o Brasil apresentará propostas para o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet e de medidas que garantam uma efetiva proteção dos dados que por ela trafegam.
   Precisamos estabelecer para a rede mundial mecanismos multilaterais capazes de garantir princípios como:
 
1 - Da liberdade de expressão, privacidade do indivíduo e respeito aos direitos humanos.
2 - Da Governança democrática, multilateral e aberta, exercida com transparência, estimulando a criação coletiva e a participação da sociedade, dos governos e do setor privado.
3 - Da universalidade que assegura o desenvolvimento social e humano e a construção de sociedades inclusivas e não discriminatórias.
4 - Da diversidade cultural, sem imposição de crenças, costumes e valores.
5 - Da neutralidade da rede, ao respeitar apenas critérios técnicos e éticos, tornando inadmissível restrições por motivos políticos, comerciais, religiosos ou de qualquer outra natureza.
O aproveitamento do pleno potencial da internet passa, assim, por uma regulação responsável, que garanta ao mesmo tempo liberdade de expressão, segurança e respeito aos direitos humanos.

   ...
 
   No debate sobre a Agenda de Desenvolvimento pós-2015 devemos ter como eixo os resultados da Rio+20.

   O grande passo que demos no Rio de Janeiro foi colocar a pobreza no centro da agenda do desenvolvimento sustentável. A pobreza, senhor presidente, não é um problema exclusivo dos países em desenvolvimento, e a proteção ambiental não é uma meta apenas para quando a pobreza estiver superada.
   O sentido da agenda pós-2015 é a construção de um mundo no qual seja possível crescer, incluir, conservar e proteger. ... "
 
ONU

 
  A ONU (Organização das Nações Unidas) é uma organização internacional destinada a garantir a segurança, o desenvolvimento econômico, o progresso social e os direitos humanos. A Organização das Nações Unidas conta com 193 países membros e sua sede está localizada em Nova York.

   A ONU surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, quando representantes de 26 nações se comprometeram a combater à violência.

  O projeto das Nações Unidas teve início em 1899, na Conferência Internacional da Paz de Haia. Nesse encontro foram elaborados instrumentos para a resolução de crises pacificamente e para evitar guerras. Esse foi o embrião da ONU.

  A Carta das Nações Unidas foi lançada na Conferência de São Francisco, em 1945. Na ocasião, representantes de 50 países se reuniram para elaborar o documento. A Carta foi assinada em 26 de junho de 1945.

  Oficialmente, a ONU passou a existir em 24 de outubro de 1945, quando a Carta foi ratificada por China, França, União Soviética, Reino Unido, Estados Unidos e pela maioria dos outros signatários. O Dia das Nações Unidas é celebrado em 24 de outubro de cada ano. Historicamente é tradição o Brasil abrir a Assembléia Geral das Nações Unidas, com o fez hoje a Presidenta Dilma.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

SANTA EFIGÊNIA E A FESTA DO JUBILEU DE 90 ANOS

                            Santa Efigênia percorrendo as ruas de BH no carro do Corpo de Bombeiros
                                     Foto: Jornal O Ecoambiental

   O Jornal O Ecoambiental acredita no ecumenismo como caminho para o diálogo de todas as crenças que conduzem os seres humanos a uma vida digna, igualitária, com qualidade de vida e meio ambiente sadio para todos.




   É possível todos nós aprendermos a elevar a condição humana e valorizarmos os dons de cada pessoa que fortaleçam nossas atitudes em defesa da vida e de todo o meio ambiente. Saber lidar com nossas imperfeições é acreditar que podemos a cada dia sermos seres humanos melhores. Aprender com os bons exemplos significa vencer imperfeições. Santa Efigênia faz com que as boas qualidades  dos seres humanos se elevem e sejam valorizadas.
 

Santa Efigênia e a devoção dos fiéis - Foto: Jornal O Ecoambiental
 

   Acompanhamos com alegria os festejos de Santa Efigênia. Ela é padroeira de uma Igreja da Arquidiocese de Belo Horizonte. Dia 21 de setembro comemora-se seu dia e neste ano de 2013 é comemorado o Jubileu de 90 anos da Igreja de Santa Efigênia.
   Santa Efigênia foi uma Princesa Africana, filha do rei Etíope Eggipus de um antigo reino da Etiópia. Sua imagem foi trazida de Ouro Preto para Belo Horizonte no início da fundação da cidade. Ela é padroeira dos negros, dos militares, protege contra incêndios e a moradia.

   Diz a lenda que, por volta de 1865, os soldados do 17o batalhão, aquartelados em Ouro Preto, foram lutar na Guerra do Paraguai e Santa Efigênia os acompanhou o tempo todo para protegê-los. Quando estavam os soldados à beira mar, ali aparecia uma jovem negra. Eles se espantavam e perguntavam o que ela fazia ali, num lugar perigoso como aquele. E ela dizia que estava ali para protegê-los e avisava dos perigos. Uma vez ela preveniu sobre uma ponte pela qual iriam passar. Ao verificar a situação da ponte, os oficiais viram que ela não era segura e evitaram atravessá-la, salvando toda a tropa de um grande desastre. (  Fonte:
Angela Leite Xavier)
 


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

SALÁRIO MÍNIMO NECESSÁRIO EM AGOSTO DE 2013


  O salário mínimo necessário segundo o Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no mês de agosto de 2013 deveria ser de:
R$ 2.685,47. 
  O salário mínimo nominal (*) vigente é de: R$ 678,00 cerca de 3,96 menor que o necessário; uma diferença de R$ 2.007,00.

Relatório do IBGE e os conflitos socioambientais no Brasil
    Uma medida para avaliar as desigualdades de renda é quanto cada quinto
da população se apropria do total da riqueza nacional medida pelo rendimento
total (todas as fontes), auferido pelos indivíduos.
   Segundo uma “síntese de indicadores sociais” do IBGE 2012, os 20% mais ricos ainda detêm
57,7% desse rendimento, em contrapartida ao pouco mais de 11% detido pelos
40% mais pobres.
 
  Mais de 77 milhões de brasileiros (40% mais pobres) detém apenas 11% da riqueza nacional enquanto cerca de mais de 38 milhões de habitantes (20% mais ricos) detém 57 % da riqueza.
    Em 1 de julho de 2013 a população estimada do Brasil era de 201.032.714 habitantes. Segundo o IBGE, o Brasil tem 7.085.828 habitantes a mais que o registrado em 1º de julho de 2012, quando a população era de 193.946.886
 
       Segundo este relatório do IBGE( "síntese de indicadores sociais"), a estruturação das despesas também é diferente quando as famílias são estratificadas por rendimentos. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2008-2009 mostram, por exemplo, em relação às despesas com assistência à saúde, que os 40% com menores rendas usaram 74,2% destes gastos com medicamentos, enquanto entre os 10% com maiores rendas apenas 33,6% das despesas com assistência à saúde foram destinadas à compra de medicamentos.
   O acesso também é diferenciado em relação a plano/seguro-saúde, correspondendo a 7,0% dos gastos dos 40% mais pobres, contra 42,3% dos 10% mais ricos. No primeiro caso, o acesso a plano/seguro-saúde costuma ser limitado, concorrendo para isso a alta
proporção de despesas com alimentação, habitação e transporte no orçamento
doméstico das famílias com menores rendas.
  Os domicílios nas faixas de rendimento domiciliar per capita de até ¼
do salário mínimo e de ¼ a ½ salário mínimo apresentam maior número de membros,
embora, cabe destacar, este número venha acompanhando a tendência geral de redução
do tamanho das famílias em função da queda nas taxas de fecundidade e do aumento
do número de separações e divórcios. A presença de crianças também é indicativo
de vulnerabilidade para os domicílios mais pobres, os quais apresentam, em média,
4,1 pessoas, enquanto a média do País situa-se em 3,0. Muitos destes domicílios são
monoparentais femininos com filhos menores de 14 anos de idade, arranjo familiar
predominante em 27,0% dos domicílios com rendimento per capita de até ¼ do salário
mínimo. Trata-se de um tipo de arranjo familiar que poderá enfrentar dificuldades de
lidar com uma eventual situação de crise, pelo fato de contar com menos um provedor
e cuidador. Neste perfil, destaca-se uma sobrerrepresentação de pessoas de cor ou raça
preta ou parda, além de baixa escolaridade da pessoa de referência e menor acesso a
serviços de saneamento – 51,8% dos domicílios urbanos com rendimentos per capita
de até ¼ do salário mínimo e 38,2% daqueles com mais de ¼ a ½ salário mínimo não
têm acesso simultâneo a serviços de saneamento e iluminação elétrica. (Fonte: IBGE)
  Este breve quadro de análise desta "síntese" do IBGE poderia ser estudado em detalhes se levarmos em conta as diferenças e desigualdades sobre a qualidade de educação, transporte público, habitação, o endividamento das famílias brasileiras e um agravamento das crises familiares pela constatação do aumento das separações e divórcios. Poderíamos até questionar qual a relação da queda da fecundidade no Brasil e o uso abusivo de agrotóxicos na alimentação da população. Na verdade as análises socioambientais sobre os dados divulgados pelo IBGE seriam de grande importância para toda a população.
 
  Há quem argumente que os conflitos socioambientais na sociedade brasileira não estão ligados a pobreza, distribuição de renda e questões étnicas, contudo, como um pai ou mãe de uma família brasileira que recebe salário mínimo nominal pode manter sua família e criar seus filhos com dignidade diante esta discrepância de renda ?  Esta situação da péssima distribuição de renda no Brasil é um dos graves problemas socioambientais que o Brasil precisa resolver com urgência.
 
(*)Salário mínimo nominal: salário mínimo vigente; b) Salário mínimo necessário: Salário mínimo de acordo com o preceito constitucional "salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim" (Constituição da República Federativa do Brasil, capítulo II, Dos Direitos Sociais, artigo 7º, inciso IV). É considerado em cada mês o maior valor da ração essencial das localidades pesquisadas. A família considerada é de dois adultos e duas crianças, os dois últimos consumindo o equivalente a um adulto. Ponderando-se o gasto familiar, chega-se ao salário mínimo necessário.(Dieese)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

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