sábado, 15 de janeiro de 2022

COVID-19 NA ÁFRICA SE ESTABILIZA APÓS QUARTA ONDA, DIZ OMS


Fonte: ONU - BRASIL 

A diretora regional da Organização Mundial da Saúde na África, Matshidiso Moeti, afirmou em coletiva de imprensa que o continente africano está com o número de novas infecções por COVID-19 estável, após seis semanas de aumentos diários impulsionados pela variante Ômicron.

O continente soma mais de 10,2 milhões de casos até o momento. Primeira região a registrar aumentos dos casos pela Ômicron, os países do sul registraram uma média de 14% na redução de novas infecções nas últimas semanas. Segundo a OMS, isso torna a última onda a mais curta entre as já vivenciadas.

Ainda assim, a África do Norte e Ocidental estão ainda sofrendo. Nestas regiões o aumento foi de 121% na semana passada, em comparação com os sete dias anteriores.

Com menos de 10% da população africana totalmente vacinada, Moeti defendeu a aplicação de imunizantes. “Com vastas faixas da população ainda não vacinadas, nossas chances de limitar o surgimento e o impacto de variantes mortais são assustadoramente pequenas”, disse a diretora.

Mulheres fazem fila para receber a vacina de COVID-19 no Malawi
Legenda: Mulheres fazem fila para receber a vacina de COVID-19 no Malawi
Foto: © Thoko Chikondi/UNICE

A estabilização marca esta onda como sendo a mais curta no continente, onde o total de casos ultrapassa dez milhões de pessoas. No entanto, o número semanal de novas infecções está estável desde os primeiros dias de janeiro. “Os primeiros indícios sugerem que a quarta onda na África foi abrupta e breve, mas não menos desestabilizadora”, declarou Moeti.

Nos países que experimentaram aumento nos casos, a variante Ômicron tornou-se rapidamente o tipo dominante, por ser considerada de rápida disseminação.

Segundo a OMS, enquanto a variante Delta demorou cerca de quatro semanas para superar a Beta, a Ômicron tornou-se a variante dominante em apenas duas semanas nos países africanos mais atingidos.

A região sul do continente registrou um grande aumento nas infecções durante a onda pandêmica, mas na semana passada houve um declínio de 14% nos casos confirmados na mesma área. Na África do Sul, onde a ômicron foi relatada pela primeira vez, a queda nas infecções semanais foi de 9%.

Embora os países da África Oriental e Central também tenham sofrido uma queda no número de casos, os territórios da África do Norte e Ocidental estão ainda sofrendo com o aumento nas infecções. No norte, o aumento foi de 121% na semana passada, em comparação com os sete dias anteriores.

“A contramedida crucial para a pandemia, extremamente necessária na África, segue a mesma: aumentar rápida e significativamente as vacinações contra a COVID-19”, afirmou a diretora. “A próxima onda pode não ser tão piedosa”.

Tecnologia - Por meio de treinamento em bioinformática, análise de amostras e outras áreas-chave, a OMS está apoiando países em todo o continente no reforço do sequenciamento genômico para identificar novas mutações. A Organização também está ajudando a adquirir e entregar equipamentos e suprimentos laboratoriais críticos.

Até agora, 30 países africanos - e pelo menos 142 em todo o mundo - detectaram a variante Ômicron. A variante Delta já foi identificada em 42 nações africanas.

Na África Ocidental, onde os casos de COVID-19 estão aumentando, o número de infeccções pela Ômicron em países como Cabo Verde, Gana, Nigéria e Senegal está crescendo, sendo a variante dominante em pelo menos dois desses países: Cabo Verde e Nigéria.

“Temos o conhecimento e as ferramentas, com um esforço conjunto podemos certamente fazer a balança pender a nosso favor contra a pandemia”, declarou Moeti.

Vacinação - Embora o continente esteja enfrentando a última onda da pandemia, apenas cerca de 10% da população foi totalmente vacinada.

No entanto, os suprimentos de vacinas para a África melhoraram recentemente e a OMS está intensificando seu apoio aos países para fornecer doses à população em geral. 

“Este ano deve marcar um ponto de virada na campanha de vacinação COVID-19 da África”, garantiu Moeti. “Com vastas faixas da população ainda não vacinadas, nossas chances de limitar o surgimento e o impacto de variantes mortais são assustadoramente pequenas”, acrescentou ela.

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