Fonte: ONU-BRASIL
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) promoveu capacitações de prevenção e tratamento à malária e à COVID-19 na terra indígena Yanomami na região de Barcelos, fronteira entre Roraima e Amazonas.
O treinamento durou 15 dias na comunidade de Novo Demini e teve apoio do Distrito Sanitário Especial Indígena, do Instituto Socioambiental e da Associação Hutukara Yanomami.
Foram capacitadas 35 pessoas para prática de leitura de lâminas para diagnóstico do tipo de malária, tratamento da doença e registro dos testes realizados para detectar casos.
Além das aulas, a OIM forneceu materiais impressos e apostilas sobre a doença.
Com apoio do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Instituto Socioambiental (ISA) e da Associação Hutukara Yanomami (HAY), a equipe de quatro profissionais de saúde da OIM deixou a capital Boa Vista em um avião de pequeno porte para chegar à localidade, em um voo de quase 2 horas de duração.
Foram capacitadas 35 pessoas para prática de leitura de lâminas para diagnóstico do tipo de malária, tratamento da doença e registro dos testes realizados para detectar casos. Além das aulas, a OIM forneceu materiais impressos e apostilas sobre a doença.
Durante as aulas, um assessor do DSEI Yanomami auxiliou nas traduções e na mediação cultural entre a equipe e o povo originário. Um profissional de endemias também ajudou na leitura de lâminas para exame de gota espessa e manuseio de microscópio.
Essa foi a segunda vez que a Organização ingressou na Terra Indígena para ministrar cursos sobre as doenças infecciosas que atingem a região – a primeira foi em abril de 2021. Antes da ação na comunidade, houve uma roda de conversa com o antropólogo e missionário italiano Carlo Zacquini, que atua com o povo Yanomami há 50 anos, para troca de conhecimentos socioculturais e sobre projetos de saúde realizados com a população local.
Segundo o líder comunitário Totô, os casos de malária têm aumentado e o apoio de organizações é fundamental para o combate e prevenção à doença. “Isso é bom para nós, Yanomami. Temos que ter pessoas aqui que deem apoio para as equipes no combate à malária”, relatou através do tradutor.
Além da capacitação em malária, foram ofertadas aulas de português e matemática básica para aplicação desses conhecimentos na prova do Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima (LACEN), que dará a certificação de microscopistas, prevista para ocorrer em abril deste ano.
“É muito importante essa aproximação com os Yanomami para apoiarmos nesses cursos e escutá-los diretamente sobre as necessidades de saúde. Como estávamos em campo, tudo foi identificado no território. Ficamos em uma grande casa compartilhada e conhecemos a dinâmica social da comunidade”, relatou a psicóloga da OIM Nicole Cruz.
Atendimentos – Nos 15 dias de estadia na comunidade de Novo Demini, a equipe de saúde da OIM prestou 54 atendimentos médicos e formou dois grupos para atividades sobre saúde da mulher. As doenças mais relatadas foram malária, síndromes respiratórias e diarreia.
Foram identificados 14 casos de malária, sendo 7 de malária falciparum, a forma mais grave da doença. Uma criança foi atendida pelo médico da OIM e encaminhada para tratamento em outra localidade.
Os moradores promoveram uma cerimônia festiva para os profissionais que estavam na ação para agradecer a visita e os cursos. “Ter participado de alguns ritos culturais foi muito significativo para pensar o bem-viver Yanomami. Na festa demonstraram que estavam felizes e isso foi muito bonito, pois consegui ver a relação da produção de saúde mental para eles. Os Yanomami daquela região sorriem muito e, para mim, que sou psicóloga, o riso é uma ferramenta importante para o bem-estar. Foi muito emocionante”, complementou Nicole.
Coronavírus – Os Agentes de Saúde Indígena e de Saneamento, barqueiros e lideranças receberam informações atualizadas sobre o novo coronavírus, com estabelecimento de medidas de proteção e cuidados sobre novas variantes. Na comunidade, a vacinação contra a COVID-19 foi realizada pelo Ministério da Saúde. A OIM distribuiu máscaras de proteção e álcool em gel para apoiar no combate à propagação do vírus.
Novas visitas da equipe da OIM em outras comunidades da terra indígena Yanomami estão previstas para os próximos meses. O objetivo é capacitar microscopistas.
As atividades da OIM com a população Yanomami contam com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID)
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